FÁBRICA DE CAMISINHAS EM XAPURI 2
FORAM REALIZADOS ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL?
Sobre a questão do uso da amônia, o pesquisador Roberto Feres, professor do Departamento de Engenharia da Universidade Federal do Acre, levantou suas preocupações em mensagem enviada aos membros da Rede Acreana de Educação Ambiental. Leia abaixo os comentários de Roberto Feres:
"Porque Amônia?
Recentemente fui da banca de mestrado do Francisco Samonek que trabalhou com um processo de concentração do látex usando Água de Cinzas para elevação do pH (nota do blog: neste caso a cinza seria usada no lugar da amônia).
A amônia seria mesmo necessária no caso das camisinhas?
Que impacto há para as pessoas (nota do blog: os seringueiros) que estão fora dos processos industriais e que terão que manipular produtos químicos em condições tão rudimentares?
Alguns dados para pensar a respeito:
A Amônia
- Ponto de Ebulição: 33,35ºC
- Peso Molecular: 17 g/mol
- Ponto de Fusão: 77,7ºC
- Densidade 20ºC: 0,682 g/cm3
- Aparência e Odor: Gás comprimido liquefeito, incolor, com odor característico.
- Ponto de fulgor: Gás na temperatura ambiente
- Temperatura auto-ignição: 651ºC LIE: 16% LSE: 25%
- Limite de Tolerância: 20 ppm (NR 15, anexo 11)
- IPVS 300 ppm OSHA: 15 min
- STEL: 35 ppm, 24 mg/m3
- ACGIH/TWA: 25 ppm, 17 mg/m3
- NIOSHI: 5 mg: 50 ppm, 35 mg/m3 LT: 20 ppm, 14 mg/m3
- Solubilidade em água: Alta - 1 vol de água dissolve 1300 volumes do gás
- Absorção de calor: Alta - 1,1007 cal/g°C (H2O: 1cal/g°C )
FONTE: OSHA/EUA; NR-15
A amônia, com símbolo químico NH3, é constituída de um átomo de nitrogênio e três de hidrogênio, apresentando-se como gás à temperatura e pressão ambientes. Liquefaz-se sob pressão atmosférica a -33,35 ºC.
É altamente higroscópica e a reação com a água forma NH4OH, hidróxido de amônia, líquido na temperatura ambiente, que possui as mesmas propriedades químicas da soda cáustica. É estável quando armazenada e utilizada em condições normais de estocagem e manuseio.
Acima de 450ºC, pode se decompor, liberando nitrogênio e hidrogênio. É facilmente detectada a partir de pequeníssimas concentrações (5 ppm) no ar pelo seu cheiro "sui-generis".
Apresenta risco moderado de fogo e explosão, quando exposta ao calor ou chama. A presença de óleo e outros materiais combustíveis aumenta o risco de fogo. Em contato com halogênios, boro, 1.2 dicloroetano, óxido de etileno, platina, triclorato de nitrogênio e fortes oxidantes, pode causar reações potencialmente violentas ou explosivas.
Em contato com metais pesados e seus compostos, pode formar produtos explosivos. O contato com cloro e seus compostos, pode resultar na liberação de gás cloroamina. Produz mistura explosiva quando em contato com hidrocarbonetos, sendo também incompatível com aldeído, acético, acroleína, dridrazina e ferrocianeto de potássio.
Entre suas aplicações, destacam-se seus usos como agente refrigerante e na fabricação da uréia, um importante fertilizante. É ainda utilizada na fabricação de têxteis, na manufatura de /Rayon/, na indústria da borracha, na fotografia, na indústria farmacêutica, na fabricação de cerâmicas, corantes e fitas para escrever ou imprimir, na saponificação de gorduras e óleos, como agente neutralizador na indústria de petróleo e como preservativo do látex, entre outras.
O gás é um irritante poderoso das vias respiratórias, olhos e pele. Dependendo do tempo e do nível de exposição podem ocorrer efeitos que vão de irritações leves a severas lesões corporais.
A inalação pode causar dificuldades respiratórias, broncoespasmo, queimadura da mucosa nasal, faringe e laringe, dor no peito e edema pulmonar.
A ingestão causa náusea, vômitos e inchação nos lábios, boca e laringe. A amônia produz, em contato com a pele, dor, eritema e vesiculação. Em altas concentrações, pode haver necrose dos tecidos e queimaduras profundas.
O contato com os olhos em baixas concentrações (10 ppm) resulta em irritação ocular e lacrimejamento. Em concentrações mais altas, pode haver conjuntivite, erosão na córnea e cegueira temporária ou permanente. Reações tardias podem acontecer, como fibrose pulmonar, catarata e atrofia da retina.
A exposição a concentrações acima de 2500 ppm por aproximadamente 30 minutos pode ser fatal.
