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Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

18 junho 2007

ATENÇÃO FAZENDEIROS!

SE VOCÊS ESTÃO PENSANDO EM "ABRIR" NOVAS ÁREAS DE PASTAGENS APOSTANDO QUE O IBAMA NÃO VAI TER COMO SABER, CUIDADO!

Eles agora estão usando imagens de satélites e sofisticados programas de computador que podem "enxergar" desmatamentos a partir de 20 hectares. Para maiores informações, procurem os seus colegas fazendeiros de Boca do Acre, sudoeste de Lábrea e Ponta do Abunã. Eles vão informar a vocês que desde o lançamento da operação "Fronteira 2006", a conta dos autos de infração por desmatamentos e queimadas ilegais já ultrapassa R$ 36 milhões. A esperteza deles os fez se endividar até o pescoço.

Os analistas ambientais do Ibama-Acre Diogo Selhorst, Marcos Henrique Brainer Martins e Sirleni Fernandes da Silva apresentaram no XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, realizado em Florianópolis no passado mês de abril um interessante resumo do trabalho "Uso de Imagens CCD/CBERS para o monitoramento e fiscalização do desmatamento na Amazônia: uma experiência do IBAMA/ACRE".

Nele é possível saber que a velha mania (esperteza) que os nossos fazendeiros e agricultores têm de desmatar apostando que o Ibama não vai ter como ver um desmatamento feito lá "nos fundos" da propriedade, isolado pela floresta (veja figura acima), é coisa do passado. É bom saber que hoje o fiscal não precisa ir na sua propriedade para "ver" o seu desmatamento.

Agora eles estão usando imagens de satélites obtidas ao longo dos anos. Isso significa que eles poderão identificar que uma pastagem recém implantada é resultado de desmate ilegal. Aliás, mais uma vez está confirmado. A maioria dos desmatamentos feitos em nossa região tem essa finalidade. No trabalho dos analistas do Ibama, das 57.782 hectares desmatadas, 57% correspondem a desmates de áreas superiores a 200 hectares. Segundo os analistas do Ibama, Casos de desmatamentos extensos em áreas de difícil acesso e sem nenhuma residência ou responsável presente no local do desmate foram freqüentes. Essa tática é usada pelos grandes grileiros e criminosos ambientais. Em Rondônia foi assim todo o tempo. Parece que a tática não vai dar certo no Acre.

Este novo tipo de fiscalização só está acontecendo porque o Ibama contratou uma "nova geração" de analistas ambientais, a maioria muito bem preparados para os desafios que encontraram pela frente. Diogo Selhorst, formado em biologia e com mestrado em manejo de recursos naturais pela UFAC, foi por muitos anos o responsável pelo setor de SIG do SETEM do Parque Zoobotânico da UFAC, trabalhando sob a supervisão do Dr. Foster Brown.

Clique aqui para ler o resumo expandido "Uso de Imagens CCD/CBERS para o monitoramento e fiscalização do desmatamento na Amazônia: uma experiência do IBAMA/ACRE".