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28 agosto 2008

RARIDADE DA FLORA ACREANA

Estas plantas só podem ser observadas quando estão em período reprodutivo, não possuem clorofila e toda a sua estrutura é subterrânea

As fotos que ilustram este texto foram tomadas em uma trilha aberta ao longo da floresta que margeia o rio Chandless-Chá, no Parque Estadual Chandless, em fevereiro deste ano.

Esta foi a segunda vez que tive a oportunidade de ver estas plantas muito estranhas que pertencem à família Balanophoraceae. Quem vê pensa que está diante de plantas extraterrestres.

Foi assim que fiquei pensando quando vi as mesmas pela primeira vez em em 2001 durante uma excursão ao rio Juruá-Mirim.

Se você leitor tiver a sorte de encontrar 'coisa' similar quando estiver na floresta, não se deixe levar pela impressão de que está vendo um fungo.

Acredite! Esta é uma planta que produz flores como a maioria das plantas que você conhece: cumaru-ferro, rosa, margarida, e tantas outras.

Claro que as flores são diferentes e menores, mas são flores. Só por ter flores é que elas são classificadas como Angiospermas. Se não fosse isso, talvez elas tivessem que ser incluídas em uma categoria exclusiva.

As Balanophoraceae são plantas aclorofiladas e holoparasitas de raízes de outras plantas. Em outras palavras, estas plantas são verdadeiros vegetais parasitas de outras plantas superiores: dependem dos hospedeiros para extrair a seiva elaborada.

Sua posição na classificação das plantas com flores ainda é incerta. A família compreende 17 gêneros e aproximadamente 50 espécies, dos quais seis gêneros e 12 espécies são registrados para o território brasileiro.

Talvez sejam a família de plantas nativas do Acre mais difícil de ser observada porque suas estruturas são subterrâneas.

Só é possível vê-las durante o período reprodutivo, quando suas inflorescências emergem do solo. E mesmo assim há que se pisar com cuidado pois as inflorescências medem pouco mais de 10 cm de comprimento.

3 Comments:

Blogger Alma Acreana said...

Caro Evandro,
Parabéns pelas pesquisas e este excelente trabalho. Imagino que dificuldades você enfrenta para fazer ciência numa região como a nossa. Mas você tem o dom e qualificação para isso, o resto o tempo dirá.

Fratenalmente,
Isaac Melo

28/08/2008, 17:36  
Anonymous Anônimo said...

Eu moro proximo de Carajas, no Pará, e aqui na floresta é bastante comum encontrar essa espécie, e inclusive outras 3 espécies ja foram encontradas aqui, sendo quedestas 4 espécies, duas são bem dificeis de se encontrar, eu tenho fotografias das quatro espécies, se tiver interesse, meu e-mail é lourivaltyski@yahoo.com.br

15/04/2009, 14:59  
Anonymous Leandro Cardoso said...

Olá,
meu nome é Leandro Cardoso e sou aluno do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Faço revisão da família Balanophoraceae do Brasil, inclusive estou publicando uma espécie nova daqui do sudeste. Gostaria muito de me corresponder com vocês pois existe um pouco de dificuldade para coletar no Norte do país e gostaria de saber da possibilidade de colaboração com relação ao envio de material em alcool para minhas análises.
aguardo
Leandro

23/10/2009, 07:26  

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