JOSÉ GUIOMARD SANTOS E A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL DO ACRE ESTADO (1946-1957)
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho foi analisar os caminhos trilhados por José Guiomard dos Santos a partir do ano de 1946, quando foi nomeado governador e delegado do Território Federal do Acre até 1957, ano em que foi elaborada a primeira versão do Projeto-Lei que visava elevar o Acre a categoria de Estado, fato esse ocorrido através da lei 4.070 em 15 de julho de 1962. A fonte teórica para a realização da presente pesquisa foram alguns textos teóricos como: (a) Discurso Competente, de Marilena Chauí; (b) Magia e técnica, Arte e Política,de Walter Benjamim; (c) Teatros de Memória, de Raphael Samuel e o (d) livro de Michel Foucault, A ordem do discurso, e bibliografias locais referentes ao tema dessa pesquisa tais como: A invenção da cidade – a modernização de Rio Branco na gestão do governo de Guiomard Santos (1946-1950), Maria José Bezerra; As raízes do autoritarismo no executivo acreano (1921-1964), Francisco Bento da Silva. Partes significativas das fontes de pesquisa fazem parte do Acervo Documental do Centro de Documentação e Informação Histórica da Universidade Federal do Acre. São em maioria cartas, mapas, fotografias, atos do executivo, discursos e documentos partidários. Foram analisados na perspectiva de compreender o modelo de governo e o personalismo de Guiomard Santos.
RESULTADOS
Na região acreana, a presença do Estado se fez desde o primeiro momento quando, após a anexação do Acre ao Brasil através do Tratado de Petrópolis (1903), o poder público federal organizou e assumiu a direção administrativa através dos dirigentes nomeados pela Presidência da República. No ano de 1945 foi eleito o Marechal Eurico Gaspar Dutra para presidente do Brasil e com ele vieram novas mudanças para a Amazônia, assim como para o Acre, que recebeu o seu novo dirigente político: o engenheiro militar, o Major José Guiomard dos Santos. Chegando ao Acre como governador e delegado da união (1946-1950), e com base em uma concepção instituída do Acre como “selva”, Guiomard Santos elaborou programas de intervenção em Rio Branco, visando substituir a “barbárie” local por uma civilização, baseada em uma visão de cidade metrópole. Na visão de José Guiomard Santos, o programa de modernização de Rio Branco consistia num conjunto de mudanças de ordem econômica, social e cultural.
CONCLUSÃO
José Guiomard idealizou uma cidade metrópole e corporificou esse ideal em obras arquitetônicas. Tendo sempre como lema “Creio no Acre e nos acreanos”, Guiomard Santos compreendia a importância do discurso enquanto estratégia política para convencer e dominar. O seu discurso cristão-católico e patriótico foi o lócus, por excelência, da política do poder que concretizava sua relação com os acreanos. Guiomard Santos considerava-se um “segundo libertador” do Acre, falava em nome dos heróis acreanos, apresentava-se de forma simbólica e ambivalente discursando como pessoa comum, dirigente político ou militar. As expressões simbólicas presentes em seus discursos proferidos para um público diversificado formado por comerciantes, seringueiros e estudantes, não eram neutras, eram retiradas do imaginário social dos acreanos, pois através de suas falas Guiomard Santos criava imagens, fantasias no imaginário da sociedade acreana e, posteriormente, a representação desses simbolismos em suas realizações como governante.
Fonte: Eliane F. de Moraes (Bolsista PIBIC/CNPq/UFAC) e Gerson Rodrigues de Albuquerque (Orientador, Departamento de História). 2006. JOSÉ GUIOMARD SANTOS E A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL DO ACRE ESTADO (1946-1957). Anais do XV Seminário de Iniciação Científica PIBIq-CNPq , Universidade Federal do Acre, Rio Branco-Acre, 2006.
Financiador: CNPq / PIBIC / UFAC.
