QUEIMADAS E PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS NA AMAZÔNIA
Renata Moehlecke
Agência Fiocruz de Notícias
Queimadas podem estar causando graves problemas respiratórios em idosos
[ A partir de 2002, praticamente triplicou o número focos de calor na região]
As queimadas na Amazônia podem estar prejudicando seriamente a saúde respiratória das populações a elas expostas: é o que um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, unidade da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).
A pesquisa, publicada na revista Ciência & Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), apontou uma associação positiva entre focos de queimadas, em Rondônia, e as taxas de mortalidade por doenças do aparelho respiratório – inclusive a doença pulmonar obstrutiva crônica – na localidade, o que explicaria entre 50 a 80% da mortalidade por essas enfermidades em idosos de mais de 65 anos na região
“Os resultados demonstram a gravidade do problema das queimadas e o impacto sobre a saúde respiratória da população, principalmente sobre a mortalidade de idosos”, alertam os pesquisadores no artigo. “As informações sobre o perfil da mortalidade na região amazônica e sua relação com os problemas ambientais são escassas. Os dados são precários ou ausentes em uma região geograficamente extensa, cuja população apresenta diversidade biológica e cultural importantes em razão da origem variada do fluxo migratório”.
Para o estudo, foram cruzados registros de óbitos do Sistema de Informações de Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS) com registros de focos de calor/queimadas retirados do bando de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre 1998 e 2005. “O comportamento dos coeficientes de mortalidade por doenças respiratórias, ajustadas no período, mostra tendência de incremento para população idosa nas duas faixas etárias estudadas”, afirmam os pesquisadores. “O mesmo acontece com o aumento do número de focos, principalmente a partir de 2002, quando praticamente triplicou o número focos de calor na região”.
Segundo os estudiosos, a população da região norte do país, até a década de 1970, vinha apresentando padrões de evolução em sua mortalidade semelhantes à média do país. Com a inauguração da Rodovia Transamazônica, naquela época, e os incentivos fiscais para a ocupação da área, principalmente com pecuária bovina, a intensidade e o uso indiscriminado das queimadas transformaram-se em um grave problema ambiental. “A seleção de Rondônia para este estudo se deve a sua localização geográfica, situada no arco do desmatamento, principal trajeto de dispersão de poluentes da região norte”, comentam os pesquisadores.
Agência Fiocruz de Notícias
Queimadas podem estar causando graves problemas respiratórios em idosos
[ A partir de 2002, praticamente triplicou o número focos de calor na região]
As queimadas na Amazônia podem estar prejudicando seriamente a saúde respiratória das populações a elas expostas: é o que um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, unidade da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).
A pesquisa, publicada na revista Ciência & Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), apontou uma associação positiva entre focos de queimadas, em Rondônia, e as taxas de mortalidade por doenças do aparelho respiratório – inclusive a doença pulmonar obstrutiva crônica – na localidade, o que explicaria entre 50 a 80% da mortalidade por essas enfermidades em idosos de mais de 65 anos na região
“Os resultados demonstram a gravidade do problema das queimadas e o impacto sobre a saúde respiratória da população, principalmente sobre a mortalidade de idosos”, alertam os pesquisadores no artigo. “As informações sobre o perfil da mortalidade na região amazônica e sua relação com os problemas ambientais são escassas. Os dados são precários ou ausentes em uma região geograficamente extensa, cuja população apresenta diversidade biológica e cultural importantes em razão da origem variada do fluxo migratório”.
Para o estudo, foram cruzados registros de óbitos do Sistema de Informações de Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS) com registros de focos de calor/queimadas retirados do bando de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre 1998 e 2005. “O comportamento dos coeficientes de mortalidade por doenças respiratórias, ajustadas no período, mostra tendência de incremento para população idosa nas duas faixas etárias estudadas”, afirmam os pesquisadores. “O mesmo acontece com o aumento do número de focos, principalmente a partir de 2002, quando praticamente triplicou o número focos de calor na região”.
Segundo os estudiosos, a população da região norte do país, até a década de 1970, vinha apresentando padrões de evolução em sua mortalidade semelhantes à média do país. Com a inauguração da Rodovia Transamazônica, naquela época, e os incentivos fiscais para a ocupação da área, principalmente com pecuária bovina, a intensidade e o uso indiscriminado das queimadas transformaram-se em um grave problema ambiental. “A seleção de Rondônia para este estudo se deve a sua localização geográfica, situada no arco do desmatamento, principal trajeto de dispersão de poluentes da região norte”, comentam os pesquisadores.
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