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Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

16 fevereiro 2007

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL EM PROJETOS NA AMAZÔNIA

Uma necessidade mais que urgente.

Acabo de ler no blog do Altino entrevista com o Senador Tião Viana (PT-AC), que propôs um projeto que, se aplicado, poderá contribuir para a preservação do bioma amazônico, especialmente a biodiversidade. Pelo projeto, uma empresa de celulose que não realiza o manejo florestal sustentável ficará proibida de vender produtos a órgãos públicos.

Sugiro que ele vá mais além.

Sem nenhuma obrigação com a sustentabilidade ambiental, siderúrgicas estão devastando florestas nativas no Pará. Lá, mesmo sem garantia de fontes renováveis de energia, diversas empresas siderúrgicas se instalaram e estão produzindo ferro gusa para exportação usando carvão vegetal.

De onde vem o carvão? De 200 mil hectares de florestas nativas derrubadas anualmente. Derrubam nossas florestas para que os países da Europa, Japão e China desfrutem do ferro exportado. Vai virar casa, apartamentos, carros, eletrodomésticos, etc. Para o Brasil exportam quinquilharias...E tudo é feito com a conivência das prefeituras onde os empreendimentos estão instalados. Os administradores (Prefeitos) alegam que esta é a “única” forma de garantir emprego e renda para seus habitantes.

E quando acabar a floresta nativa? Vão fazer o que? Passar fome?” Plantar que é bom...jamais. Dá trabalho, tem que esperar alguns anos até as árvores atingirem o ponto de corte. Por enquanto é mais fácil “ir alí no mato e cortar...tá tudo pronto”.

Agora que a floresta está acabando, eles posam de ecologistas defensores da floresta. Porque não agiram desde o início? As siderúgicas até que foram obrigadas a reflorestar, mas estão fazendo isso bem longe do local onde estão instaladas. Dizem que fazem reflorestamento no Maranhão e Tocantins. Porque será? Deve ser para que ninguem possa comprovar se eles estão mesmo reflorestando. Derrubam a floresta no Pará, reflorestam em outro lugar...estranho. Será que é só brasileiro é que é assim, metido a esperto?!

Leiam abaixo o texto descrevendo a "esperteza" dos administradores e dos empresários.

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Siderúrgica destrói florestas paraenses
16/2/2007

Setor consome carvão vegetal do Pará mas refloresta outros dois Estados


CASTANHAL

O Liberal, Do correspondente


Oito meses depois de ter sido editado pelo governo do Estado, o Decreto 2.141, que criou regras para o reflorestamento no Pará, continua a ser ignorado pelas 16 siderúrgicas do Vale do Carajás que produzem ferro-gusa tendo como combustível o carvão vegetal obtido através da derrubada anual de mais de 200 mil hectares de florestas paraenses. Segundo o prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, o município está entre os dez do nordeste paraense que fornecem o carvão vegetal que alimenta os 37 fornos das siderúrgicas. No ano passado, as empresas foram interpeladas porque estavam fazendo o reflorestando de áreas dos Estados do Maranhão e do Tocantins, enquanto consumiam o carvão produzido no Pará. A resposta foi a de que eles não plantavam no Pará porque não havia, no Estado, regras claras para o reflorestamento.


'Diante dessa resposta, conseguimos nos mobilizar e realizar, ano passado, aqui em Paragominas, um seminário para normatizar regras para o reflorestamento, com a presença de técnicos dos órgãos ambientais. Ao final, o Estado editou o Decreto 2.141, criando as regras que as siderúrgicas reclamavam para que pudessem reflorestar no Pará', relembrou Adnan. 'Mas se passaram oito meses e essas siderúrgicas continuam dizimando as florestas paraenses, e ao mesmo tempo reflorestando no Maranhão e no Tocantins', denunciou.


