ACIDENTES DE TRÂNSITO E GASTOS HOSPITALARES NO BRASIL
Acidentes de trânsito estão entre as principais causas de gastos hospitalares, respondendo por 32,8% das ocorrências e 41,2% dos gastos
Fernanda Marques
Fernanda Marques
Agência Fiocruz de Notícias
Acidentes e violências – episódios que compõem a categoria das causas externas – estão entre os principais fatores responsáveis por hospitalizações no Brasil e no mundo. Essas internações, além do sofrimento para as famílias, acarretam gastos significativos para os cofres públicos. Um estudo feito em São José dos Campos (SP) verificou que um único hospital público, num período de apenas seis meses, teve quase mil pacientes hospitalizados por causas externas, o que gerou gastos superiores a R$ 477 mil. Conduzida pela Secretaria de Saúde de São José dos Campos e pela Universidade de São Paulo, a pesquisa foi publicada recentemente na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.
O hospital estudado é referência no atendimento a vítimas de traumas e concentra a grande maioria das internações do SUS decorrentes de causas externas no município. Foram pesquisados os prontuários de 976 pacientes internados nesse hospital entre janeiro e junho de 2003. Em média, cada uma dessas internações durou 6,7 dias e teve um custo de R$ 490. Os traumas envolvendo os membros inferiores foram os mais freqüentes, porém as fraturas de pescoço foram as responsáveis pelas internações mais longas e caras, com um tempo médio de permanência no hospital de 18 dias e um gasto médio de cerca de R$ 1,2 mil por paciente.
Os acidentes de transporte foram a principal causa de hospitalização, respondendo por 32,8% das ocorrências e por 41,2% dos gastos, o que equivale a 320 internações e custos de quase R$ 200 mil. As quedas foram a segunda principal causa, com 260 internações e gastos totais de R$ 123 mil. As agressões aparecem em quarto lugar, com 49 ocorrências e cerca de R$ 30 mil em despesas. Chama a atenção que, em terceiro lugar, estão as causas indeterminadas.
Os autores da pesquisa destacam que esses cálculos se referem apenas aos gastos médico-hospitalares diretos do SUS, o que exclui, por exemplo, despesas com o transporte dos acompanhantes e os prejuízos decorrentes da perda de produtividade do paciente, assim como as internações financiadas por particulares ou seguros de saúde. Ou seja: as perdas econômicas associadas aos acidentes e às violências podem ser ainda maiores que as apresentadas pelos pesquisadores. Além disso, “as internações hospitalares não retratam toda a morbidade por causas externas. Uma parcela importante das vítimas sequer é atendida em serviços de urgência ou emergência e outra parcela significativa é liberada logo após o atendimento, sem necessidade de internação”, explicam no artigo os pesquisadores Luís Paulo Rodrigues Melione e Maria Helena Prado de Mello-Jorge.
Outra constatação do estudo é que o atendimento médico-hospitalar por causas externas é mais oneroso para os cofres públicos do que aquele relativo às causas naturais. “Isso faz pensar, de imediato, na possibilidade de investimento em prevenção, a fim de diminuir a demanda para os hospitais, o sofrimento das vítimas e os custos da assistência”, dizem os autores. “Nossa pesquisa mostra a importância dos acidentes de transporte no aumento do gasto e a possibilidade de preveni-los, o que permite concluir que é nesse grupo de causas que devem começar as medidas preventivas”.
Como medida preventiva, o Ministério da Saúde defende a Lei 11.705, a chamada Lei Seca, que considera crime conduzir veículos com praticamente qualquer teor alcoólico no organismo. Nesse sentido, vale lembrar que São José dos Campos tem uma extensa e movimentada malha rodoviária, e abriga parte da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), da Rodovia Carvalho Pinto (SP-70), da Rodovia dos Tamoios (SP-99) e da Estrada Velha de Campos dos Jordão (SP-50).
(Foto: Polícia Rodoviária Federal)
Acidentes e violências – episódios que compõem a categoria das causas externas – estão entre os principais fatores responsáveis por hospitalizações no Brasil e no mundo. Essas internações, além do sofrimento para as famílias, acarretam gastos significativos para os cofres públicos. Um estudo feito em São José dos Campos (SP) verificou que um único hospital público, num período de apenas seis meses, teve quase mil pacientes hospitalizados por causas externas, o que gerou gastos superiores a R$ 477 mil. Conduzida pela Secretaria de Saúde de São José dos Campos e pela Universidade de São Paulo, a pesquisa foi publicada recentemente na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.
