AS IDÉIAS MOVEM O MUNDO
Antonio Stélio (*)
O filósofo grego Aristóteles narra, em uma de suas obras, que a rainha de Siracusa indagou ao poeta da corte o que era mais importante: ser rico ou ser sábio? “Rico”, respondeu o poeta, acrescentando que sempre via os sábios batendo à porta dos ricos, nunca o contrário.
O mesmo Aristóteles, entretanto, diz que o filósofo Antístenes, sabendo disso, explicou que assim acontecia porque os sábios – justamente por serem sábios – sabiam do que precisavam e, os ricos, por não saberem do que careciam, ignoravam estes.
A verdade é que não foi a riqueza que mudou mundo. As imensas fortunas de reis e imperadores, sempre ruíram ao longo da história. Toda riqueza acaba com a morte de quem a possui e, não raro, motiva ignomínia entre herdeiros. Só as idéias permanecem. Elas são as molas propulsoras da humanidade.
As idéias, já dizia Platão, são formas, modelos e paradigmas perfeitos e imutáveis, que constitui um mundo transcendente, do qual somos apenas uma mera cópia tosca, grosseira. Ou seja: não passamos de uma miragem da realidade do mundo das idéias.
Por isso considero que cada homem deve ser um pé de árvore que frutifique idéias. Devemos ser idéias ambulantes e genuínas, embora Platão ache que, em termos de idéias, apenas copiamos as já existentes no mundo transcendente.
Uma idéia, no entanto, não pode morrer em si. Não pode ser como uma árvore que não dá fruto. As idéias de cada um de nós devem ser dominadas, lapidadas e executadas. Assim, estaremos transformando a nossa própria vida e o mundo em que vivemos.
Sei que é pedir demais, querer que cada um de nós seja absolutamente original. Contudo, se, pelo menos vivermos conforme nossas idéias, já estaremos contribuindo imensamente para uma vida, onde a possibilidade de uma relação verdadeira seja almejada.
Nem sempre temos a verdadeira noção do poder transformador que possuem as idéias. A força delas é algo magnífico e, não é por outra coisa que, em nome delas, se fundam filosofias, religiões, ideologias.
Li, em algum lugar, que os sucessos de Alexandre, o Grande, de um César e de um Napoleão, são insignificantes perante a compreensão que as idéias filosóficas, de forma transformadora, deram ao mundo, pois é o pensamento que transforma a face da humanidade.
Antes do homem construir a roda, veio primeiro a idéia dela, assim também como ao advento da palavra, o pensamento desta o antecedeu. Sem idéia o próprio homem não existe. “Penso, logo existo”, resumiu Descartes.
Mas, para que as idéias sejam realmente um importante fruto da razão humana, é necessário que elas floresçam, dêem frutos e alimentem a humanidade com as mais magníficas iguarias, fartando-nos de tudo o que nos seja essencial.
Do ponto de vista pessoal garanto que sou governado por minhas próprias idéias, e faço delas o meu cavalo de batalha, o meu mote de vida e a minha arma de combate no cotidiano, afinal, não me prendo aos modismos ou as facilidades dos pensamentos prêt-à-porter.
Uma idéia, entretanto, somente será conseqüente se cumprir um caminho que parte de si mesma, passando pela vontade – que é a intencionalidade humana – e chegando até a ação, onde o ato se concretiza, e o pensamento se ilumina.
Nesse caso, a firmeza de vontade se faz necessária para que se conduza à ação.Ora, as idéias, ficando apenas no campo da idéias, são sementes que não dão frutos. Mas para que elas realmente dêem frutos devem ser, convenientemente, tratadas. Caso contrário estaremos apenas jogando sementes em terra infértil.
“Não há vento favorável para quem não sabe a que porto se dirige”, escreveu Sêneca, famoso filósofo estóico latino. Deduzo disso que devemos ser donos dos nossos próprios narizes, tendo as nossas próprias idéias e vivendo conforme os nossos princípios, sem nos deixarmos levar pelos encantos dos cantos do Japiim.
Já disse um filósofo contemporâneo que, na vida humana, ou vivemos de acordo com o que pensamos, ou acabamos pensando de acordo com o nosso modo de viver. Quem menospreza a força das idéias acaba, portanto, pensando como vive e não vivendo como pensa.
Ninguém tem sentimento se não tiver idéia dele, logo, ninguém ama se não for capaz de pensar e, por fim, ninguém vive, se não tiver a mínima idéia do que seja a vida.
Tenha, portanto, a sua própria idéia, a sua própria luz para iluminar o seu próprio caminho. Assim, você terá o que todo ser humano deve ter: luz própria. E não precisará viver à sombra de ninguém.