Dr. Roberto Feres, UFAC, Departamento de Engenharia Civil
Sobre a questão do uso da amônia, o pesquisador Roberto Feres, professor do Departamento de Engenharia da Universidade Federal do Acre, levantou suas preocupações em mensagem enviada aos membros da Rede Acreana de Educação Ambiental. Leia abaixo os comentários de Roberto Feres:
"Porque Amônia?
Recentemente fui da banca de mestrado do Francisco Samonek que trabalhou com um processo de concentração do látex usando Água de Cinzas para elevação do pH (nota do blog: neste caso a cinza seria usada no lugar da amônia).
A amônia seria mesmo necessária no caso das camisinhas?
Que impacto há para as pessoas (nota do blog: os seringueiros) que estão fora dos processos industriais e que terão que manipular produtos químicos em condições tão rudimentares?
Alguns dados para pensar a respeito:
A Amônia
- Ponto de Ebulição: 33,35ºC
- Peso Molecular: 17 g/mol
- Ponto de Fusão: 77,7ºC
- Densidade 20ºC: 0,682 g/cm3
- Aparência e Odor: Gás comprimido liquefeito, incolor, com odor característico.
- Ponto de fulgor: Gás na temperatura ambiente
- Temperatura auto-ignição: 651ºC LIE: 16% LSE: 25%
- Limite de Tolerância: 20 ppm (NR 15, anexo 11)
- IPVS 300 ppm OSHA: 15 min
- STEL: 35 ppm, 24 mg/m3
- ACGIH/TWA: 25 ppm, 17 mg/m3
- NIOSHI: 5 mg: 50 ppm, 35 mg/m3 LT: 20 ppm, 14 mg/m3
- Solubilidade em água: Alta - 1 vol de água dissolve 1300 volumes do gás
- Absorção de calor: Alta - 1,1007 cal/g°C (H2O: 1cal/g°C )
FONTE: OSHA/EUA; NR-15
A amônia, com símbolo químico NH3, é constituída de um átomo de nitrogênio e três de hidrogênio, apresentando-se como gás à temperatura e pressão ambientes. Liquefaz-se sob pressão atmosférica a -33,35 ºC.
É altamente higroscópica e a reação com a água forma NH4OH, hidróxido de amônia, líquido na temperatura ambiente, que possui as mesmas propriedades químicas da soda cáustica. É estável quando armazenada e utilizada em condições normais de estocagem e manuseio.
Acima de 450ºC, pode se decompor, liberando nitrogênio e hidrogênio. É facilmente detectada a partir de pequeníssimas concentrações (5 ppm) no ar pelo seu cheiro "sui-generis".
Apresenta risco moderado de fogo e explosão, quando exposta ao calor ou chama. A presença de óleo e outros materiais combustíveis aumenta o risco de fogo. Em contato com halogênios, boro, 1.2 dicloroetano, óxido de etileno, platina, triclorato de nitrogênio e fortes oxidantes, pode causar reações potencialmente violentas ou explosivas.
Em contato com metais pesados e seus compostos, pode formar produtos explosivos. O contato com cloro e seus compostos, pode resultar na liberação de gás cloroamina. Produz mistura explosiva quando em contato com hidrocarbonetos, sendo também incompatível com aldeído, acético, acroleína, dridrazina e ferrocianeto de potássio.
Entre suas aplicações, destacam-se seus usos como agente refrigerante e na fabricação da uréia, um importante fertilizante. É ainda utilizada na fabricação de têxteis, na manufatura de /Rayon/, na indústria da borracha, na fotografia, na indústria farmacêutica, na fabricação de cerâmicas, corantes e fitas para escrever ou imprimir, na saponificação de gorduras e óleos, como agente neutralizador na indústria de petróleo e como preservativo do látex, entre outras.
O gás é um irritante poderoso das vias respiratórias, olhos e pele. Dependendo do tempo e do nível de exposição podem ocorrer efeitos que vão de irritações leves a severas lesões corporais.
A inalação pode causar dificuldades respiratórias, broncoespasmo, queimadura da mucosa nasal, faringe e laringe, dor no peito e edema pulmonar.
A ingestão causa náusea, vômitos e inchação nos lábios, boca e laringe. A amônia produz, em contato com a pele, dor, eritema e vesiculação. Em altas concentrações, pode haver necrose dos tecidos e queimaduras profundas.
O contato com os olhos em baixas concentrações (10 ppm) resulta em irritação ocular e lacrimejamento. Em concentrações mais altas, pode haver conjuntivite, erosão na córnea e cegueira temporária ou permanente. Reações tardias podem acontecer, como fibrose pulmonar, catarata e atrofia da retina.
A exposição a concentrações acima de 2500 ppm por aproximadamente 30 minutos pode ser fatal.
Dr. Roberto Feres, UFAC, Departamento de Engenharia Civil
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