CASO BRUNO: O PAPEL VERGONHOSO DA IMPRENSA E DA POLÍCIA
Bruno e seus amigos foram julgados e condenados pela imprensa com base em provas e elementos materiais que ainda estão sendo investigados pela polícia. É bom que esse conluio imprensa-polícia resulte na condenação dos acusados, pois caso contrário a mesma polícia e a justiça serão acusadas de incompetentes pela imprensa inescrupulosa e festeira
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
Quem está acompanhando o caso do goleiro Bruno, acusado de mandar matar sua amante, já notou que a imprensa está 'fazendo a festa'. E alguns integrantes da polícia também tem aproveitado muito bem os mais de "15 minutos de fama" que estão tendo direito.
Em nome da audiência, do aumento do faturamento publicitário, do irresistivel apelo de aparecer em 'exclusivas' para o Jornal Nacional, a imprensa e o delegado responsável pelo caso - além de subordinados -, estão subvertendo a ética jornalística e demonstrando que a condução do inquérito policial caminha para produzir um relatório final que poderá comprometer a efetiva e justa condenação dos suspeitos.
A polícia é tão desmoralizada no Brasil que a TV Globo conseguiu colocar uma 'câmara escondida' no interior da Delegacia e gravar a conversa entre o advogado de defesa e seus clientes. Além disso, as dependências das Delegacias por onde passaram Bruno e os demais suspeitos viraram autênticas 'salas de imprensa' improvisadas pois as 'imagens exclusivas' só faltaram mostrar os suspeitos indo ao banheiro. Sem falar que durante os deslocamentos entre Delegacias, IML e aeroportos, as viaturas policiais paravam o mais longe possível das portas e portões de entrada, fomentando o tumúltuo entre os curiososo e, por tabela, facilitando o trabalho da imprensa. Imaginem se alguns malucos, amigos de Bruno e demais suspeitos, resolvessem resgatar os mesmos? A carnificina seria garantida e o resgate provável.
Não se surpreendam se uma nova "câmara escondida" for instalada na cela que abriga Bruno e seus amigos. As emissoras de TV devem achar que o público está cansado de reality show de mentirinha. E não adianta você leitor, achar que isso não é legal e não vai acontecer. Os absurdos acima também não eram para ser cometidos e foram...
E a vergonhosa divulgação do conteúdo das mensagens contidas no laptop da amante do goleiro?
Vai ser mel e chupeta para os advogados de defesa arguirem suspeição sobre qualquer prova extraída do mesmo visto a imprensa, aparentemente, hackeou o equipamento antes mesmo dos peritos policiais concluirem seu trabalho. O mesmo vale para a maioria das provas divulgadas em 'primeira mão' pela imprensa.
Não estou defendendo as supostas ações de Bruno e companhia. Condeno os absurdos cometidos pela polícia e a ganância da imprensa que em geral deturpa os fatos em nome da 'notícia'.
Eu não ficarei espantado se, confirmadas as suspeitas até aqui levantadas, Bruno e seus amigos venham a ser condenados de forma branda pela justiça. Nesta instância o que vale são provas materiais robustas, consistentes. E até agora o que vemos do inquérito policial divulgado amplamente pela imprensa são apenas provas testemunhais facilmente rebatíveis por qualquer 'advogado de porta de cadeia'.
Se isso vier a acontecer, os que consomem de forma indiscriminada e pouco crítica o que vem e lem sobre o caso não terão direito de se sentir indignados e revoltados com o possível desfecho sob pena de serem tachados de ridículos e analfabetos.
É bom que se diga que esses cidadãos, como autênticos representantes da 'Geração Calcinha Preta' que aos poucos está dominando a sociedade brasileira, terão, na verdade, contribuído negativamente para o desfecho do caso não apenas por serem socialmente 'quase-civilizados', mas por que sofrem de curiosidade mórbida crônica - alimentada pela imprensa sensacionalista - que, para ser plenamente saciada, interefere na correta condução policial e judicial de casos exemplares, como parece ser esse do goleiro Bruno.
