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13 janeiro 2009

TIÃO E GARIBALDI: JUNTOS CONTRA SARNEY

Tião e Garibaldi unem forças contra ofensiva do PMDB no Senado. Reação é uma resposta à tentativa da direção do partido de lançar o senador José Sarney (PMDB-AP) como candidato único

Márcio Falcão
Folha Online, em Brasília

Os dois candidatos à presidência do Senado Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Tião Viana (PT-AC) decidiram unir forças contra a ofensiva da cúpula do PMDB de definir a disputa. A reação é uma resposta à tentativa da direção do partido de lançar o senador José Sarney (PMDB-AP) como candidato único.

Tião e Garibaldi almoçaram juntos nesta terça-feira e decidiram manter seus nomes na disputa. No encontro, Garibaldi teria dito ao petista que sua candidatura é irreversível, e que tentará convencer sua bancada de que é a melhor opção para o Senado. Segundo Tião, o peemedebista teria garantido que só sairia da disputa se fosse a favor do petista.

Para Tião, a engenharia estudada pelo PMDB para levar Sarney à presidência da Casa --que envolveria a ida de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a liderança da bancada do partido e a condução de Valdir Raupp (PMDB-RO) para a liderança do governo-- faz parte do jogo político. "É natural, é disputa de poder", disse Tião.

Na avaliação do petista, o argumento utilizado por líderes do PMDB para justificar a resistência ao seu nome não se justifica. Os peemedebistas dizem que eleger Tião seria um desrespeito ao regimento interno da casa, pois o PT é apenas a quarta bancada em número de senadores.

No entanto, Tião lembra que em 1997 o ex-senador Antonio Carlos Magalhães foi eleito integrante de uma bancada com apenas seis senadores. "Isso não tem fundamento, tenho um programa para o Senado, não vejo como minha candidatura possa significar descumprimento do regimento"

Em relação a uma possível interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa, que poderia apoiar o nome de Sarney, o petista sustenta que não passa de "especulação para tumultuar o cenário".

Tião e Garibaldi devem voltar a se reunir na tarde de hoje. Os dois ficaram de telefonar para colegas na tentativa de sentir a nova temperatura da disputa.

Imagem: Reuters/Folha Imagem