UM MOMENTO
Antonio Alves
Blog Tempo Algum
Tudo é tão indizível que acaba em silêncio. E essa gente toda, nós outros, tagarelando feito doidos. Se ao menos não tivesse essa friagem, esse vento seco e esse céu de um azul tão limpo, talvez as palavras servissem como embalagem para as coisas sólidas e quentes, coisas densas que impusessem sua existência inevitável e dolorosa. Mas o princípio do verão amazônico é de uma alegria luminosa, como se Deus, descalço, pisassem em folhas.
.
Um inventário do silêncio registra: vizinho varrendo o quintal, filhotes de cachorro brincando, crianças correndo, ônibus que passa, periquitos no coqueiro, mãe chamando filho para tomar banho, o martelo de alguém que conserta uma escada, alguma música incidental num rádio distante. Cabe mais, talvez, tudo a seu tempo.
.
Cabe ouvir.
Blog Tempo Algum
Tudo é tão indizível que acaba em silêncio. E essa gente toda, nós outros, tagarelando feito doidos. Se ao menos não tivesse essa friagem, esse vento seco e esse céu de um azul tão limpo, talvez as palavras servissem como embalagem para as coisas sólidas e quentes, coisas densas que impusessem sua existência inevitável e dolorosa. Mas o princípio do verão amazônico é de uma alegria luminosa, como se Deus, descalço, pisassem em folhas.
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Um inventário do silêncio registra: vizinho varrendo o quintal, filhotes de cachorro brincando, crianças correndo, ônibus que passa, periquitos no coqueiro, mãe chamando filho para tomar banho, o martelo de alguém que conserta uma escada, alguma música incidental num rádio distante. Cabe mais, talvez, tudo a seu tempo.
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Cabe ouvir.
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