O prefeito lembra, ainda, que também ano passado, as guseiras do Vale do Carajás publicaram um anúncio dizendo que já haviam reflorestado mais de 110 mil hectares. 'Mas esqueceram de dizer que 90% desse reflorestamento estão no Maranhão e Tocantins'. Adnan denuncia que, nesse ritmo acelerado de desmatamento, 'daqui há poucos anos as guseiras irão produzir o carvão com as florestas que plantaram em outros Estados e deixarão o Pará com um ônus social imenso e com florestas dizimadas'.


Pelas contas do prefeito, a produção hoje dos 37 fornos das 16 siderúrgicas do Vale do Carajás é a seguinte: 'Cada um alto forno produz uma média mensal de 10 mil toneladas de gusa. Logo, são 370 mil toneladas de gusa ao mês. Para produzir uma tonelada de gusa são necessários 2,7 metros cúbicos de carvão, assim, são 999 mil metros cúbicos de carvão por mês. Desse carvão, no máximo 20% são resíduos de serrarias. Dessa forma, os outros 800 mil metros cúbicos restantes são de florestas nativas e ilegais. Para produzir um metro de carvão, queimam-se dois metros de madeira. Concluindo: as siderúrgicas em torno de Carajás queimam ilegalmente das nossas florestas paraenses 1,6 milhão metros cúbicos de madeira por mês. Por ano, são 200 mil hectares de florestas paraenses que são queimadas'.


No final do ano passado, prefeitos dos dez municípios paraenses que produzem carvão apresentaram uma manifesto ao Ibama e participaram das reuniões que ocorreram com técnicos ambientais e siderúrgicas em Marabá e Açailândia. Nessas reuniões, Adnan criticou o fato das guseiras terem 90% de seus reflorestamentos no Maranhão e no Tocantins. E exigia delas que a reposição florestal fosse feita nos municípios paraenses que perderam florestas. 'As cidades querem continuar produzindo carvão, mas de forma social e ambientalmente correta, através de reflorestamento', explicou o prefeito.


Por fim, Adnan considera 'insignificantes para os municípios paraenses' os efeitos que já foram gerados com a edição do Decreto 2.141. Ele acha que o assunto deve ser retomado, discutido pela sociedade paraense e denuncia que atualmente o maior impacto ambiental que o Estado vem sofrendo, não é com as mineradoras e madeireiras, 'mas com as 16 guseiras em torno de Carajás que consomem 200 mil hectares de florestas paraenses de forma ilegal por ano, sem reposição florestal'.


(Texto publicado no site www.ecodebate.com.br) matéria originalmente publicada pelo jornal O Liberal, PA - 14/02/2007.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

DENUNCIA
Venho por meio desta, formular uma denuncia, relativa a um atérro sanitário inrregular e indevido de um de nossos afluentes do igarápe São Francisco, do qual presisa de mais cuidados e atensão de nossas autoridades e de nos cidadões, encontra-se no bairro Parque das palmeiras, R.Trav, Recreio. Onde um cidadão no uso indevido de sua ignorancia aterrou parte do afluente, para benefiios proprios, destruindo assim o nosso meio ambiente do gual nos precisamos muito dar mais atençao, sou detetive particular e no uso de minha autorudade precisei tomar uma decisão de denuncia pois não suporto ver o meu acre e meio ambiente ser destrido.
Em anexo estar a foto do degradado em questão para as devidas tomadas de decisões.
No mais agradesso a futura decisão e providencias. O local mais claro da foto era onde se encontrava o igarape, mais ele usou um material inadequado e aterrou o mesmo.
Pondo em risco outras partes do igarape, com um entupimento ou enchentes.

28/03/2008, 16:32  
Blogger Evandro Ferreira said...

Prezado Leitor,
Solicito que me passe o endereço exato onde aconteceu a ilegalidade.
- O aterro é exatamente onde? Como é possivel chegar lá?

Outra coisa: pode mandar a foto para o email:
evandroferreira@hotmail.com
Assim que receber vou publica-la.
Evandro

28/03/2008, 16:43  

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