Elizeth Cardoso - Barracão de Zinco
Nota sobre o show onde a música foi gravada ao vivo, no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro, em 1968.
Elizeth Cardoso, Zimbo Trio, Jacob do Bandolin ao vivo no teatro João Caetano (1968)

Rio de Janeiro, fevereiro de 1968
No dia 19 de fevereiro de 1968, as mais de 1500 pessoas que lotaram o Teatro João Caetano puderam assistir a um dos melhores shows de música de todos os tempos. Naquela noite o palco da Praça Tiradentes, reduto boêmio da Rio de Janeiro e àquela altura já em decadência, recebeu Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, o grupo Época de Ouro e o Zimbo Trio para uma apresentação única. Ao produzir o espetáculo em benefício do Museu da Imagem e do Som, Hermínio Bello de Carvalho bem que devia ter noção de que, mais do que música, o que se fazia ali era história.
Passados 35 anos, o concerto “Ao vivo no João Caetano” é lançado pela primeira vez em versão integral , como a essência e grande novidade de “Faixineira das canções”, caixa da
Biscoito Fino que reúne ainda os discos “Luz e esplendor” (1986) , “Ary amoroso” (1990) e “Todo o sentimento” – este último a derradeira gravação de Elizeth, versão de estúdio do show que ela, acompanhada por Rafael Rabello, realizou no mesmo teatro em! setembro de 1989.
Se não estivesse aí, gravado, o show poderia passar por uma grande fantasia, a de juntar num mesmo palco o que a música brasileira produzia de melhor naquele momento, encenando inclusive as afinidades e tensões entre todos. Estavam ali a nobreza do choro numa de suas melhores expressões, o Época de Ouro, ainda com Jacob do Bandolim à frente – os meninos continuam com tudo, é bom que se diga. A sonoridade jazzística da bossa nova filtrada pelos excepcionais músicos do Zimbo Trio, também aí, em atividade. No repertório, os novos da bossa e além dela: Roberto Menescal, Edu Lobo, Milton Nascimento, Maurício Tapajós e Chico Buarque de Holanda com sua “Carolina”.
E, finalmente, uma cantora que conseguia costurar tudo isso por seu virtuosismo elegante, contenção e balanço num ponto de equilíbrio inacreditável e, sobretudo, irrepetível. E, como brinca Hermínio num dos textos da caixa, Elizeth Cardoso está para os brasileiros como Carlos Gardel para os argentinos: canta cada dia melhor.
1 Comments:
Cresci ouvindo esta música e tantas outras da Elizeth Cardoso, meu falescido pai era fã dela, e se emocionava ouvindo-a. Fiz uma pequena homenagem a ele colocando a música no meu blog " Naquela Mesa " , e quanta falta ele me faz,
gostaria de pegar o URL desta música para poder postar junto com uma pintura que fiz e que tem tudo a ver com a música.
Parabéns, cheguei aqui por acaso, através do Google,
abçs netunianos
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