A DEMISSÃO DE MARINA SILVA
Defensora da Amazônia, Marina blindou pressão mundial
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A indicação de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, passou a mensagem de que a questão ambiental estaria na ordem do dia do governo e a "defensora da floresta" prometeu lutar com todas as forças para isso.
Ela ajudou a aliviar a pressão internacional e dentro do país pela preservação da Amazônia, mas uma vez à frente do cargo, Marina Silva protagonizou diversos episódios desgastantes envolvendo colegas de governo.
Polemizou com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, por causa de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como as usinas do rio Madeira. E foi alvo de críticas pelo rigor na concessão de licenças ambientais pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para essas e outras obras.
A atuação do Ibama foi apontada muitas vezes como entrave ao crescimento econômico do país, e o próprio presidente Lula chegou por diversas vezes a criticar abertamente a suposta morosidade do órgão.
Marina também foi pivô de disputas com os ministros da Agricultura de Lula -- o ex-Roberto Rodrigues e o atual Reinhold Stephanes. Logo no primeiro ano de mandato, perdeu a queda-de-braço com Rodrigues e viu ser liberado o plantio de transgênicos no país.
Posteriormente, apareceu como crítica dos danos ambientais causados pelo agronegócio, como o desmatamento da Amazônia atribuído por ela ao avanço do plantio de soja sobre a floresta. Marina Silva colocava-se, mais uma vez, em posição de antagonismo ao Ministério da Agricultura.
Quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou em janeiro deste ano que o desmatamento da Amazônia voltava a subir, Marina alertou para o crescimento perigoso das áreas do agronegócio, o que irritou o presidente da República.
Lula buscava minimizar a notícia e a ministra atacava uma área sensível, principalmente fora do país, onde já se apontava a ameaça para a Amazônia do crescimento do plantio da soja para biocombustíveis.
Chico Mendes
Maria Osmarina Silva de Lima aprendeu a ler já adolescente, quando mudou-se para a capital do Acre para tratar-se de uma hepatite. Não havia escolas no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros da capital, onde Marina nasceu em 1958.
Seu primeiro trabalho foi de empregada doméstica e, aos 26 anos, formou-se em história pela Universidade Federal do Acre.
Ainda jovem, Marina Silva trocou o sonho de ser freira pela atividade política e lutou ao lado do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes. Com ele, fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre.
Em 1988, ano do assassinato do amigo Chico Mendes, Marina elegeu-se vereadora mais votada de Rio Branco (AC). Em 1990, assumiu uma cadeira de deputada estadual, sendo também a mais votada.
Eleita pela primeira vez para o Senado em 1994, pelo PT do Acre, Marina Silva foi na ocasião, aos 36 anos, a senadora mais jovem da história da República e a mais votada entre os candidatos de seu Estado.
Em 2002 foi reeleita para o Senado com uma votação quase três vezes superior à anterior. E para lá deve voltar, depois de cinco anos e meio no ministério. (Por Maria Pia Palermo e Fabio Murakawa)
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A indicação de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, passou a mensagem de que a questão ambiental estaria na ordem do dia do governo e a "defensora da floresta" prometeu lutar com todas as forças para isso.
Ela ajudou a aliviar a pressão internacional e dentro do país pela preservação da Amazônia, mas uma vez à frente do cargo, Marina Silva protagonizou diversos episódios desgastantes envolvendo colegas de governo.
Polemizou com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, por causa de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como as usinas do rio Madeira. E foi alvo de críticas pelo rigor na concessão de licenças ambientais pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para essas e outras obras.
A atuação do Ibama foi apontada muitas vezes como entrave ao crescimento econômico do país, e o próprio presidente Lula chegou por diversas vezes a criticar abertamente a suposta morosidade do órgão.
Marina também foi pivô de disputas com os ministros da Agricultura de Lula -- o ex-Roberto Rodrigues e o atual Reinhold Stephanes. Logo no primeiro ano de mandato, perdeu a queda-de-braço com Rodrigues e viu ser liberado o plantio de transgênicos no país.
Posteriormente, apareceu como crítica dos danos ambientais causados pelo agronegócio, como o desmatamento da Amazônia atribuído por ela ao avanço do plantio de soja sobre a floresta. Marina Silva colocava-se, mais uma vez, em posição de antagonismo ao Ministério da Agricultura.
Quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou em janeiro deste ano que o desmatamento da Amazônia voltava a subir, Marina alertou para o crescimento perigoso das áreas do agronegócio, o que irritou o presidente da República.
Lula buscava minimizar a notícia e a ministra atacava uma área sensível, principalmente fora do país, onde já se apontava a ameaça para a Amazônia do crescimento do plantio da soja para biocombustíveis.
Chico Mendes
Maria Osmarina Silva de Lima aprendeu a ler já adolescente, quando mudou-se para a capital do Acre para tratar-se de uma hepatite. Não havia escolas no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros da capital, onde Marina nasceu em 1958.
Seu primeiro trabalho foi de empregada doméstica e, aos 26 anos, formou-se em história pela Universidade Federal do Acre.
Ainda jovem, Marina Silva trocou o sonho de ser freira pela atividade política e lutou ao lado do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes. Com ele, fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre.
Em 1988, ano do assassinato do amigo Chico Mendes, Marina elegeu-se vereadora mais votada de Rio Branco (AC). Em 1990, assumiu uma cadeira de deputada estadual, sendo também a mais votada.
Eleita pela primeira vez para o Senado em 1994, pelo PT do Acre, Marina Silva foi na ocasião, aos 36 anos, a senadora mais jovem da história da República e a mais votada entre os candidatos de seu Estado.
Em 2002 foi reeleita para o Senado com uma votação quase três vezes superior à anterior. E para lá deve voltar, depois de cinco anos e meio no ministério. (Por Maria Pia Palermo e Fabio Murakawa)
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