Nas imagens abaixo (obtidas do Sistema de Resposta Rápida MODIS - disponibilizado graças à NASA, U. Maryland, USDA Forest Service e USDA Foreign Agricultural Service) pode-se observar que tudo começou com uma mudança na direção dos ventos predominantes em nossa região.
Na quarta ele "soprava" do sul do Amazonas e trazia ar relativamente puro daquela região "virgem" de estradas (e queimadas...).
A partir de quinta ele começou a mudar. Isso mesmo, como muitos de vocês devem saber, o Acre é o lugar onde o "vento faz a curva" (se não sabem, breve vamos colocar informações sobre esse assunto, cuja frase acima tem sido difundida pelo Foster/SETEM-PZ-UFAC). Naquele dia uma parte do vento continuou vindo do sul do Amazonas, mas outra passou a vir da Bolívia, sul de Rondônia e Mato Grosso. No Acre a fumaça vem da região do abunã (Plácido de Castro e adjacências).
Na sexta a fumaça ficou meio parada sobre a região de Rio Branco.
Desde sábado a fumaça trazida por ventos vindos do sudeste tem alimentado continuamente a poluição sobre a nossa cidade. Neste mesmo dia aumentou muito a quantidade de incêndios. Aliás, no sábado, dia de folga, sobra um tempinho para queimar o lixo do quintal (nas cidades). Na área rural, imagino que foi um deus nos acuda com tantos incêndios acidentais...
Na segunda a imagem mostra um massa de ar extremamente carregada de fumaça sobre Rio Branco. A coisa piorou.
Hoje, terça, voltei de trabalho de campo na região de Campinas. A coisa tava feia na manhã e alivou na parte da tarde (mas não voltou ao normal). A imagem MODIS de hoje é ainda pior do que a de ontem (ver no final da nota). Tá tudo ainda mais "enfumaçado".
Algumas pessoas me perguntam se é tudo queimada feita aqui no Acre mesmo. Veja as imagens abaixo e conclua. A maior parte da fumaça vem de outras "plagas". Em recentes visitas a Tucandeira (km 100 da BR 364), Porto Acre, Plácido de Castro-Acrelândia e estrada para Brasiléia, as queimadas no Acre não estão fora de controle - exceto uma grande em Xapuri e outra grande em Assis Brasil (parece que já foi controlada). O que quero dizer é que queimadas - acidentais ou não - não têm ardido "impune", existe mobilização oficial e não oficial combatendo o desastre. Vi carro do IBAMA, pessoal do IMAC e a comunidade mobilizada (especialmente pequenos agricultores e pequenos fazendeiros).
Trabalho no meio rural desde a década de 80 e pela primeira vez vi pequeno produtor com pavor do fogo, seu antigo aliado...que ironia não é mesmo. Este ano de 2005 parece que vai ser um marco. As placas daquela cooperação Italiana contra o fogo que a gente vê na estrada de Brasiléia pareciam coisa de doido 2 anos atrás...Já imaginou se alguem iria realmente dar valor para aquilo (pelo menos eu tinha essa impressão). Será que esses incendiários aprenderam ou vão aprender a lição? Bom, depois de milhares de pés de banana, café, centenas de hectares de pastos, etc, destruídos, acho que pelo menos pesadelos eles vão ter...
Governo e outras organizações locais!!! Vamos fazer um balanço (depois que passar a tempestade) e aproveitar o momento para dramatizar a o que está acontecendo e o que vem pela frente. E se preparar para o pior...
Nos, no Acre estamos pagando um alto preço do descontrole em outros lugares...vale protestar. Como?
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QUARTA-FEIRA
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QUINTA-FEIRA
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SEXTA-FEIRA
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SÁBADO
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DOMINGO
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SEGUNDA-FEIRA (19/9)
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TERÇA-FEIRA (20/9)
5 Comments:
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Grande Evandro,
A discussão é séria e você é uma peça importante nesse cenário meio que "apocalíptico" que nos encontramos.
A ciência já começa a ter excelentes diagnósticos, mas a política ainda não tem receitas boas para o tratamento...
Roberto Feres, concordo 100% com você. Ainda falta uma sincronização entre a ciência e a política. Especialmente o tempo que uma delas leva para ter resultados...
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