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15 junho 2009

COBERTURA VACINAL NO BRASIL

Inquérito de cobertura vacinal nas capitais mostra as desigualdades entre as regiões. A melhor média de cobertura é de Curitiba, com 98%, em seguida Teresina, com 95%, e Cuiabá e Brasília, com 94%. O Rio apresenta 75% e os menores índices ficaram com João Pessoa (70%), Macapá (62%) e Recife (60%). O Brasil tem uma média de 81%

Informe Ensp

O Rio de Janeiro tem um nível de corbertura bom para BCG, razoável para DPT, pólio e hemófilos, e abaixo da média do país para hepatite e tríplice viral. Os dados, que também não apontaram diferença na cobertura vacinal por fatores socioeconômicos, são resultantes do inquérito de cobertura vacinal nas áreas urbanas das capitais, apresentados na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) pelo coordenador do trabalho em algumas regiões, Manoel Carlos Sampaio de Almeida Ribeiro, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. De acordo com a pesquisa, 98% das crianças nascidas em Curitiba em 2005 estão em dia com o calendário de vacinação - 3% acima do estipulado pelo Ministério da Saúde. A média brasileira ficou em 81% e a carioca em 75%.

A necessidade de realizar um inquérito sobre cobertura vacinal no Brasil se deu por um conjunto de fatores, como falta de precisão nas estimativas de cobertura vacinal, dificuldade na avaliação dos diferenciais intraurbanos (bairros e distritos) e impossibilidade de conhecer a proporção de crianças em dia com o calendário de vacinação. Dessa forma, o Inquérito de Cobertura Vacinal: capitais e Distrito Federal - 2007 utilizou uma coorte de crianças nascidas em 2005 para estimar a cobertura vacinal em menores de 1 ano e aos 18 meses de idade, investigar determinantes da cobertura vacinal e a participação nas campanhas de vacinação, além do uso do serviço privado.

Após comentar o objetivo da pesquisa, Manoel se concentrou nos dados do Rio de Janeiro, coordenados por uma equipe de pesquisadores da Ensp/Fiocruz. Cada inquérito tinha uma mostra de 210 crianças, divididas em 30 conglomerados (setores censitários), sendo que, em cada conglomerado, seriam entrevistadas sete crianças. Para observar se haveria uma disparidade na cobertura por classes sociais, foi realizada uma divisão por estrato socioeconômico. Foram criados cinco estratos e estabeleceu-se um inquérito para cada um deles, o que dava uma previsão de 1.050 crianças a serem entrevistadas no Rio de Janeiro.

Falta de segurança no Rio de Janeiro modifica setores analisados

"Desse total, tivemos uma porcentagem de 73% de entrevistas realizadas e cerca de 11% de perdas e recusas. Os outros 26% foram de crianças não localizadas. A causa disso foi a imprecisão nas informações do setor censitário. No Rio de Janeiro, em particular, tivemos que substituir 26 setores por completa falta de segurança".

Os resultados do Inquérito Nacional apontaram a melhor média de cobertura em Curitiba, com 98%, em seguida Teresina, com 95%, e Cuiabá e Brasília, com 94%. O Rio de Janeiro apresenta uma média de 75% das crianças cobertas e os menores índices ficaram com João Pessoa (70%), Macapá (62%) e Recife (60%). O Brasil tem uma média de 81%.

Com relação à cobertura por fatores socioeconômicos, Manoel afirmou que houve uma surpresa na não variação da cobertura pelo estrato econômico. "Um de nossos objetivos foi comparar a cobertura vacinal em relação aos estratos socioeconômicos. Esperávamos encontrar resultados diferentes, mas não houve a variação esperada para todos os indicadores em relação ao estrato econômico". Na opinião da pesquisadora da Ensp Silvana Granado, que coordenou o estudo no Rio de Janeiro, o resultado aponta para um dado curioso. "O resultado demonstra que as classes mais baixas estão tendo acesso às vacinas. Por outro lado, as classes mais altas estão deixando de se vacinar", explicou.

Os resultados no Rio apresentaram certa diferença para cada imunobiológico e nenhuma relação com a divisão por estrato socioeconômico da população. Para BCG, a cidade tem uma cobertura próxima dos 97%, dentro do preconizado pelo Ministério da Saúde, e para DTP, uma cobertura de 91%, um pouco abaixo do requisitado pelo MS que é 95%. A vacina contra a pólio tem um acréscimo em função das campanhas, com níveis de cobertura próximos dos 94%. Para a vacina contra hemófilos, há uma cobertura de 89%, enquanto para a hepatite B cai para 82% - muito aquém do desejado. A triplice viral, que é dada em uma dose só, tem a menor cobertura vacinal, com uma porcentagem de 79%.

"O inquérito aponta que temos níveis de cobertura vacinal bom para BCG, razoáveis para DPT, pólio e hemófilos, e inferior para hepatite e tríplice viral. A pesquisa enfrentou problemas de segurança e de dificuldade de acesso em algumas regiões do Rio, mas avaliamos que o desempenho foi satisfatório, com 73% da nossa amostra realizada. Isso permite que a gente trabalhe em confiança com os dados. Fora que o inquérito nos permite melhor informação e contribui muito para o Programa Nacional de Imunização. Já temos informações para cada capital e, agora, falta traçarmos as políticas".