ACIDENTES COM CAMINHONEIROS
Estudo aponta fatores ligados a acidentes com caminhoneiros
Marcellus William Janes
Assessoria de Comunicação Institucional da FSP
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realizada com caminhoneiros constatou que o uso de drogas, o cansaço físico e mental, as ultrapassagens, a falta de profissionais qualificados no mercado, o sistema de rastreamento, a comissão e determinados tipos de carga estão relacionados aos acidentes envolvendo esses profissionais.
Os dados estão na dissertação de mestrado O trabalho dos motoristas de caminhão: a relação entre atividade, vínculo empregatício e acidentes de trabalho, apresentada no último dia 18 pela psicóloga Luna Gonçalves da Silva, no Departamento de Saúde Ambiental da FSP, sob orientação da professora Claudia Roberta de Castro Moreno.
O objetivo do trabalho foi conhecer e analisar a atividade, aspectos da organização do trabalho e acidentes de motoristas de caminhão com diferentes vínculos empregatícios, partindo do relato dos próprios trabalhadores.
A pesquisadora apoiou-se no fato de que, apesar dos diversos estudos realizados com motoristas de caminhão, poucos são baseados na descrição da atividade feita pelo próprio trabalhador. O conhecimento dos próprios motoristas sobre sua atividade, assim como dos acidentes, pode contribuir para a elaboração de medidas para a redução de acidentes, bem como ações que visem à promoção de saúde destes trabalhadores.
A pesquisa foi feita numa empresa transportadora localizada no estado de São Paulo, no ano de 2010. Realizou-se um estudo qualitativo tendo como método utilizado a Análise Coletiva do Trabalho. Foram realizados quatro encontros, nos quais grupos de motoristas de caminhão, voluntários, descreveram sua atividade às pesquisadoras; não existiu um número pré-determinado de participantes para esse estudo. A partir dos dados obtidos, construíram-se as seguintes categorias: trabalho, saúde, repercussões do trabalho na vida familiar e social; vínculos empregatícios e acidentes de trabalho.
Quatro vínculos
Durante a pesquisa, Luna verificou quatro tipos de vínculos empregatícios na população de estudo: contratados, agregados, terceirizados e quarteirizados. Trabalhadores contratados e agregados queixaram-se do sistema de rastreamento e da atividade de enlonar e desenlonar o caminhão, diferentemente do relato dos terceirizados.
Por outro lado, o relato dos terceirizados é semelhante ao dos agregados, pois em ambos os vínculos há possibilidade de maior autonomia no trabalho, maior retorno financeiro e escolha da data de retorno para casa. Entretanto, a instabilidade financeira e o desamparo de direitos trabalhistas são queixas frequentes desses trabalhadores, o que não ocorre com os motoristas contratados. Dentre os vínculos estudados, motoristas agregados e quarteirizados são os que apresentam as condições de trabalho mais difíceis.
Marcellus William Janes
Assessoria de Comunicação Institucional da FSP
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realizada com caminhoneiros constatou que o uso de drogas, o cansaço físico e mental, as ultrapassagens, a falta de profissionais qualificados no mercado, o sistema de rastreamento, a comissão e determinados tipos de carga estão relacionados aos acidentes envolvendo esses profissionais.
Os dados estão na dissertação de mestrado O trabalho dos motoristas de caminhão: a relação entre atividade, vínculo empregatício e acidentes de trabalho, apresentada no último dia 18 pela psicóloga Luna Gonçalves da Silva, no Departamento de Saúde Ambiental da FSP, sob orientação da professora Claudia Roberta de Castro Moreno.
O objetivo do trabalho foi conhecer e analisar a atividade, aspectos da organização do trabalho e acidentes de motoristas de caminhão com diferentes vínculos empregatícios, partindo do relato dos próprios trabalhadores.
A pesquisadora apoiou-se no fato de que, apesar dos diversos estudos realizados com motoristas de caminhão, poucos são baseados na descrição da atividade feita pelo próprio trabalhador. O conhecimento dos próprios motoristas sobre sua atividade, assim como dos acidentes, pode contribuir para a elaboração de medidas para a redução de acidentes, bem como ações que visem à promoção de saúde destes trabalhadores.
A pesquisa foi feita numa empresa transportadora localizada no estado de São Paulo, no ano de 2010. Realizou-se um estudo qualitativo tendo como método utilizado a Análise Coletiva do Trabalho. Foram realizados quatro encontros, nos quais grupos de motoristas de caminhão, voluntários, descreveram sua atividade às pesquisadoras; não existiu um número pré-determinado de participantes para esse estudo. A partir dos dados obtidos, construíram-se as seguintes categorias: trabalho, saúde, repercussões do trabalho na vida familiar e social; vínculos empregatícios e acidentes de trabalho.
Quatro vínculos
Durante a pesquisa, Luna verificou quatro tipos de vínculos empregatícios na população de estudo: contratados, agregados, terceirizados e quarteirizados. Trabalhadores contratados e agregados queixaram-se do sistema de rastreamento e da atividade de enlonar e desenlonar o caminhão, diferentemente do relato dos terceirizados.
Por outro lado, o relato dos terceirizados é semelhante ao dos agregados, pois em ambos os vínculos há possibilidade de maior autonomia no trabalho, maior retorno financeiro e escolha da data de retorno para casa. Entretanto, a instabilidade financeira e o desamparo de direitos trabalhistas são queixas frequentes desses trabalhadores, o que não ocorre com os motoristas contratados. Dentre os vínculos estudados, motoristas agregados e quarteirizados são os que apresentam as condições de trabalho mais difíceis.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home