ACREANOS, OS FUTUROS "COLOMBIANOS" DO BRASIL
Isto sem falar na grande quantidade de conterrâneos que são presos transportando a droga para a capital usando a BR-317, entre Brasiléia e Rio Branco, e no Aeroporto da capital tentando sair do Estado. Não se pode deixar de mencionar as dezenas de pessoas que são presas tentando sair de Cruzeiro do Sul, ou na chegada a Rio Branco.
Se considerarmos que apenas uma fração pequena dos traficantes é capturada pela polícia, pode-se estimar que centenas de pessoas estejam envolvidas no tráfico interno e externo de drogas no Estado.
É claro que a polícia não tem dado conta de conter ou pelo menos causar uma diminuição drástica no transporte de entorpecentes. E as autoridades responsáveis pela política de combate ao tráfico no Estado parecem se contentar em fazer publicar na imprensa local algumas das prisões como forma de prestar contas à sociedade.
É preciso fazer mais, muito mais, pois acreanos inocentes estão pagando um alto preço por esta falta de controle no tráfico de entorpecentes no Estado.
Tem sido cada vez mais freqüente os casos de conterrâneos honestos que são rigorosamente revistados em barreiras policiais fora do Estado. Os policiais de Rondônia e Mato Grosso já estão ficando a acostumando com a seguinte situação: “se o veículo tiver placas do Acre, pode parar que existe possibilidade de se encontrar drogas em seu interior”.
Nos aeroportos isso já acontece. Quem viaja de Rio Branco para Brasília já observou que as bagagens desses vôos demoram mais do que o normal para serem entregues nas esteiras. A razão é que elas passam antes em máquinas de raio x. Só falta a polícia colocar cães farejadores na porta de saída dos aviões.
É uma discriminação que causa tristeza e revolta. Em parte resultado da ineficiência da polícia local. Coisa similar acontece com os Colombianos de bem quando têm que viajar para fora de seu país.
Há alguns anos conheci uma Colômbia que vivia nos Estados Unidos, casada com um colega americano. Ela é uma pessoa educada, alegre e comunicativa, mas ficava triste cada vez que lembrava suas viagens ao exterior.
A mais vexatória de todas foi a que fez à Europa pré-União Européia, alguns anos antes dela obter cidadania americana. Ela contou que em todo porto, aeroporto, estação de trem ou de ônibus, onde quer que existisse um policial para checar passaporte, ela era separada do grupo de amigos que faziam parte do grupo em que viajava e era rigorosamente revistada. O fato de ser “colombiana” causou a perda de conexões de vôos, trens e ônibus. No final da viagem sua presença passou a ser um incômodo para o grupo.
A situação para os acreanos ainda não chegou a esse ponto, mas se algo não for feito com urgência para conter o tráfico de drogas no Estado, vamos passar a ser discriminados da mesma forma que os colombianos. Vamos ser os “colombianos” do Brasil.
2 Comments:
boa materia, eu só lembro do dia que passou o programa do Alckmin dizendo que ia reforçar a segurança nas fronteiras, caso fosse eleito, ai foi citado o exemplo de Assis Brasil com imagens... Pois é, ai o PT fez o maior drama pra conseguir voto, dizendo que o Alckmim estava chamando os acreanos de bandido... Pra eles do PT então deve ta uma maravilha essa segurança, enquanto isso o Acre virando uma Colômbia, como bem foi dito na matéria...
Oi Evandro:
Não sei se houve aumento do tráfico pelo Acre ou se aumento da atuação sobre ele... O certo é que o que se pega é infimamente menor do que transita.
Matérias com a do Altino, hoje, dão conta de que as coisas estão mais à vista do povo que das autoridades que deveriam reprimir a droga, infelizmente.
De alguma forma precisamos mudar isso. Quem está morrendo são os nossos filhos...
Temos que encontrar formas para que o Acre não se torne dependente da economia da droga.
A atuação da PF (conte comigo por lá) precisa de muito mais que estrutura física e de pessoal.
A polícia Rodoviária tem feito um trabalho importante também...
Mas falta o apelo popular que sobra para o acreanismo abstrato.
Forte abraço,
R.Feres
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