MÉTODO DETECTA CRACK E COCAÍNA NAS PRIMEIRAS FEZES DO BEBÊ
Grávidas não deixam de utilizar drogas e não informam ao médico sobre o uso
Sandra O. Monteiro
Agência USP de Notícias
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP resultou em um método capaz de detectar a presença de crack e cocaína nas primeiras fezes após o nascimento do bebê, chamada de mecônio, que se acumula no organismo da criança a partir da décima segunda semana de gestação.
“Durante a gravidez, o uso de drogas lícitas, tais como cigarro e álcool ou ilícitas, como cocaína e crack podem prejudicar tanto a saúde da mãe quanto do feto. A análise do mecônio possibilita ao médico uma análise mais completa sobre determinados sintomas que a criança possa apresentar, como tremores, deficiências neurológicas, hipertensão arterial e síndrome da morte súbita em neonatos, mas que a falta ou a omissão de informações transmitidas pela mãe pode inviabilizar um diagnóstico mais correto”, conta a farmacêutica Marcela Nogueira Rabelo Alves.
A escolha pelo mecônio foi a busca de uma alternativa menos invasiva do que a extração de sangue ou líquido amniótico, e também que viabilizasse uma ampla janela de detecção para a benzoilecgonina e o éster metilanidrecgonina substâncias que identificam respectivamente, a cocaína e o crack. A proposta foi ao encontro de outros pesquisas já realizadas nessa área pelo orientador do trabalho, o professor Bruno Spinosa De Martinis, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de Ribeirão Preto, como o uso de outras matrizes, como suor, humor vítreo, saliva, cabelo, dente, entre outras.
Os dados estão no mestrado Desenvolvimento e validação de metodologia para analise de cocaína, derivados e metabolitos em amostras de mecônio utilizando a Cromatografia em fase Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas defendido, em 2010, na FCFRP.
O método denominado cromatografia gasosa acoplada a espectometria de massas (CG-EM) consiste no isolamento de uma parte do mecônio, retirado da fralda de bebês recém-nascidos, na purificação da amostra com cartuchos de extração em fase sólida e posterior injeção da mesma no cromatógrafo.
Toda a preparação e análise leva em média de 6 a 7 horas. A análise deve ser feita mediante uma padronização de métodos e parâmetros, em conformidade com a Resolução 899/2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa vir a ser utilizada em laboratórios e hospitais. “Esta foi a fase mais demorada da pesquisa”, aponta Marcela.
A pesquisa foi feita em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da da USP (HCFMRP), previamente avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital.O trabalho envolveu a busca por voluntárias com a garantia de sigilo absoluto sobre a identidade das mesmas, um termo de consentimento livre e esclarecido sobre a participação, um questionário e a análise das amostras.
Drogas na gravidez
A pesquisadora pôde constatar por meio da comparação entre o questionário feito e a conclusão de análise das amostras que ,“a maioria das usuárias quando grávidas não deixam de utilizar drogas e dificilmente informam ao médico sobre o uso de quaisquer tipos destas substâncias. Houve questionários em que a mãe negava o uso, mas análise mostrava um resultado positivo para o uso de crack ou cocaína”, aponta.
A cientista informa que a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 2009, estimou um crescimento de 91% de usuárias de cocaína, em 3 anos, no Estado. “Um problema de saúde pública que assusta e se agrava em casos de gravidez”, finaliza.
Sandra O. Monteiro
Agência USP de Notícias
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP resultou em um método capaz de detectar a presença de crack e cocaína nas primeiras fezes após o nascimento do bebê, chamada de mecônio, que se acumula no organismo da criança a partir da décima segunda semana de gestação.
“Durante a gravidez, o uso de drogas lícitas, tais como cigarro e álcool ou ilícitas, como cocaína e crack podem prejudicar tanto a saúde da mãe quanto do feto. A análise do mecônio possibilita ao médico uma análise mais completa sobre determinados sintomas que a criança possa apresentar, como tremores, deficiências neurológicas, hipertensão arterial e síndrome da morte súbita em neonatos, mas que a falta ou a omissão de informações transmitidas pela mãe pode inviabilizar um diagnóstico mais correto”, conta a farmacêutica Marcela Nogueira Rabelo Alves.
A escolha pelo mecônio foi a busca de uma alternativa menos invasiva do que a extração de sangue ou líquido amniótico, e também que viabilizasse uma ampla janela de detecção para a benzoilecgonina e o éster metilanidrecgonina substâncias que identificam respectivamente, a cocaína e o crack. A proposta foi ao encontro de outros pesquisas já realizadas nessa área pelo orientador do trabalho, o professor Bruno Spinosa De Martinis, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de Ribeirão Preto, como o uso de outras matrizes, como suor, humor vítreo, saliva, cabelo, dente, entre outras.
Os dados estão no mestrado Desenvolvimento e validação de metodologia para analise de cocaína, derivados e metabolitos em amostras de mecônio utilizando a Cromatografia em fase Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas defendido, em 2010, na FCFRP.
O método denominado cromatografia gasosa acoplada a espectometria de massas (CG-EM) consiste no isolamento de uma parte do mecônio, retirado da fralda de bebês recém-nascidos, na purificação da amostra com cartuchos de extração em fase sólida e posterior injeção da mesma no cromatógrafo.
Toda a preparação e análise leva em média de 6 a 7 horas. A análise deve ser feita mediante uma padronização de métodos e parâmetros, em conformidade com a Resolução 899/2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa vir a ser utilizada em laboratórios e hospitais. “Esta foi a fase mais demorada da pesquisa”, aponta Marcela.
A pesquisa foi feita em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da da USP (HCFMRP), previamente avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital.O trabalho envolveu a busca por voluntárias com a garantia de sigilo absoluto sobre a identidade das mesmas, um termo de consentimento livre e esclarecido sobre a participação, um questionário e a análise das amostras.
Drogas na gravidez
A pesquisadora pôde constatar por meio da comparação entre o questionário feito e a conclusão de análise das amostras que ,“a maioria das usuárias quando grávidas não deixam de utilizar drogas e dificilmente informam ao médico sobre o uso de quaisquer tipos destas substâncias. Houve questionários em que a mãe negava o uso, mas análise mostrava um resultado positivo para o uso de crack ou cocaína”, aponta.
A cientista informa que a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 2009, estimou um crescimento de 91% de usuárias de cocaína, em 3 anos, no Estado. “Um problema de saúde pública que assusta e se agrava em casos de gravidez”, finaliza.
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