Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e especialistas discutem o estado brasileiro relacionado ao tema da Bienal, ''Como viver junto''
Do G1-Portal de Notícias da Globo, São PauloFoto: Marjetica Potrc passou meses no Acre e reproduziu escola palafita na Bienal
A Bienal de Arte de São Paulo tem inscrições abertas para o seminário ''Acre'', sexto e último do ciclo de debates promovidos nesta 27ª edição. A abertura do encontro, nesta sexta (10), conta com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que fala sobre “O direito à terra”, às 19h. As conferências acontecem na sexta (10) e no sábado (11).
Organizado pelo co-curador José Roca, o seminário ''Acre'' levanta a discussão sobre fronteiras, territórios e conflitos entre povos que vivem juntos numa mesma região. O tema da Bienal deste ano é ''Como viver junto'', e o pavilhão com mais de cem obras de arte contemporânea inspiradas nesta temática está aberto ao público desde o dia 7 de outubro, no parque do Ibirapuera, com entrada gratuita.
“Dentro da reflexão de Roland Barthes [um dos pilares de pesquisa da curadoria] acerca do viver-junto, um dos tópicos mais analisados é o cuidado entre ritmos diferentes de vida, de modo que o singular não perca sua batida própria quando adere ao coletivo'', explica a curadora-geral da 27ª Bienal, Lisette Lagnado. ''No Acre, mesmo após o colapso do ciclo da borracha, podem ser ouvidas as lendas dos povos da floresta amazônica e a luta dos seringueiros contra a desfiguração da paisagem”, lembra.
O estado, que pertencia à Bolívia, foi ocupado por seringueiros brasileiros em 1852 e anexado oficialmente ao Brasil em 1904.
Na 27ª Bienal, ele está presente em obras do artista acreano Hélio Melo e dos estrangeiros Alberto Baraya, Marjetica Potrc e Susan Turcot, que fizeram residência em Rio Branco e arredores entre os meses de julho e setembro, preparando obras que agora estão expostas no pavilhão da Bienal.
Enquanto Baraya apresenta uma árvore feita do látex extraído do tronco que serviu de modelo para a obra, Marjetica Potrc reflete sobre as soluções encontradas para levar educação e tecnologia aos pontos mais remotos da floresta, e Susan Turcot pesa as diferenças entre a concepção indígena do mundo e a realidade da construção da Transamazônica.
Além da ministra brasileira, participam dos debates David Harvey, que é professor de antropologia da City University de Nova York, Francisco Foot Hardman, professor de literatura da Unicamp, Manuela Carneiro da Cunha, antropóloga e professora da Universidade de Chicago, José Carlos Meirelles, indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai), e Thierry de Duve, historiador e teórico da arte contemporânea, professor da Universidade de Lille.
Seminário ''Acre''
10/11, sexta:
18h – credenciamento
19h – “O direito à terra”, com Marina Silva
19h45 – “Cosmopolitanismo e as geografias de liberdade”, com David Harvey
20h30 – Debate
11/11, sábado:
10h – “A fronteira amazônica como voragem da história: impasses de uma representação literária”, com Francisco Foot Hardman
11h – “Conhecimento tradicional e conhecimento científico podem viver juntos? O exemplo do Acre”, com Manuela Carneiro da Cunha
11h45 – Debate
À tarde:
15h – “Índios isolados e o direito à terra”, com José Carlos Meirelles
16h – “Será que a arte pode nos ensinar a viver junto?”, com Thierry de Duve
16h45 – Debate
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