EXCESSO DE PESO EM HABITANTES DE RIO BRANCO JÁ É UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
"Pesquisa revela que a prevalência de pessoas com excesso de peso em Rio Branco é de 46,9%, valor superior ao observado nas demais capitais da região norte"
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
A obesidade é o estado mais grave do excesso de peso corporal e integra o grupo de doenças e agravos não transmissíveis que, a partir dos anos 60, passaram a ocupar a principal posição entre as causas de mortes no Brasil.
O desenvolvimento do excesso de peso envolve múltiplos fatores relacionados com o hábito de vida, consumo alimentar, características socioambientais e susceptibilidade genética e biológica. Estudos revelam que indivíduos obesos apresentam maior risco de desenvolver doenças como hipertensão arterial, enfermidades cardiovasculares, diabetes e doenças gastrintestinais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, em 2005, que globalmente cerca de 1,6 bilhões de adultos com mais de 15 anos de idade apresentavam excesso de peso, e pelo menos 400 milhões apresentavam obesidade. Projeções da OMS estimam que em 2015 cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão em condição de excesso de peso e mais de 700 milhões estarão obesos.
No Brasil, a tendência de aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade deriva do processo de transição nutricional ocorrido no país e estudos comparativos realizados entre 1974 e 2003 mostram que o crescimento da prevalência de excesso de peso e obesidade em adultos ocorre em todas as regiões.
Foi neste contexto que os pesquisadores Marina Zago Ramos Lino, Pascoal Torres Muniz e Kamile Santos Siqueira, do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto da Universidade Federal do Acre, avaliaram o perfil de indivíduos adultos com excesso de peso e fatores associados no Município de Rio Branco, Acre.
Para o estudo foram selecionados 977 domicílios e entrevistados e avaliados fisicamente quanto peso e altura 1.469 indivíduos com mais de 18 anos, sendo 45,3% do sexo masculino e 54,7% do sexo feminino.
Do universo de pessoas entrevistadas, 48,1% tinha idade variando entre 18 e 34 anos; predominaram indivíduos solteiros, separados ou viúvos; moradores de zona urbana; que possuem atividade remunerada; com escolaridade entre 0-8 anos de estudo; e pessoas que referiram não possuir renda ou possuir renda menor que um salário mínimo.
No que se refere ao estado nutricional, 46,9% dos indivíduos avaliados fisicamente apresentaram excesso de peso, subdivididos em 31% com sobrepeso e 15,9% com obesidade. O excesso de peso foi maior nas mulheres (51,8%) do que nos homens (41%).
Entre os homens a prevalência de excesso de peso foi maior naqueles nas faixas etárias de 35-44 anos e 55-64 anos, com renda mais elevado, residentes na zona urbana, sem companheira, que declaram possuir trabalho remunerado e maior escolaridade (12 ou mais anos de estudo). Aqueles que informaram possuir hipertensão arterial e alteração dos níveis de gordura no sangue, bem como estar em dieta e ser ex-fumantes apresentaram maiores prevalências de excesso de peso.
Em mulheres, o excesso de peso prevaleceu na faixa etária de 55-64 anos e naquelas com renda igual ou superior a 10 salários mínimos. As que apresentaram prevalências de excesso de peso foram aquelas que referiram problemas de hipertensão arterial e alteração dos níveis de gordura no sangue, bem como percepção de saúde regular a ruim, adesão de dieta para perda de peso e que declararam ser ex-fumantes.
Considerando o alto índice de prevalência de pessoas com excesso de peso encontrado durante a pesquisa (46,9%), os autores consideram que o mesmo se constitui em um problema de saúde pública. Para comparação, a prevalência de excesso de peso em pessoas com mais de 15 anos de idade é de 35,1 e 39% em Belém e Manaus, respectivamente. A situação em nossa cidade é pior do que a observada nas demais capitais da região norte e em Palmas, Tocantins.
Diante desse quadro, os autores sugerem que é necessário tomar medidas de controle e prevenção dos riscos à saúde associados ao excesso de peso, tendo, como pressuposto, ações de incentivo para hábitos de vida saudáveis.
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O artigo “Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em adultos: inquérito populacional em Rio Branco, Acre, Brasil, 2007-2008”, de autoria de Marina Zago Ramos Lino, Pascoal Torres Muniz e Kamile Santos Siqueira foi publicado na revista Cadernos de Saúde Pública vol. 27 no. 4 (2011).