O hospital estudado é referência no atendimento a vítimas de traumas e concentra a grande maioria das internações do SUS decorrentes de causas externas no município. Foram pesquisados os prontuários de 976 pacientes internados nesse hospital entre janeiro e junho de 2003. Em média, cada uma dessas internações durou 6,7 dias e teve um custo de R$ 490. Os traumas envolvendo os membros inferiores foram os mais freqüentes, porém as fraturas de pescoço foram as responsáveis pelas internações mais longas e caras, com um tempo médio de permanência no hospital de 18 dias e um gasto médio de cerca de R$ 1,2 mil por paciente.
Os acidentes de transporte foram a principal causa de hospitalização, respondendo por 32,8% das ocorrências e por 41,2% dos gastos, o que equivale a 320 internações e custos de quase R$ 200 mil. As quedas foram a segunda principal causa, com 260 internações e gastos totais de R$ 123 mil. As agressões aparecem em quarto lugar, com 49 ocorrências e cerca de R$ 30 mil em despesas. Chama a atenção que, em terceiro lugar, estão as causas indeterminadas.
Os autores da pesquisa destacam que esses cálculos se referem apenas aos gastos médico-hospitalares diretos do SUS, o que exclui, por exemplo, despesas com o transporte dos acompanhantes e os prejuízos decorrentes da perda de produtividade do paciente, assim como as internações financiadas por particulares ou seguros de saúde. Ou seja: as perdas econômicas associadas aos acidentes e às violências podem ser ainda maiores que as apresentadas pelos pesquisadores. Além disso, “as internações hospitalares não retratam toda a morbidade por causas externas. Uma parcela importante das vítimas sequer é atendida em serviços de urgência ou emergência e outra parcela significativa é liberada logo após o atendimento, sem necessidade de internação”, explicam no artigo os pesquisadores Luís Paulo Rodrigues Melione e Maria Helena Prado de Mello-Jorge.
Outra constatação do estudo é que o atendimento médico-hospitalar por causas externas é mais oneroso para os cofres públicos do que aquele relativo às causas naturais. “Isso faz pensar, de imediato, na possibilidade de investimento em prevenção, a fim de diminuir a demanda para os hospitais, o sofrimento das vítimas e os custos da assistência”, dizem os autores. “Nossa pesquisa mostra a importância dos acidentes de transporte no aumento do gasto e a possibilidade de preveni-los, o que permite concluir que é nesse grupo de causas que devem começar as medidas preventivas”.
Como medida preventiva, o Ministério da Saúde defende a Lei 11.705, a chamada Lei Seca, que considera crime conduzir veículos com praticamente qualquer teor alcoólico no organismo. Nesse sentido, vale lembrar que São José dos Campos tem uma extensa e movimentada malha rodoviária, e abriga parte da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), da Rodovia Carvalho Pinto (SP-70), da Rodovia dos Tamoios (SP-99) e da Estrada Velha de Campos dos Jordão (SP-50).
(Foto: Polícia Rodoviária Federal)
1 Comments:
Não é ós a imprudencia de alguns motoritas a causa de acidentes de transito aqui no Vale do Paraiba em Sao Paulo, 40% destes acidentes sao culpas do governo do estado, pois aqui em Sao Paulo nao se aplica a Pericia de Acidente de Transito, para clasrasificação em Media ou Grande Monta, conforme resolução co Contran 297. E outros estado esta resolução é aplicada e por isso o LIXO (Veiculos) de outros estado vem para Sao Paulo, para ser LEILOADOS, e sim ocultando acidentes que este veiculo leiloado aqui no estado, e quando uma pessoa compra o veiculo acaba quebrando a barra da direção e assim se envolvendo em acidentes graves e iclusive com mortes
Isaac Dias dos Reis Neto
Instrutor de Treinamento
Examinador de Transito
Perito Analista de Acidente de Transito
Postar um comentário
<< Home