INÉDITO NO BRASIL: TRANSMISSÃO DE CINEMA EM SUPERALTA DEFINIÇÃO ACONTECE HOJE
Primeira transmissão de cinema em superalta definição da América Latina para os Estados Unidos e Japão ocorrerá na quinta-feira (30/7), na capital paulista, por meio da rede KyaTera do Programa Tidia, da FAPESP
Definição inédita
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – “A primeira transmissão transcontinental ao vivo de cinema em superalta definição da América Latina para os Estados Unidos e Japão”, como vem sendo chamada por seus organizadores, será realizada na quinta-feira (30/7), às 19 horas, durante a 10ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), em São Paulo.
Do Teatro Popular do Serviço Social da Indústria (Sesi), na capital paulista, o filme Enquanto a noite não chega, dirigido por Beto Souza e Renato Falcão, será transmitido para a Universidade da Califórnia em San Diego e para a Universidade de Keio.
Por meio da rede KyaTera, do Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) da FAPESP, o desafio será transmitir, em tempo real, imagens em movimento de um longa-metragem com resolução de 4K.
A tecnologia 4K (4096×2160 pixels) se refere à projeção de imagens em altíssima resolução. O total equivale a mais de 8 milhões de pixels, o dobro de um filme digital convencional. Trata-se de uma imagem com definição cerca de quatro vezes maior do que a HD (High Definition) e 24 vezes superior que a da televisão tradicional.
As imagens serão transmitidas ao vivo pelas redes de fibras ópticas do KyaTera, que operam com taxas de até 10 gigabits por segundo (Gbps), capacidade atualmente restrita principalmente às universidades e instituições de pesquisa do país.
“Trata-se de um experimento que abre possibilidades enormes para a ciência, funcionando, primeiramente, com a demonstração de um princípio tecnológico factível para, em seguida, gerar novos benefícios e aplicações em outras áreas do conhecimento”, disse o professor Eunézio de Souza, coordenador do Laboratório de Fotônica do Mackenzie e coordenador da camada física das redes ópticas do KyaTera, à Agência FAPESP.
“As infraestruturas lógica e física da rede estão prontas e as chances de a transmissão fracassar são muito remotas – isso aconteceria caso a energia elétrica da Avenida Paulista acabasse na hora do experimento, por exemplo, uma vez que os lasers que alimentam os cabos ópticos com informações são alimentados eletricamente”, afirmou.
Segundo o docente, que é conhecido pela comunidade científica como Thoroh, a transmissão transcontinental só se tornará possível graças à infraestrutura oferecida pela rede, que conecta dezenas de laboratórios de pesquisa no Estado de São Paulo.
“Sem o KyaTera não haveria esse experimento. A grande vantagem dessa rede é a possibilidade de usarmos as fibras ópticas apagadas [desativadas ou sem tráfego de luz], que já estão disponíveis e não estão conectadas a nenhum dispositivo convencional. Essas fibras pertencem à Telefônica e foram cedidas por meio de um acordo de cooperação científica com a FAPESP”, disse.
“Diferentemente das fibras acesas, cuja largura de banda é determinada pelas empresas operadoras, nas fibras apagadas somos nós, pesquisadores, que determinamos as características da banda a ser utilizada. Para o experimento da transmissão transcontinental de imagens em superalta definição, utilizaremos taxas de cerca de 10 Gbps”, completou.
Debate no dia 31
Pelo lado brasileiro, a iniciativa é liderada por docentes e pesquisadores dos programas de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura e de Engenharia Elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os detalhes técnicos para a transmissão das imagens estão a cargo do Laboratório de Fotônica do Mackenzie.
“Vemos esse experimento como a ligação da inovação tecnológica com um evento cultural e artístico que é o cinema”, disse Jane de Almeida, coordenadora dos cursos de mestrado e doutorado em Educação, Arte e História da Cultura do Mackenzie e que também está à frente do experimento.
Participam ainda da transmissão pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Rede ANSP (Academic Network at São Paulo, na sigla em inglês), da FAPESP.
