PESQUISA: PLATINA PODE SER UM METAL EXTRATERRESTRE
Estudo publicado na Nature Geoscience aponta que alguns metais preciosos, como a platina, não têm origem nos processos que levaram à formação do planeta há mais de 4 bilhões de anos
Metais extraterrestres
Agência FAPESP – Segundo um novo estudo feito por geólogos da Universidade de Toronto (Canadá) e da Universidade de Maryland (Estados Unidos), a riqueza de alguns minerais abaixo da superfície da Terra pode ter origem extraterrestre.
“A temperatura extrema na qual o núcleo da Terra se formou há mais de 4 brilhões de anos teria eliminado completamente qualquer metal precioso da crosta rochosa e o depositado no núcleo”, disse James Brenan, do Departamento de Geologia da Universidade de Toronto e coautor do estudo publicado na revista Nature Geoscience neste domingo (18/10).
“Desse modo, a pergunta é por que há, atualmente, concentrações detectáveis, e mesmo capazes de serem extraídas pela mineração, de metais preciosos como platina ou ródio, na porção rochosa da Terra? Os resultados de nossos estudos indicam que eles não poderiam ter parado ali por qualquer processo interno”, disse Brenan.
Há tempos os cientistas especulam que de 4 a 4,5 bilhões de anos atrás a Terra era uma massa fria de rocha misturada com ferro e o metal teria sido derretido pelo calor gerado do impacto de objetos de grande massa na superfície do planeta que então se formava.
O processo teria feito com que o ferro se separasse da rocha e formasse o núcleo do planeta. Brenan e William McDonough, da Universidade de Maryland, recriaram a pressão e temperatura extremas do processo, submetendo uma mistura semelhante a temperaturas acima de 2.000º C e medindo a composição de rocha e ferro resultante.
Como o metal foi eliminado da rocha no processo, os cientistas estimam que o mesmo teria ocorrido quando a Terra foi formada. Ou seja, alguns metais, como os metais de transição ósmio e irídio, não poderiam derivar de processos internos.
Segundo eles, algum tipo da fonte externa teria contribuído para a sua presença na porção rochosa exterior da Terra. “Como uma ‘chuva’ de detritos extraterrestres, tais como cometas ou meteoritos”, apontou Brenan.
“A noção dessa chuva extraterrestre também pode explicar outro mistério, que é como a porção rochosa da Terra acabou tendo hidrogênio, carbono e fósforo, os componentes essenciais da vida, que provavelmente foram perdidos durante a violenta formação do planeta”, disse.
O estudo teve apoio da Nasa, a agência espacial norte-americana, e do Conselho de Pesquisas em Ciências Naturais e Engenharias do Canadá.
O artigo Core formation and metal-silicate fractionation of osmium and iridium from gold, de James M. Brenan e William F. McDonough, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em www.nature.com/naturegeoscience.
(Ilustração: David A. Aguilar/CfA)
Metais extraterrestres
Agência FAPESP – Segundo um novo estudo feito por geólogos da Universidade de Toronto (Canadá) e da Universidade de Maryland (Estados Unidos), a riqueza de alguns minerais abaixo da superfície da Terra pode ter origem extraterrestre.
“A temperatura extrema na qual o núcleo da Terra se formou há mais de 4 brilhões de anos teria eliminado completamente qualquer metal precioso da crosta rochosa e o depositado no núcleo”, disse James Brenan, do Departamento de Geologia da Universidade de Toronto e coautor do estudo publicado na revista Nature Geoscience neste domingo (18/10).
“Desse modo, a pergunta é por que há, atualmente, concentrações detectáveis, e mesmo capazes de serem extraídas pela mineração, de metais preciosos como platina ou ródio, na porção rochosa da Terra? Os resultados de nossos estudos indicam que eles não poderiam ter parado ali por qualquer processo interno”, disse Brenan.
Há tempos os cientistas especulam que de 4 a 4,5 bilhões de anos atrás a Terra era uma massa fria de rocha misturada com ferro e o metal teria sido derretido pelo calor gerado do impacto de objetos de grande massa na superfície do planeta que então se formava.
O processo teria feito com que o ferro se separasse da rocha e formasse o núcleo do planeta. Brenan e William McDonough, da Universidade de Maryland, recriaram a pressão e temperatura extremas do processo, submetendo uma mistura semelhante a temperaturas acima de 2.000º C e medindo a composição de rocha e ferro resultante.
Como o metal foi eliminado da rocha no processo, os cientistas estimam que o mesmo teria ocorrido quando a Terra foi formada. Ou seja, alguns metais, como os metais de transição ósmio e irídio, não poderiam derivar de processos internos.
Segundo eles, algum tipo da fonte externa teria contribuído para a sua presença na porção rochosa exterior da Terra. “Como uma ‘chuva’ de detritos extraterrestres, tais como cometas ou meteoritos”, apontou Brenan.
“A noção dessa chuva extraterrestre também pode explicar outro mistério, que é como a porção rochosa da Terra acabou tendo hidrogênio, carbono e fósforo, os componentes essenciais da vida, que provavelmente foram perdidos durante a violenta formação do planeta”, disse.
O estudo teve apoio da Nasa, a agência espacial norte-americana, e do Conselho de Pesquisas em Ciências Naturais e Engenharias do Canadá.
O artigo Core formation and metal-silicate fractionation of osmium and iridium from gold, de James M. Brenan e William F. McDonough, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em www.nature.com/naturegeoscience.
(Ilustração: David A. Aguilar/CfA)
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