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02 fevereiro 2009

BLOG DO NOBLAT: A DEIXA PARA SARNEY DESISTIR

Sucessão no Senado - De pé pelo Brasil!

Blog do Noblat

Acordou, Sarney?

Pelo que lhe conheço você não deve ter dormido direito. Eu também não. Fui deitar depois das 4h e aqui estou a aborrecê-lo.

Imagino você, que tenta ser presidente do Senado pela terceira vez dos anos 90 para cá.

Vai, levanta da cama, pede o café e os jornais.

A leitura dos jornais deve ter-lhe provocado azia muitas vezes, mas você gosta deles, é dono de um e até foi repórter antes de ser político.

Dr. Ulysses Guimarães, com quem você tinha uma relação de amor e ódio, dizia que não lia jornais, mas que sabia o que eles publicavam.

Lorota do velho. Ele lia, sim, para medir a temperatura ambiente e descobrir alguma coisa que não soubesse.

Quem não lê se assusta depois quando um mero pedido de asilo político vira uma confusão dos diabos.

Hoje será seu grande dia, Sarney - para o bem ou para o mal.

Não basta vencer.

No caso de uma vitória apertada, seus desafetos dirão que você será incapaz de comandar o Senado com pulso firme, que todos os seus atos serão contestados, que sua saúde fraquejará, etc e tal...

É bobagem, eu sei, mas eles dirão isso. Começaram a dizer.

Se vencer com uma razoável margem de votos, aí, sim, terá mais é que sair para o abraço, abrir as portas da casa para receber os amigos, agradecer a Deus antes de ir dormir e se permitir dizer baixinho antes de cair no sono para só você escutar: "Eu sou bom mesmo". Bom com ph.

Passará os próximos dois anos pontificando do alto da cadeira que acomodou nádegas ilustres ainda na época do Império.

Se quiser, ainda terá a chance de renovar o mandato por mais dois anos.

Estará na foto oficial da posse do futuro presidente da República seja ele quem for. E o coitado ainda será forçado a comer direitinho em sua mão.

Se perder a eleição, aconselho-o a pensar 10, 100 vezes antes de se candidatar novamente a qualquer posto eletivo.

Por que arriscar a saúde e a biografia depois dos 78 anos de idade?

Não me diga que seus videntes de confiança, embalados pelo toque eletrizante dos tambores de Codó, ainda insistem em vaticinar que você será presidente da República mais uma vez?

Cadê a férrea disposição manifestada no ano passado de se dedicar mais à literatura, às suas memórias, à dona Marly, aos filhos e aos netos?

Você sempre foi um pai de família amoroso, mas ausente. A política é monogâmica. Ela não compartilha a cama com mais ninguém

Pense a respeito, homem. E não me queira mal.