No dia seguinte à transmissão transcontinental, na sexta-feira (31/7), às 10 horas, haverá um debate por cineconferência com pesquisadores brasileiros e das duas universidades estrangeiras que participam do projeto.
Mais informações: http://www.file.org.br
(foto: divulgação)
Definição inédita
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – “A primeira transmissão transcontinental ao vivo de cinema em superalta definição da América Latina para os Estados Unidos e Japão”, como vem sendo chamada por seus organizadores, será realizada na quinta-feira (30/7), às 19 horas, durante a 10ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), em São Paulo.
Do Teatro Popular do Serviço Social da Indústria (Sesi), na capital paulista, o filme Enquanto a noite não chega, dirigido por Beto Souza e Renato Falcão, será transmitido para a Universidade da Califórnia em San Diego e para a Universidade de Keio.
Por meio da rede KyaTera, do Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) da FAPESP, o desafio será transmitir, em tempo real, imagens em movimento de um longa-metragem com resolução de 4K.
A tecnologia 4K (4096×2160 pixels) se refere à projeção de imagens em altíssima resolução. O total equivale a mais de 8 milhões de pixels, o dobro de um filme digital convencional. Trata-se de uma imagem com definição cerca de quatro vezes maior do que a HD (High Definition) e 24 vezes superior que a da televisão tradicional.
As imagens serão transmitidas ao vivo pelas redes de fibras ópticas do KyaTera, que operam com taxas de até 10 gigabits por segundo (Gbps), capacidade atualmente restrita principalmente às universidades e instituições de pesquisa do país.
“Trata-se de um experimento que abre possibilidades enormes para a ciência, funcionando, primeiramente, com a demonstração de um princípio tecnológico factível para, em seguida, gerar novos benefícios e aplicações em outras áreas do conhecimento”, disse o professor Eunézio de Souza, coordenador do Laboratório de Fotônica do Mackenzie e coordenador da camada física das redes ópticas do KyaTera, à Agência FAPESP.
“As infraestruturas lógica e física da rede estão prontas e as chances de a transmissão fracassar são muito remotas – isso aconteceria caso a energia elétrica da Avenida Paulista acabasse na hora do experimento, por exemplo, uma vez que os lasers que alimentam os cabos ópticos com informações são alimentados eletricamente”, afirmou.
Segundo o docente, que é conhecido pela comunidade científica como Thoroh, a transmissão transcontinental só se tornará possível graças à infraestrutura oferecida pela rede, que conecta dezenas de laboratórios de pesquisa no Estado de São Paulo.
“Sem o KyaTera não haveria esse experimento. A grande vantagem dessa rede é a possibilidade de usarmos as fibras ópticas apagadas [desativadas ou sem tráfego de luz], que já estão disponíveis e não estão conectadas a nenhum dispositivo convencional. Essas fibras pertencem à Telefônica e foram cedidas por meio de um acordo de cooperação científica com a FAPESP”, disse.
“Diferentemente das fibras acesas, cuja largura de banda é determinada pelas empresas operadoras, nas fibras apagadas somos nós, pesquisadores, que determinamos as características da banda a ser utilizada. Para o experimento da transmissão transcontinental de imagens em superalta definição, utilizaremos taxas de cerca de 10 Gbps”, completou.
Debate no dia 31
Pelo lado brasileiro, a iniciativa é liderada por docentes e pesquisadores dos programas de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura e de Engenharia Elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os detalhes técnicos para a transmissão das imagens estão a cargo do Laboratório de Fotônica do Mackenzie.
“Vemos esse experimento como a ligação da inovação tecnológica com um evento cultural e artístico que é o cinema”, disse Jane de Almeida, coordenadora dos cursos de mestrado e doutorado em Educação, Arte e História da Cultura do Mackenzie e que também está à frente do experimento.
Participam ainda da transmissão pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Rede ANSP (Academic Network at São Paulo, na sigla em inglês), da FAPESP.
No dia seguinte à transmissão transcontinental, na sexta-feira (31/7), às 10 horas, haverá um debate por cineconferência com pesquisadores brasileiros e das duas universidades estrangeiras que participam do projeto.
Mais informações: http://www.file.org.br
(foto: divulgação)
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