(*) Antonio Stélio escreve no Blog "Antonio Stélio"
O filósofo grego Aristóteles narra, em uma de suas obras, que a rainha de Siracusa indagou ao poeta da corte o que era mais importante: ser rico ou ser sábio? “Rico”, respondeu o poeta, acrescentando que sempre via os sábios batendo à porta dos ricos, nunca o contrário.
O mesmo Aristóteles, entretanto, diz que o filósofo Antístenes, sabendo disso, explicou que assim acontecia porque os sábios – justamente por serem sábios – sabiam do que precisavam e, os ricos, por não saberem do que careciam, ignoravam estes.
A verdade é que não foi a riqueza que mudou mundo. As imensas fortunas de reis e imperadores, sempre ruíram ao longo da história. Toda riqueza acaba com a morte de quem a possui e, não raro, motiva ignomínia entre herdeiros. Só as idéias permanecem. Elas são as molas propulsoras da humanidade.
As idéias, já dizia Platão, são formas, modelos e paradigmas perfeitos e imutáveis, que constitui um mundo transcendente, do qual somos apenas uma mera cópia tosca, grosseira. Ou seja: não passamos de uma miragem da realidade do mundo das idéias.
Por isso considero que cada homem deve ser um pé de árvore que frutifique idéias. Devemos ser idéias ambulantes e genuínas, embora Platão ache que, em termos de idéias, apenas copiamos as já existentes no mundo transcendente.
Uma idéia, no entanto, não pode morrer em si. Não pode ser como uma árvore que não dá fruto. As idéias de cada um de nós devem ser dominadas, lapidadas e executadas. Assim, estaremos transformando a nossa própria vida e o mundo em que vivemos.
Sei que é pedir demais, querer que cada um de nós seja absolutamente original. Contudo, se, pelo menos vivermos conforme nossas idéias, já estaremos contribuindo imensamente para uma vida, onde a possibilidade de uma relação verdadeira seja almejada.
Nem sempre temos a verdadeira noção do poder transformador que possuem as idéias. A força delas é algo magnífico e, não é por outra coisa que, em nome delas, se fundam filosofias, religiões, ideologias.
Li, em algum lugar, que os sucessos de Alexandre, o Grande, de um César e de um Napoleão, são insignificantes perante a compreensão que as idéias filosóficas, de forma transformadora, deram ao mundo, pois é o pensamento que transforma a face da humanidade.
Antes do homem construir a roda, veio primeiro a idéia dela, assim também como ao advento da palavra, o pensamento desta o antecedeu. Sem idéia o próprio homem não existe. “Penso, logo existo”, resumiu Descartes.
Mas, para que as idéias sejam realmente um importante fruto da razão humana, é necessário que elas floresçam, dêem frutos e alimentem a humanidade com as mais magníficas iguarias, fartando-nos de tudo o que nos seja essencial.
Do ponto de vista pessoal garanto que sou governado por minhas próprias idéias, e faço delas o meu cavalo de batalha, o meu mote de vida e a minha arma de combate no cotidiano, afinal, não me prendo aos modismos ou as facilidades dos pensamentos prêt-à-porter.
Uma idéia, entretanto, somente será conseqüente se cumprir um caminho que parte de si mesma, passando pela vontade – que é a intencionalidade humana – e chegando até a ação, onde o ato se concretiza, e o pensamento se ilumina.
Nesse caso, a firmeza de vontade se faz necessária para que se conduza à ação.Ora, as idéias, ficando apenas no campo da idéias, são sementes que não dão frutos. Mas para que elas realmente dêem frutos devem ser, convenientemente, tratadas. Caso contrário estaremos apenas jogando sementes em terra infértil.
“Não há vento favorável para quem não sabe a que porto se dirige”, escreveu Sêneca, famoso filósofo estóico latino. Deduzo disso que devemos ser donos dos nossos próprios narizes, tendo as nossas próprias idéias e vivendo conforme os nossos princípios, sem nos deixarmos levar pelos encantos dos cantos do Japiim.
Já disse um filósofo contemporâneo que, na vida humana, ou vivemos de acordo com o que pensamos, ou acabamos pensando de acordo com o nosso modo de viver. Quem menospreza a força das idéias acaba, portanto, pensando como vive e não vivendo como pensa.
Ninguém tem sentimento se não tiver idéia dele, logo, ninguém ama se não for capaz de pensar e, por fim, ninguém vive, se não tiver a mínima idéia do que seja a vida.
Tenha, portanto, a sua própria idéia, a sua própria luz para iluminar o seu próprio caminho. Assim, você terá o que todo ser humano deve ter: luz própria. E não precisará viver à sombra de ninguém.
(*) Antonio Stélio escreve no Blog "Antonio Stélio"
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