INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Depressão e obesidade são fatores de risco para incontinência urinária
Fernanda Marques
Agência Fiocruz de Notícias
O estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento – coordenado pela Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – está sendo realizado em sete países da América Latina e do Caribe. O objetivo geral era avaliar as condições de vida e saúde das pessoas com mais de 60 anos de idade. No Brasil, os dados foram coletados na cidade de São Paulo, onde mais de 2 mil idosos (ou seus cuidadores) foram entrevistados. Essas entrevistas revelaram, entre outros aspectos, que a incontinência urinária – um dos “gigantes da geriatria”, por suas consequências negativas na qualidade de vida – atinge 16,5% dos idosos na faixa etária entre 60 e 74 anos e 33,3% daqueles acima dos 75 anos. Idade mais avançada e sexo feminino são alguns dos fatores associados ao problema. Os resultados são apresentados em artigo da edição de agosto da revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.
Os números da pesquisa revelam que as condições gerais de vida e saúde estão associadas à incontinência urinária. Entre os idosos com 75 anos ou mais que consideravam boa a própria saúde, a prevalência de incontinência urinária foi de 22,5%. Já entre aqueles que avaliaram sua saúde como regular ou ruim, a prevalência do problema chegou a 41,5%. Resultado similar foi observado quando se analisou a capacidade dos idosos de executarem tarefas cotidianas. Entre os entrevistados que relataram dificuldades na realização dessas atividades, o risco de ter incontinência urinária foi duas vezes maior.
Depressão, derrame, diabetes e obesidade são outros fatores de risco associados à incontinência urinária. De acordo com o artigo, idosos com depressão moderada a grave apresentaram 2,5 vezes mais chance de incontinência urinária, enquanto o fato de já ter sofrido um derrame ou ser diabético multiplicava o risco do problema por 1,69 e 1,56, respectivamente. “Uma redução de peso de 5% a 10% tem eficácia similar a outros tratamentos não cirúrgicos e pode ser considerada como um tratamento de primeira linha para a incontinência urinária”, diz o artigo, assinado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro Estadual de Prevenção e Tratamento de Disfunções Miccionais de Jaú (SP).
Os autores destacam que já existem no Brasil em torno de 17,6 milhões de pessoas com mais de 60 anos. As estimativas apontam que até 2025 a população idosa em alguns países da América Latina e do Caribe será três vezes maior do que era em 1980 – cenário que impõe desafios sociais e de saúde pública aos países. “O conhecimento dos fatores de risco torna possível desenvolver estratégias de prevenção e políticas de assistência mais adequadas, de modo a permitir que as pessoas envelheçam com melhor qualidade de vida”, recomendam os pesquisadores no artigo.
Para ler a íntegra do artigo, clique aqui (em inglês).
Fernanda Marques
Agência Fiocruz de Notícias
O estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento – coordenado pela Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – está sendo realizado em sete países da América Latina e do Caribe. O objetivo geral era avaliar as condições de vida e saúde das pessoas com mais de 60 anos de idade. No Brasil, os dados foram coletados na cidade de São Paulo, onde mais de 2 mil idosos (ou seus cuidadores) foram entrevistados. Essas entrevistas revelaram, entre outros aspectos, que a incontinência urinária – um dos “gigantes da geriatria”, por suas consequências negativas na qualidade de vida – atinge 16,5% dos idosos na faixa etária entre 60 e 74 anos e 33,3% daqueles acima dos 75 anos. Idade mais avançada e sexo feminino são alguns dos fatores associados ao problema. Os resultados são apresentados em artigo da edição de agosto da revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.
Os números da pesquisa revelam que as condições gerais de vida e saúde estão associadas à incontinência urinária. Entre os idosos com 75 anos ou mais que consideravam boa a própria saúde, a prevalência de incontinência urinária foi de 22,5%. Já entre aqueles que avaliaram sua saúde como regular ou ruim, a prevalência do problema chegou a 41,5%. Resultado similar foi observado quando se analisou a capacidade dos idosos de executarem tarefas cotidianas. Entre os entrevistados que relataram dificuldades na realização dessas atividades, o risco de ter incontinência urinária foi duas vezes maior.
Depressão, derrame, diabetes e obesidade são outros fatores de risco associados à incontinência urinária. De acordo com o artigo, idosos com depressão moderada a grave apresentaram 2,5 vezes mais chance de incontinência urinária, enquanto o fato de já ter sofrido um derrame ou ser diabético multiplicava o risco do problema por 1,69 e 1,56, respectivamente. “Uma redução de peso de 5% a 10% tem eficácia similar a outros tratamentos não cirúrgicos e pode ser considerada como um tratamento de primeira linha para a incontinência urinária”, diz o artigo, assinado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro Estadual de Prevenção e Tratamento de Disfunções Miccionais de Jaú (SP).
Os autores destacam que já existem no Brasil em torno de 17,6 milhões de pessoas com mais de 60 anos. As estimativas apontam que até 2025 a população idosa em alguns países da América Latina e do Caribe será três vezes maior do que era em 1980 – cenário que impõe desafios sociais e de saúde pública aos países. “O conhecimento dos fatores de risco torna possível desenvolver estratégias de prevenção e políticas de assistência mais adequadas, de modo a permitir que as pessoas envelheçam com melhor qualidade de vida”, recomendam os pesquisadores no artigo.
Para ler a íntegra do artigo, clique aqui (em inglês).
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