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13 julho 2010

LEISHMANIOSE CUTÂNEA

Homens são mais vulneráveis à leishmaniose cutânea

Por Daniel Jordano
Ascom INPA

Uma pesquisa feita no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) revela que as mulheres não são frágeis como se imagina, pelo menos quando o assunto é a manifestação clínica de leishmaniose cutânea, doença que causa feridas na pele.

A aluna de mestrado Letícia Soares do Programa de pós-graduação em Ecologia do Inpa fez a pesquisa e constatou que os homens são mais vulneráveis à manifestação de sinais clínicos da doença. A dissertação será defendida na manhã desta sexta-feira (9) na Casa da Ciência, localizada Avenida André Araújo bairro, Aleixo.

A pesquisa foi feita em um assentamento na zona rural do município de Presidente Figueiredo, distante à 117 km de Manaus, e com pesquisadores do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), que realizam trabalhos de campo e, portanto ficam expostos ao causador da doença conhecido como “mosquito palha” (Phlebotominae).

De acordo com o estudo, poderia haver diferenças na freqüência de manifestação clínica entre os homens e mulheres devido à exposição diferencial entre deles. Essas diferenças ocorreriam no caso da comunidade rural, onde os homens são mais expostos aos vetores por conta das atividades tradicionalmente realizadas por eles. Geralmente, nas áreas rurais da Amazônia, os homens entram mais na floresta para caçar e pegar madeira, por exemplo.

Já dentre os pesquisadores que fazem trabalho de campo nas áreas do PDBFF, a exposição tende a ser similar entre homens e mulheres e, portanto, os dois sexos poderiam apresentar a mesma chance de ter a doença.

Hormônios eficazes

A informação mais relevante apontada pelo estudo é que a chance de manifestação da doença foi mais alta em homens, mesmo no grupo de pesquisadores, em que homens e mulheres estão igualmente expostos aos vetores da leishmaniose cutânea.

“Os hormônios femininos são mais efetivos em relação a esse tipo de infecção do que os hormônios masculinos”, explica a pesquisadora.

O ser humano é considerado pelos especialistas como um hospedeiro acidental para o parasita, que pode ser infectado quando entra em áreas de floresta. O animal transmissor da doença tem como alvos mamíferos silvestres, como bicho preguiça.