CRISE NUCLEAR NO JAPÃO
A crise nuclear no Japão voltou a se agravar ontem, com as autoridades admitindo que pode ter havido o derretimento parcial de dois reatores na usina de Daiichi, em Fukushima, o risco de uma nova explosão ocorrer no local e falhas no processo de resfriamento do combustível nuclear detectadas em outras duas usinas. A central de Onagawa, a mais próxima do epicentro do tremor, foi posta sob estado de alerta.
Japão corre contra o tempo para evitar catástrofe em usinas nucleares
Cláudia Trevisan
O Estado de S.Paulo
Engenheiros correm contra o tempo para encontrar uma maneira de interromper o processo de aquecimento dos reatores, que se agravava ontem a cada minuto. O grande risco do derretimento é o vazamento de grandes proporções de material radioativo, que teria consequências desastrosas.
Pequenos vazamentos ocorreram desde o terremoto de sexta-feira e testes confirmaram que 37 pessoas foram expostas à radiação. O número pode atingir 160 nos próximos dias, depois que todos os casos suspeitos forem verificados.
O secretário-chefe do Gabinete, Yukio Edano, disse ontem que os níveis de radiação registrados até agora não apresentam riscos à saúde humana. Edano afirmou ainda que o edifício que envolve o reator número 3 da usina Daiichi poderá explodir em razão do aumento da quantidade de hidrogênio em seu interior, a exemplo do que ocorreu no sábado com a construção que protegia o reator número 1.
"Mesmo sob o risco de aumentar ainda mais a preocupação do público, nós não podemos descartar a possibilidade de uma explosão", declarou Edano. "Mas se ela ocorrer, não haverá impacto significativo sobre a saúde humana."
Edano, que atua como principal porta-voz do governo, disse que não há como verificar com segurança a situação dos dois reatores de Daiichi. "Como está dentro do reator, nós não temos como checar diretamente, mas estamos tomando medidas com a suposição de que há um derretimento parcial."
Entre os indícios que apontam nessa direção está o fato de que traços de césio radioativo foram encontrados no sábado nas imediações da planta nuclear. Essa substância é liberada quando ocorre a fissão do urânio em altíssimas temperaturas. A população local recebeu pílulas de iodeto de potássio, que ajuda a proteger a tiroide dos riscos da exposição a material radioativo.
No sábado à noite, os engenheiros decidiram inundar os dois reatores com água marinha, mas ontem ainda não haviam conseguido interromper o processo de aquecimento. O mecanismo de resfriamento das usinas foi interrompido pelo terremoto e os geradores programados para operar em situações de emergência foram atingidos pelo tsunami que se seguiu ao tremor.
Duzentas mil pessoas foram retiradas de um raio de 20 km ao redor das duas usinas de Fukushima, localizada 240 km ao norte de Tóquio.
Japão corre contra o tempo para evitar catástrofe em usinas nucleares
Cláudia Trevisan
O Estado de S.Paulo
Engenheiros correm contra o tempo para encontrar uma maneira de interromper o processo de aquecimento dos reatores, que se agravava ontem a cada minuto. O grande risco do derretimento é o vazamento de grandes proporções de material radioativo, que teria consequências desastrosas.
Pequenos vazamentos ocorreram desde o terremoto de sexta-feira e testes confirmaram que 37 pessoas foram expostas à radiação. O número pode atingir 160 nos próximos dias, depois que todos os casos suspeitos forem verificados.
O secretário-chefe do Gabinete, Yukio Edano, disse ontem que os níveis de radiação registrados até agora não apresentam riscos à saúde humana. Edano afirmou ainda que o edifício que envolve o reator número 3 da usina Daiichi poderá explodir em razão do aumento da quantidade de hidrogênio em seu interior, a exemplo do que ocorreu no sábado com a construção que protegia o reator número 1.
"Mesmo sob o risco de aumentar ainda mais a preocupação do público, nós não podemos descartar a possibilidade de uma explosão", declarou Edano. "Mas se ela ocorrer, não haverá impacto significativo sobre a saúde humana."
Edano, que atua como principal porta-voz do governo, disse que não há como verificar com segurança a situação dos dois reatores de Daiichi. "Como está dentro do reator, nós não temos como checar diretamente, mas estamos tomando medidas com a suposição de que há um derretimento parcial."
Entre os indícios que apontam nessa direção está o fato de que traços de césio radioativo foram encontrados no sábado nas imediações da planta nuclear. Essa substância é liberada quando ocorre a fissão do urânio em altíssimas temperaturas. A população local recebeu pílulas de iodeto de potássio, que ajuda a proteger a tiroide dos riscos da exposição a material radioativo.
No sábado à noite, os engenheiros decidiram inundar os dois reatores com água marinha, mas ontem ainda não haviam conseguido interromper o processo de aquecimento. O mecanismo de resfriamento das usinas foi interrompido pelo terremoto e os geradores programados para operar em situações de emergência foram atingidos pelo tsunami que se seguiu ao tremor.
Duzentas mil pessoas foram retiradas de um raio de 20 km ao redor das duas usinas de Fukushima, localizada 240 km ao norte de Tóquio.
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