AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA DO PARQUE ESTADUAL CHANDLESS
Em fevereiro passado uma equipe de pesquisadores e auxliares de pesquisa permaneceu cerca de 15 dias realizando estudos no Parque Estadual Chandless.
Como dizem os moradores do local, o rio Chandless estava na 'tampa'. Chovia quase diariamente. As trilhas abertas na floresta para o estudo da vegetação, pássaros, mamíferos, répteis, peixes e insetos ficaram um mingau. Subidas e descidas lisas como sabão. Os portos de embarque-desembarque improvisados eram um desafio, especialmente porque sabiamos que cedo da manhã teríamos que enterrar os pés na lama para poder chegar em terra firme.
O barco que aparece na primeira foto desse post foi a nossa casa e ponto de encontro obrigatório de todos. Depois de alguns dias a situação beirou o caos. Com as chuvas, faltou espaço para estender roupas (foto abaixo). Apesar disso, a dormida na rede foi sempre confortável.
A equipe responsável pela logística da viagem, composta por Roberto Antoneli (consultor), Jesus Rodrigues (Responsável pelo Parque) e Mirailson (o popular 'X', da Fundação SOS Amazônia), deu um show de competência ao administrar o stress dos participantes e coordenar a saída diária de equipes tão diversas para o campo, geralmente em lugares diferentes.
Para quem não conhece bem como funcionam essas viagens, o pessoal que estuda aves e mamíferos não pode estar simultaneamente no mesmo local com pesquisadores que estudam a flora e a herpetofauna (cobras, lagartos, sapos etc.). Cada equipe tem suas peculiaridades.
Os que estudam aves querem silêncio e precisam trabalhar no amanhecer e entardecer. Usam um gravador tão sensível que podem captar as fofocas contadas no barco. Os que estudam mamíferos precisam, além do silêncio, que o caminho esteja intocado para poder observar as pegadas dos animais. Eles também precisam percorrer as trilhas até as 9-10 h da manhã. Depois disso os animais se recolhem para descansar do calor do meio dia.
Ainda bem que a turma das cobras, sapos e lagartos costuma sair no final da tarde e vira a noite caçando esses bichos. Enquanto nós da vegetação amaldiçoamos a chuva, eles soltam rojões pois a água deixa os sapos alegres...
Graças à competência dos responsáveis pela organização dos trabalhos, foi possível fazer um bom reconhecimento da vegetação daquela unidade de conservação. Tivemos a oportunidade de ir aonde outros pesquisadores jamais colocaram os pés. Subimos o igarapé Cuchicá, o Chandless e o Chandless-Chá. Exploramos o inexplorado. Me senti um verdadeiro explorador. O trabalho valeu a pena (foto ao lado posamos para a foto com nosso identificador botânico prático, Tonico).
Nessas horas é que a gente se convence que a vida de pesquisador, apesar de alguns desafios, vale a pena. O que a gente tem a oportunidade de ver não tem dinheiro no mundo que pague. E olha que a gente é pago para fazer isso. Tem coisa melhor?
NOTA DO BLOG: O trabalho de campo realizado no Parque Estadual Chandless fez parte da Avaliação Ecológica Rápida (AER) do Parque, coordenada pela Fundação SOS Amazônia, de Rio Branco-Acre. A AER fornecerá informações para a elaboração do plano de manejo do Parque, que está sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Acre (SEMA).
Como dizem os moradores do local, o rio Chandless estava na 'tampa'. Chovia quase diariamente. As trilhas abertas na floresta para o estudo da vegetação, pássaros, mamíferos, répteis, peixes e insetos ficaram um mingau. Subidas e descidas lisas como sabão. Os portos de embarque-desembarque improvisados eram um desafio, especialmente porque sabiamos que cedo da manhã teríamos que enterrar os pés na lama para poder chegar em terra firme.
O barco que aparece na primeira foto desse post foi a nossa casa e ponto de encontro obrigatório de todos. Depois de alguns dias a situação beirou o caos. Com as chuvas, faltou espaço para estender roupas (foto abaixo). Apesar disso, a dormida na rede foi sempre confortável.
A equipe responsável pela logística da viagem, composta por Roberto Antoneli (consultor), Jesus Rodrigues (Responsável pelo Parque) e Mirailson (o popular 'X', da Fundação SOS Amazônia), deu um show de competência ao administrar o stress dos participantes e coordenar a saída diária de equipes tão diversas para o campo, geralmente em lugares diferentes.
Para quem não conhece bem como funcionam essas viagens, o pessoal que estuda aves e mamíferos não pode estar simultaneamente no mesmo local com pesquisadores que estudam a flora e a herpetofauna (cobras, lagartos, sapos etc.). Cada equipe tem suas peculiaridades.
Os que estudam aves querem silêncio e precisam trabalhar no amanhecer e entardecer. Usam um gravador tão sensível que podem captar as fofocas contadas no barco. Os que estudam mamíferos precisam, além do silêncio, que o caminho esteja intocado para poder observar as pegadas dos animais. Eles também precisam percorrer as trilhas até as 9-10 h da manhã. Depois disso os animais se recolhem para descansar do calor do meio dia.
Ainda bem que a turma das cobras, sapos e lagartos costuma sair no final da tarde e vira a noite caçando esses bichos. Enquanto nós da vegetação amaldiçoamos a chuva, eles soltam rojões pois a água deixa os sapos alegres...
Graças à competência dos responsáveis pela organização dos trabalhos, foi possível fazer um bom reconhecimento da vegetação daquela unidade de conservação. Tivemos a oportunidade de ir aonde outros pesquisadores jamais colocaram os pés. Subimos o igarapé Cuchicá, o Chandless e o Chandless-Chá. Exploramos o inexplorado. Me senti um verdadeiro explorador. O trabalho valeu a pena (foto ao lado posamos para a foto com nosso identificador botânico prático, Tonico).
Nessas horas é que a gente se convence que a vida de pesquisador, apesar de alguns desafios, vale a pena. O que a gente tem a oportunidade de ver não tem dinheiro no mundo que pague. E olha que a gente é pago para fazer isso. Tem coisa melhor?
NOTA DO BLOG: O trabalho de campo realizado no Parque Estadual Chandless fez parte da Avaliação Ecológica Rápida (AER) do Parque, coordenada pela Fundação SOS Amazônia, de Rio Branco-Acre. A AER fornecerá informações para a elaboração do plano de manejo do Parque, que está sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Acre (SEMA).
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