O objetivo deste trabalho foi analisar os caminhos trilhados por José Guiomard dos Santos a partir do ano de 1946, quando foi nomeado governador e delegado do Território Federal do Acre até 1957, ano em que foi elaborada a primeira versão do Projeto-Lei que visava elevar o Acre a categoria de Estado, fato esse ocorrido através da lei 4.070 em 15 de julho de 1962. A fonte teórica para a realização da presente pesquisa foram alguns textos teóricos como: (a) Discurso Competente, de Marilena Chauí; (b) Magia e técnica, Arte e Política,de Walter Benjamim; (c) Teatros de Memória, de Raphael Samuel e o (d) livro de Michel Foucault, A ordem do discurso, e bibliografias locais referentes ao tema dessa pesquisa tais como: A invenção da cidade – a modernização de Rio Branco na gestão do governo de Guiomard Santos (1946-1950), Maria José Bezerra; As raízes do autoritarismo no executivo acreano (1921-1964), Francisco Bento da Silva. Partes significativas das fontes de pesquisa fazem parte do Acervo Documental do Centro de Documentação e Informação Histórica da Universidade Federal do Acre. São em maioria cartas, mapas, fotografias, atos do executivo, discursos e documentos partidários. Foram analisados na perspectiva de compreender o modelo de governo e o personalismo de Guiomard Santos.
RESULTADOS
Na região acreana, a presença do Estado se fez desde o primeiro momento quando, após a anexação do Acre ao Brasil através do Tratado de Petrópolis (1903), o poder público federal organizou e assumiu a direção administrativa através dos dirigentes nomeados pela Presidência da República. No ano de 1945 foi eleito o Marechal Eurico Gaspar Dutra para presidente do Brasil e com ele vieram novas mudanças para a Amazônia, assim como para o Acre, que recebeu o seu novo dirigente político: o engenheiro militar, o Major José Guiomard dos Santos. Chegando ao Acre como governador e delegado da união (1946-1950), e com base em uma concepção instituída do Acre como “selva”, Guiomard Santos elaborou programas de intervenção em Rio Branco, visando substituir a “barbárie” local por uma civilização, baseada em uma visão de cidade metrópole. Na visão de José Guiomard Santos, o programa de modernização de Rio Branco consistia num conjunto de mudanças de ordem econômica, social e cultural.
CONCLUSÃO
José Guiomard idealizou uma cidade metrópole e corporificou esse ideal em obras arquitetônicas. Tendo sempre como lema “Creio no Acre e nos acreanos”, Guiomard Santos compreendia a importância do discurso enquanto estratégia política para convencer e dominar. O seu discurso cristão-católico e patriótico foi o lócus, por excelência, da política do poder que concretizava sua relação com os acreanos. Guiomard Santos considerava-se um “segundo libertador” do Acre, falava em nome dos heróis acreanos, apresentava-se de forma simbólica e ambivalente discursando como pessoa comum, dirigente político ou militar. As expressões simbólicas presentes em seus discursos proferidos para um público diversificado formado por comerciantes, seringueiros e estudantes, não eram neutras, eram retiradas do imaginário social dos acreanos, pois através de suas falas Guiomard Santos criava imagens, fantasias no imaginário da sociedade acreana e, posteriormente, a representação desses simbolismos em suas realizações como governante.
Fonte: Eliane F. de Moraes (Bolsista PIBIC/CNPq/UFAC) e Gerson Rodrigues de Albuquerque (Orientador, Departamento de História). 2006. JOSÉ GUIOMARD SANTOS E A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL DO ACRE ESTADO (1946-1957). Anais do XV Seminário de Iniciação Científica PIBIq-CNPq , Universidade Federal do Acre, Rio Branco-Acre, 2006.
Financiador: CNPq / PIBIC / UFAC.
Publicado por Evandro Ferreira em segunda-feira, agosto 07, 2006
1 Comments:
Evandro, é muito fantástica esta viagem a época em que o Acre era Território, principalmente no tocante a administração de Guiomard dos Santos.As práticas discursivas dele foram capazes de criar no imaginário acreano a idéia de seria possível solucionar todos os problemas sociais.Atualmente sou mestranda da UFAC e analiso Guiomard dos Santos enquanto personagem que promoveu mudanças nos aspectos educacionais do Acre no período em que foi nomeado governador e suas práticas discursivas enquanto objeto de construção do ideário no "outro", principalmente seu lema "Creio no Acre e nos acreanos". Gostei do que li.
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