BAIRRO DEFESA CIVIL, RIO BRANCO-ACRE
CONFLITOS PELA ÁGUA NA FORMAÇÃO DO BAIRRO DEFESA CIVIL EM RIO BRANCO – ACRE
Nesse breve resumo os autores descrevem a origem do bairro e o principal desafio enfrentado por seus moradores desde que o mesmo foi criado em 1995: o acesso a água potável. Mais de dez anos se passaram e, com excessão de algumas ruas que foram pavimentadas, a situação de falta de água no local continua a mesma.
Suzana Patrícia Nóbrega de Medeiros , Bolsista PIVIC / UFAC
Gerson Rodrigues de Albuquerque, Centro de Documentação e Informação Histórica–CDIH/UFAC
Introdução
Centenas de famílias que foram atingidas pela enchente do rio Acre, no ano de 1995, deram origem ao Bairro Defesa Civil, local disponibilizado provisoriamente pela prefeitura para acomodar os desabrigados.
Gerson Rodrigues de Albuquerque, Centro de Documentação e Informação Histórica–CDIH/UFAC
Introdução
Centenas de famílias que foram atingidas pela enchente do rio Acre, no ano de 1995, deram origem ao Bairro Defesa Civil, local disponibilizado provisoriamente pela prefeitura para acomodar os desabrigados.
Dois anos depois, em 1997, uma nova alagação provocou um considerável aumento do número de moradores naquela localidade, constituindo a transição de um local provisório para a efetivação de um novo bairro na cidade de Rio Branco.
Em razão de ser “provisória” área não dispunha de infra-estrutura básica, com os moradores tendo que enfrentar vários problemas, dentre eles a falta d’água potável. No início a prefeitura dava assistência enviando caminhões pipas duas vezes ao dia. No entanto, essa água não era suficiente para beneficiar todos os moradores nas suas devidas necessidades.
Material e Métodos
No desenvolvimento desta pesquisa foram realizados levantamentos bibliográficos a fim de fornecerem subsídios para a construção do debate das questões que giram em torno do urbano, memória, oralidade, costumes, trajetórias entre outros. Nessa fase foram importantes as leituras de Michelle Perrot, Jacques Le Goff, Marilena Chauí, Teresa Caldeira, Philipe Áries, Emir Sade, entre outros, com os quais foi possível discutir a questão do espaço destinado ao pobre e sua exclusão no meio social.
No contato com as fontes desenvolveu-se uma catalogação e diálogo com acervos documentais, como jornais, fotografias e depoimentos orais de moradores do bairro Defesa Civil. O diálogo estabelecido com essa documentação propiciou uma série de reflexões que, aliadas aos depoimentos das pessoas que fizeram e fazem parte da formação do bairro, possibilitou caracterizar a união entre ambiente físico e ambiente social, no qual a dimensão humana toma importância significativa.
Resultados
A partir das análises feitas observou-se que a trajetória dos moradores é baseada em constantes conflitos sociais e até ideológicos, pois, desde sua chegada ao bairro, os mesmos se confrontaram com os diversos problemas existentes no local. A progressiva escassez fez com que a água se tornasse tão cobiçada entre os moradores do Bairro Defesa Civil a ponto de gerar conflitos entre os mesmos.
Durante o dia os moradores ficavam na expectativa, aguardando a chegada do caminhão pipa. Do lado de dentro das casas, a agitação era constante. Os ânimos alterados contribuíam para a deflagração de brigas ao menor e mais banal sinal de provocação. Mulheres, homens e crianças aguardavam o caminhão com os vasilhames dos mais diversos tamanhos, como forma de garantir o abastecimento de água. Segundo muitos dos depoentes que viveram essa experiência, quando o caminhão chegava ao local era recebido com uma verdadeira devoção.
Conclusão
A atual situação dos moradores do Bairro Defesa Civil permanece a mesma de anos anteriores, se diferenciando apenas no maior número de moradores. A pesquisa aponta que o crescimento do bairro trouxe problemas que perduram até hoje, as pessoas foram chegando e se alojando como podiam ocasionando um crescimento desordenado do bairro.
À medida que a população do Bairro Defesa Civil cresce, aumenta também a demanda de água. Assim, a deficiência em qualidade e quantidade de recursos hídricos tornou-se evidente e preocupante. Os níveis de atendimento com serviços de abastecimento de água não só no bairro Defesa Civil como também na cidade de Rio Branco, são ainda muito precários, constituindo-se como um dos fatores para a proliferação de doenças e a deficiência na qualidade de vida na capital do Estado do Acre.
Em razão de ser “provisória” área não dispunha de infra-estrutura básica, com os moradores tendo que enfrentar vários problemas, dentre eles a falta d’água potável. No início a prefeitura dava assistência enviando caminhões pipas duas vezes ao dia. No entanto, essa água não era suficiente para beneficiar todos os moradores nas suas devidas necessidades.
Material e Métodos
No desenvolvimento desta pesquisa foram realizados levantamentos bibliográficos a fim de fornecerem subsídios para a construção do debate das questões que giram em torno do urbano, memória, oralidade, costumes, trajetórias entre outros. Nessa fase foram importantes as leituras de Michelle Perrot, Jacques Le Goff, Marilena Chauí, Teresa Caldeira, Philipe Áries, Emir Sade, entre outros, com os quais foi possível discutir a questão do espaço destinado ao pobre e sua exclusão no meio social.
No contato com as fontes desenvolveu-se uma catalogação e diálogo com acervos documentais, como jornais, fotografias e depoimentos orais de moradores do bairro Defesa Civil. O diálogo estabelecido com essa documentação propiciou uma série de reflexões que, aliadas aos depoimentos das pessoas que fizeram e fazem parte da formação do bairro, possibilitou caracterizar a união entre ambiente físico e ambiente social, no qual a dimensão humana toma importância significativa.
Resultados
A partir das análises feitas observou-se que a trajetória dos moradores é baseada em constantes conflitos sociais e até ideológicos, pois, desde sua chegada ao bairro, os mesmos se confrontaram com os diversos problemas existentes no local. A progressiva escassez fez com que a água se tornasse tão cobiçada entre os moradores do Bairro Defesa Civil a ponto de gerar conflitos entre os mesmos.
Durante o dia os moradores ficavam na expectativa, aguardando a chegada do caminhão pipa. Do lado de dentro das casas, a agitação era constante. Os ânimos alterados contribuíam para a deflagração de brigas ao menor e mais banal sinal de provocação. Mulheres, homens e crianças aguardavam o caminhão com os vasilhames dos mais diversos tamanhos, como forma de garantir o abastecimento de água. Segundo muitos dos depoentes que viveram essa experiência, quando o caminhão chegava ao local era recebido com uma verdadeira devoção.
Conclusão
A atual situação dos moradores do Bairro Defesa Civil permanece a mesma de anos anteriores, se diferenciando apenas no maior número de moradores. A pesquisa aponta que o crescimento do bairro trouxe problemas que perduram até hoje, as pessoas foram chegando e se alojando como podiam ocasionando um crescimento desordenado do bairro.
À medida que a população do Bairro Defesa Civil cresce, aumenta também a demanda de água. Assim, a deficiência em qualidade e quantidade de recursos hídricos tornou-se evidente e preocupante. Os níveis de atendimento com serviços de abastecimento de água não só no bairro Defesa Civil como também na cidade de Rio Branco, são ainda muito precários, constituindo-se como um dos fatores para a proliferação de doenças e a deficiência na qualidade de vida na capital do Estado do Acre.
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