SUSPENSA A VENDA DO ACHOCOLATADO TODDYNHO NO RIO GRANDE DO SUL
FELIPE BÄCHTOLD/FOLHA DE SÃO PAULO/PORTO ALEGRE
A Vigilância da Saúde do Rio Grande do Sul informou ontem (3) que subiu para 22 o número de pessoas que passaram mal depois de beber o achocolatado Toddynho.
Pessoas passam mal e fazem RS recolher Toddynho
O produto teve sua comercialização suspensa no Estado na quinta-feira depois que 12 consumidores relataram ter sofrido queimaduras na boca ao ingeri-lo.
Eles reclamaram de irritação, ardência e lesões na mucosa da boca. Todos receberam atendimento médico e passam bem. As idades dos consumidores com as reações não foram divulgadas.
Segundo a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, análises feitas em laboratório apontam que o achocolatado estava com um nível de acidez considerado muito alto para um alimento.
A secretaria divulgou a hipótese de a bebida ter resquícios de produtos de limpeza.
A PepsiCo, empresa responsável pela produção do Toddynho, confirmou em nota na semana passada que 80 unidades de um lote do produto tiveram alteração. Segundo a fabricante, esse lote foi enviado somente ao RS.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no entanto, classificou como suspeitos os lotes com data de vencimento em 19 de fevereiro de 2012.
A Anvisa pediu ainda a inspeção na fábrica do Toddynho, em Guarulhos (Grande SP). Até o momento, nenhum problema com o produto foi registrado em São Paulo.
OUTRO LADO
A PepsiCo, responsável pela marca Toddynho, afirma que apenas um lote (de número L4 32), enviado ao Rio Grande do Sul, está com problemas de fabricação.
Questionada sobre o surgimento de novos casos de ferimentos no Estado, conforme nota da Secretaria da Saúde, a empresa reafirmou que só 80 unidades do achocolatado estavam com alterações.
A PepsiCo não informou se fez inspeções em sua fábrica para evitar novos problemas no produto. Em comunicado divulgado na sexta, a empresa dizia que possui "rigoroso controle de qualidade".
E porque a diferença de tratamento entre os países?
Porque a justiça brasileira é frouxa e está, em algumas situações, a serviço de interesses financeiros. Vamos esclarecer.
Se o incidente fosse nos EUA, as pessoas afetadas apelariam para a justiça e poderiam ser indenizadas em alguns milhares de dolares. No Brasil, caso algum dos afetados fizesse isso, seguramente conseguiria indenização equivalente ao valor que gastou adquirindo o produto e mais algumas migalhas. Coisa de algumas centenas de reais, se fosse aos tribunais de pequenas causas. Obviamente que ninguem em sã consciência iria apelar para a justiça comum...o processo iria dormir alguns anos na mesa dos doutos juizes...
Sabendo que esse é o desfecho desses casos, qual a mensagem as decisões judiciais brasileiras deixam transparecer em casos como o do TODDYNHO: "fiquem tranquilos, se acontecer alguma coisa errada, o prejuízo é irrisório para vocês. Os consumidores, serão, em última instância, os únicos prejudicados".
Alguns dos leitores do blog podem té argumentar (especialmente os integrantes do poder jurídico): mas nos EUA existe uma verdadeira indústria de indenização. Pois é. Isto pode até existir, mas uma coisa é certa: sabedores dos potenciais prejuízos (de grande monta) que podem advir de problemas relacionados com a qualidade dos produtos que vendem ao público, as empresas americanas não descuidam de nada. Teve problema? Correm para a imprensa para divulgar, esclarecer.
Como no Brasil não existe o risco financeiro decorrente da venda de produtos de baixa qualidade ou problemáticos, a tendência parece ser, como se configura no caso do TODDYNHO da PEPSICO, dos fabricantes manterem atitude discreta e, esperar que a 'onda' passe e seja esquecida pela imprensa.
Aliás, para as empresas, a justiça é o melhor refúgio em casos como o do TODDYNHO. O(s) processo(s) seguramente irão demorar anos para serem resolvidos e muitos litigantes seguramente irão deixar para lá...logo, logo tudo será esquecido.
Êta justiçazinha essa nossa...
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