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
A obesidade é o estado mais grave do excesso de peso corporal e integra o grupo de doenças e agravos não transmissíveis que, a partir dos anos 60, passaram a ocupar a principal posição entre as causas de mortes no Brasil.
O desenvolvimento do excesso de peso envolve múltiplos fatores relacionados com o hábito de vida, consumo alimentar, características socioambientais e susceptibilidade genética e biológica. Estudos revelam que indivíduos obesos apresentam maior risco de desenvolver doenças como hipertensão arterial, enfermidades cardiovasculares, diabetes e doenças gastrintestinais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, em 2005, que globalmente cerca de 1,6 bilhões de adultos com mais de 15 anos de idade apresentavam excesso de peso, e pelo menos 400 milhões apresentavam obesidade. Projeções da OMS estimam que em 2015 cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão em condição de excesso de peso e mais de 700 milhões estarão obesos.
No Brasil, a tendência de aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade deriva do processo de transição nutricional ocorrido no país e estudos comparativos realizados entre 1974 e 2003 mostram que o crescimento da prevalência de excesso de peso e obesidade em adultos ocorre em todas as regiões.
Foi neste contexto que os pesquisadores Marina Zago Ramos Lino, Pascoal Torres Muniz e Kamile Santos Siqueira, do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto da Universidade Federal do Acre, avaliaram o perfil de indivíduos adultos com excesso de peso e fatores associados no Município de Rio Branco, Acre.
Para o estudo foram selecionados 977 domicílios e entrevistados e avaliados fisicamente quanto peso e altura 1.469 indivíduos com mais de 18 anos, sendo 45,3% do sexo masculino e 54,7% do sexo feminino.
Do universo de pessoas entrevistadas, 48,1% tinha idade variando entre 18 e 34 anos; predominaram indivíduos solteiros, separados ou viúvos; moradores de zona urbana; que possuem atividade remunerada; com escolaridade entre 0-8 anos de estudo; e pessoas que referiram não possuir renda ou possuir renda menor que um salário mínimo.
No que se refere ao estado nutricional, 46,9% dos indivíduos avaliados fisicamente apresentaram excesso de peso, subdivididos em 31% com sobrepeso e 15,9% com obesidade. O excesso de peso foi maior nas mulheres (51,8%) do que nos homens (41%).
Entre os homens a prevalência de excesso de peso foi maior naqueles nas faixas etárias de 35-44 anos e 55-64 anos, com renda mais elevado, residentes na zona urbana, sem companheira, que declaram possuir trabalho remunerado e maior escolaridade (12 ou mais anos de estudo). Aqueles que informaram possuir hipertensão arterial e alteração dos níveis de gordura no sangue, bem como estar em dieta e ser ex-fumantes apresentaram maiores prevalências de excesso de peso.
Em mulheres, o excesso de peso prevaleceu na faixa etária de 55-64 anos e naquelas com renda igual ou superior a 10 salários mínimos. As que apresentaram prevalências de excesso de peso foram aquelas que referiram problemas de hipertensão arterial e alteração dos níveis de gordura no sangue, bem como percepção de saúde regular a ruim, adesão de dieta para perda de peso e que declararam ser ex-fumantes.
Considerando o alto índice de prevalência de pessoas com excesso de peso encontrado durante a pesquisa (46,9%), os autores consideram que o mesmo se constitui em um problema de saúde pública. Para comparação, a prevalência de excesso de peso em pessoas com mais de 15 anos de idade é de 35,1 e 39% em Belém e Manaus, respectivamente. A situação em nossa cidade é pior do que a observada nas demais capitais da região norte e em Palmas, Tocantins.
Diante desse quadro, os autores sugerem que é necessário tomar medidas de controle e prevenção dos riscos à saúde associados ao excesso de peso, tendo, como pressuposto, ações de incentivo para hábitos de vida saudáveis.
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O artigo “Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em adultos: inquérito populacional em Rio Branco, Acre, Brasil, 2007-2008”, de autoria de Marina Zago Ramos Lino, Pascoal Torres Muniz e Kamile Santos Siqueira foi publicado na revista Cadernos de Saúde Pública vol. 27 no. 4 (2011).
1 Comments:
Obrigada pela divulgação! Importante apresentar essa informação para a população de Rio Branco frente a um problema de saúde pública notável e fator de risco para outras doenças, o que reforça a importância de melhorias na atenção básica em saúde com o intuito de prevenir que os números continuem crescendo.
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