GRIPE SUÍNA: A IMPRENSA DE VOLTA AO ALARMISMO
Radis-Comunicação em Saúde
Apesar do comedimento inicial da maioria dos veículos na cobertura do vírus influenza A (H1N1) – em abril, a exceção foi o Globo, como reportou a Radis 82, a imprensa brasileira vem aos poucos retomando seus níveis habituais de alarmismo em eventos sanitários, já registra a crítica da mídia (ver textos abaixo). O ponto alto foi no domingo 26 de julho, quando a Folha de S. Paulo usou maliciosamente modelo matemático antigo do Ministério da Saúde para exagerar o alastramento da gripe.
O equívoco foi sério a ponto de seu próprio ombudsman condenar com veemência a matéria: “Um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal desde que assumi o cargo, em abril de 2008”, escreveu Carlos Eduardo Lins da Silva (texto abaixo). Na noite de domingo, no programa Painel da Globo News (previamente gravado), o diretor da Faculdade de Medicina da USP, Marcos Boulos, condenou o “exagero” da imprensa em geral no anúncio do número de mortes: “Não é maior do que em outros invernos, só que a imprensa nunca cobriu”, disse. “Em vez de pôr o foco na orientação, põe na morte, sempre o mais apavorante possível”.
Na segunda-feira (20/7), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi ao Programa do Jô para, em longa entrevista, derrubar um a um os equívocos. Um dos momentos mais esclarecedores foi na resposta à pergunta de uma pessoa da plateia – “O que fazer se não se souber se a gripe é suína ou comum?” O ministro foi claro: “Não faz a menor diferença se é suína ou sazonal; se o paciente é hipertenso, diabético ou tem qualquer outro agravo, vai ao médico e toma o remédio”.
A circulação do H1N1
O número de novos casos da gripe no estado mexicano de Chiapas está aumentando, com mais de 130 casos diários, informou a France-Presse (27/7). O governo afirma que o vírus está sob controle no restante do país. Vive em Chiapas, no sudeste do México, uma empobrecida população indígena, e para lá acorre boa parte dos imigrantes da América Central que se dirigem aos Estados Unidos. Ocorreram na região oito das 10 últimas mortes registradas – o número total de óbitos no México é de 138, em 14.800 casos confirmados.
Em 23/7, o Reino Unido estimou em 100 mil os novos casos de gripe suína surgidos nos sete dias anteriores, contra os 55 mil da segunda semana do mês. Apesar da transmissão generalizada, o virus matou 26 pessoas.
A atividade do influenza A H1N1 decresceu pela quarta semana consecutiva nos EUA, mas a circulação do vírus ainda é alta em sete estados — o que é considerado incomum para um mês de verão. Morreram 302 pessoas por complicações da gripe suína, segundo informe (24/7) do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). O número de casos confirmados estacionou em 43.771 porque o país, assim como o Brasil, parou com os testes generalizados de laboratório — e com a própria contagem de casos: além da “dramática” subnotificação, que encobre o número real de contaminações, a prática desperdiça inutilmente recursos públicos, justificou o CDC. As autoridades continuarão a contar internações e óbitos. A OMS parou a contagem de casos desde 16 de julho.
Apesar do comedimento inicial da maioria dos veículos na cobertura do vírus influenza A (H1N1) – em abril, a exceção foi o Globo, como reportou a Radis 82, a imprensa brasileira vem aos poucos retomando seus níveis habituais de alarmismo em eventos sanitários, já registra a crítica da mídia (ver textos abaixo). O ponto alto foi no domingo 26 de julho, quando a Folha de S. Paulo usou maliciosamente modelo matemático antigo do Ministério da Saúde para exagerar o alastramento da gripe.
O equívoco foi sério a ponto de seu próprio ombudsman condenar com veemência a matéria: “Um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal desde que assumi o cargo, em abril de 2008”, escreveu Carlos Eduardo Lins da Silva (texto abaixo). Na noite de domingo, no programa Painel da Globo News (previamente gravado), o diretor da Faculdade de Medicina da USP, Marcos Boulos, condenou o “exagero” da imprensa em geral no anúncio do número de mortes: “Não é maior do que em outros invernos, só que a imprensa nunca cobriu”, disse. “Em vez de pôr o foco na orientação, põe na morte, sempre o mais apavorante possível”.
Na segunda-feira (20/7), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi ao Programa do Jô para, em longa entrevista, derrubar um a um os equívocos. Um dos momentos mais esclarecedores foi na resposta à pergunta de uma pessoa da plateia – “O que fazer se não se souber se a gripe é suína ou comum?” O ministro foi claro: “Não faz a menor diferença se é suína ou sazonal; se o paciente é hipertenso, diabético ou tem qualquer outro agravo, vai ao médico e toma o remédio”.
A circulação do H1N1
O número de novos casos da gripe no estado mexicano de Chiapas está aumentando, com mais de 130 casos diários, informou a France-Presse (27/7). O governo afirma que o vírus está sob controle no restante do país. Vive em Chiapas, no sudeste do México, uma empobrecida população indígena, e para lá acorre boa parte dos imigrantes da América Central que se dirigem aos Estados Unidos. Ocorreram na região oito das 10 últimas mortes registradas – o número total de óbitos no México é de 138, em 14.800 casos confirmados.
Em 23/7, o Reino Unido estimou em 100 mil os novos casos de gripe suína surgidos nos sete dias anteriores, contra os 55 mil da segunda semana do mês. Apesar da transmissão generalizada, o virus matou 26 pessoas.
A atividade do influenza A H1N1 decresceu pela quarta semana consecutiva nos EUA, mas a circulação do vírus ainda é alta em sete estados — o que é considerado incomum para um mês de verão. Morreram 302 pessoas por complicações da gripe suína, segundo informe (24/7) do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). O número de casos confirmados estacionou em 43.771 porque o país, assim como o Brasil, parou com os testes generalizados de laboratório — e com a própria contagem de casos: além da “dramática” subnotificação, que encobre o número real de contaminações, a prática desperdiça inutilmente recursos públicos, justificou o CDC. As autoridades continuarão a contar internações e óbitos. A OMS parou a contagem de casos desde 16 de julho.
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