Chega de acusar 'cegamente' a polícia e a justiça brasileira de ser incompetentes. Antes disso, nossa sociedade precisa ser competente e civilizada. Infelizmente ainda estamos longe disso.
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
Quem está acompanhando o caso do goleiro Bruno, acusado de mandar matar sua amante, já notou que a imprensa está 'fazendo a festa'. E alguns integrantes da polícia também tem aproveitado muito bem os mais de "15 minutos de fama" que estão tendo direito.
Em nome da audiência, do aumento do faturamento publicitário, do irresistivel apelo de aparecer em 'exclusivas' para o Jornal Nacional, a imprensa e o delegado responsável pelo caso - além de subordinados -, estão subvertendo a ética jornalística e demonstrando que a condução do inquérito policial caminha para produzir um relatório final que poderá comprometer a efetiva e justa condenação dos suspeitos.
A polícia é tão desmoralizada no Brasil que a TV Globo conseguiu colocar uma 'câmara escondida' no interior da Delegacia e gravar a conversa entre o advogado de defesa e seus clientes. Além disso, as dependências das Delegacias por onde passaram Bruno e os demais suspeitos viraram autênticas 'salas de imprensa' improvisadas pois as 'imagens exclusivas' só faltaram mostrar os suspeitos indo ao banheiro. Sem falar que durante os deslocamentos entre Delegacias, IML e aeroportos, as viaturas policiais paravam o mais longe possível das portas e portões de entrada, fomentando o tumúltuo entre os curiososo e, por tabela, facilitando o trabalho da imprensa. Imaginem se alguns malucos, amigos de Bruno e demais suspeitos, resolvessem resgatar os mesmos? A carnificina seria garantida e o resgate provável.
Não se surpreendam se uma nova "câmara escondida" for instalada na cela que abriga Bruno e seus amigos. As emissoras de TV devem achar que o público está cansado de reality show de mentirinha. E não adianta você leitor, achar que isso não é legal e não vai acontecer. Os absurdos acima também não eram para ser cometidos e foram...
E a vergonhosa divulgação do conteúdo das mensagens contidas no laptop da amante do goleiro?
Vai ser mel e chupeta para os advogados de defesa arguirem suspeição sobre qualquer prova extraída do mesmo visto a imprensa, aparentemente, hackeou o equipamento antes mesmo dos peritos policiais concluirem seu trabalho. O mesmo vale para a maioria das provas divulgadas em 'primeira mão' pela imprensa.
Não estou defendendo as supostas ações de Bruno e companhia. Condeno os absurdos cometidos pela polícia e a ganância da imprensa que em geral deturpa os fatos em nome da 'notícia'.
Eu não ficarei espantado se, confirmadas as suspeitas até aqui levantadas, Bruno e seus amigos venham a ser condenados de forma branda pela justiça. Nesta instância o que vale são provas materiais robustas, consistentes. E até agora o que vemos do inquérito policial divulgado amplamente pela imprensa são apenas provas testemunhais facilmente rebatíveis por qualquer 'advogado de porta de cadeia'.
Se isso vier a acontecer, os que consomem de forma indiscriminada e pouco crítica o que vem e lem sobre o caso não terão direito de se sentir indignados e revoltados com o possível desfecho sob pena de serem tachados de ridículos e analfabetos.
É bom que se diga que esses cidadãos, como autênticos representantes da 'Geração Calcinha Preta' que aos poucos está dominando a sociedade brasileira, terão, na verdade, contribuído negativamente para o desfecho do caso não apenas por serem socialmente 'quase-civilizados', mas por que sofrem de curiosidade mórbida crônica - alimentada pela imprensa sensacionalista - que, para ser plenamente saciada, interefere na correta condução policial e judicial de casos exemplares, como parece ser esse do goleiro Bruno.
Chega de acusar 'cegamente' a polícia e a justiça brasileira de ser incompetentes. Antes disso, nossa sociedade precisa ser competente e civilizada. Infelizmente ainda estamos longe disso.
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