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16 junho 2009

OS MALES DO FUMO EM DESTAQUE

Artigo avalia o impacto emocional das imagens de advertência em maços de cigarros sobre a população

[As novas advertências de saúde pública para controle do tabagismo que começam
a ser incluídas, a partir deste mês, nos maços de cigarros e nas embalagens de
outros produtos de tabaco]


No século recém-terminado, o consumo de tabaco levou à morte cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. A cada ano, no mundo, 5,4 milhões de pessoas morrem por doenças decorrentes da inalação de fumaça de derivados do tabaco. Até 2030, esse número aumentará para 8 milhões de mortes anuais, 80% delas em países em desenvolvimento.

As previsões para todo o século 21 são drásticas: 1 bilhão de mortes causadas pelo uso direto ou indireto de tabaco – quem convive com fumantes também está exposto a doenças graves. Alternativas para o controle dessa alarmante epidemia estão sendo desenvolvidas. Entre elas, o uso de imagens que despertam aversão em advertências de saúde pública estampadas nas embalagens de produtos derivados do tabaco.

O consumo de cigarros ou outros produtos fabricados com as folhas da planta conhecida como tabaco (Nicotiana tabacum) é a principal, e praticamente única, causa de morte evitável do mundo. As múltiplas formas de ataque ao corpo humano fazem do tabagismo um fator de risco para seis das oito principais doenças que mais matam no mundo.

Apesar dos conhecimentos científicos atuais, poucos fumantes entendem a realidade do risco que correm ao consumir esse tipo de produto. Estima-se que 200 mil pessoas morram por ano, apenas no Brasil, de doenças decorrentes do consumo de produtos de tabaco.

Diversas estratégias vêm sendo implantadas em todo o mundo para controlar o avanço do consumo de cigarros e outros produtos de tabaco. Em 2003, foi aprovado pela primeira vez na história um tratado internacional dedicado à saúde pública, elaborado por iniciativa da Organização Mundial de Saúde. A Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, como é conhecida, aponta medidas que devem ser adotadas pelos países signatários para conter a expansão da epidemia tabagista. O tratado entrou em vigor em fevereiro de 2005 e conta com mais de 160 países signatários.

O caso brasileiro

No Brasil, nos últimos 20 anos, as ações de controle do tabagismo vêm sendo intensificadas com o objetivo de reduzir a quantidade de fumantes na população e os índices de doentes (morbidade) e de mortes (mortalidade) associados ao consumo de derivados do tabaco.

O controle do tabagismo já mostra resultados positivos no país: a proporção de fumantes na população acima de 18 anos, por exemplo, caiu de 34,8% em 1989 para 22,4% em 2003. Em 2006, um inquérito do Ministério da Saúde indicou que essa proporção diminuiu ainda mais, para 16%. Esse percentual é inferior ao de outros países do continente americano, como Estados Unidos (23,2%) e Argentina (29,7%), e de países europeus, como França (29,9%) e Espanha (33,2%).

Outra importante ação de controle do tabagismo no Brasil foi a inclusão nas embalagens de produtos do tabaco, a partir de 2001, de advertências de saúde pública com imagens impactantes.

Todo fabricante ou importador de produtos de tabaco é obrigado por lei a inserir nas embalagens advertências sanitárias acompanhadas de fotografias que descrevam as consequências do fumo. Estas devem ocupar 100% de uma das maiores faces das embalagens, além de exibir o número do Disque Saúde – Pare de Fumar (0800 61 1997), serviço de atendimento por telefone também criado em 2001 pelo Ministério da Saúde e coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A exibição de qualquer tipo de propaganda de produtos de tabaco também foi proibida no território brasileiro, sendo permitida apenas nos pontos de venda, mas, ainda assim, devem exibir as advertências sanitárias em 10% do espaço de publicidade.

Eliane Volchan e Billy E. M. Nascimento-Instituto Carlos Chagas Filho
Letícia Oliveira e Mirtes G. Pereira-Universidade Federal Fluminense
Sonia Gleiser-Instituto de Psiquiatria, UFRJ
Rejane Spitz e Nilton Gamba Jr.-PUC Rio de Janeiro
Cristina Perez e Tânia Cavalcante-Instituto Nacional de Câncer

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