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10 agosto 2009

TRABALHADORES DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO EM RISCO

Má conservação de equipamentos gera micoses em trabalhadores de limpeza

Informe Ensp

Trabalhadores de serviço de limpeza estão expostos a diversos riscos químicos, físicos e biológicos. Um estudo realizado pela coordenadora do Serviço de Dermatologia Ocupacional do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), a dermatologista Maria das Graças Mota Melo, conclui que a exposição constante à umidade, tanto em decorrência do contato com água, quanto pela utilização de luvas e botas por tempo prolongado, está relacionada a grande numero de casos de micoses cutâneas em trabalhadores que atuam em serviços de limpeza.

A pesquisa foi feita por meio de um estudo retrospectivo, pela análise de prontuários dos trabalhadores do serviço de limpeza de uma empresa atendidos no Serviço de Dermatologia Ocupacional, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2007. Foram adotados um questionário padronizado e exame da pele, unhas e cabelos de todos os pacientes, além da solicitação de exame micológico direto e cultura para fungos em caso de lesão sugestiva de micose cutânea.

"Foram avaliados 189 trabalhadores e 86 (76 mulheres e 10 homens) apresentavam diagnóstico clínico de micose cutânea. Dessa forma, solicitamos exame micológico direto e cultivo de amostras de pele e/ou unhas desses pacientes. Em 53 casos foi possível a confirmação micológica", confirmou Graça. Ainda de acordo com a dermatologista, os locais mais frequentemente acometidos foram as unhas das mãos e/ou pés (66 casos), entre os dedos dos pés (23 casos) e região plantar (13 casos), sendo que um mesmo indivíduo podia apresentar mais de uma lesão.

A pesquisa alerta para a necessidade de inclusão, por parte das empresas, de medidas de promoção da saúde para o trabalhador que incluam os aspectos relacionados as micoses. Para Graça, deve ser incluída a inspeção dermatológica, com vistas à detecção de alterações micóticas no exame admissional e periódico do trabalhador. Além disso, não deve ser permitido que ele tenha contato direto com produtos irritantes, alergênicos e com a umidade.

"As instituições devem promover ações educativas voltadas para os trabalhadores, apresentando os riscos a que estão expostos, e um alerta sobre a procura de atendimento médico tão logo surja sinal de dermatose. Também é preciso enfatizar a correta utilização e conservação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), pois recomendamos que evitem o uso de luvas e calçados de borracha por tempo prolongado. Os EPIs devem estar limpos e disponíveis a cada dia de trabalho e serem inspecionados periodicamente. Faz-se necessário, também utilização de meias que contribuíam para absorver a umidade", revelou. Participaram como co-autores do trabalho Luana Santos de Sant´Anna, Antônia Maria Gualberto dos Santos e Paulo Cezar Fialho Monteiro.

(Foto: Parlamento Europeu)