CÂNCER DE COLO NO ACRE
Estudo realizado na cidade de Cruzeiro do Sul (AC) por pesquisadores do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indica que a ocorrência de câncer do colo do útero naquela cidade é nove vezes maior do que os dados disponíveis no Ministério da Saúde, que se baseia em informações fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado. A pesquisa apontou ainda uma freqüência 40% superior de resultados anormais em exames ginecológicos.
O estudo foi realizada entre abril de 2003 e julho de 2004 e consistiu no exame de 2.226 mulheres, recrutadas através de anúncio pelo rádio e por comunicação oral desempenhada pelos próprios pesquisadores. Antes do exame elas assinaram o Termo de Consentimento Informado e responderam a um questionário estruturado.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, o câncer de colo do útero foi o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres brasileira no ano de 2006, sendo superado apenas pelo câncer de pele (não-melanoma) e pelo câncer de mama.
Se detectado corretamente, cura chega perto de 100%
O câncer do colo do útero é, entre todos os tipos de câncer, o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, podendo chegar perto de 100% quando diagnosticado precocemente. Seu pico de incidência situa-se em mulheres com idade entre 40 e 60 anos e apenas uma pequena porcentagem ocorre abaixo dos 30 anos.
A pesquisa da Unicamp indica uma falha gravíssima no programa estadual de detecção de câncer do colo nas mulheres acreanas. Levando em conta o alto índice de cura da doença quando detectada precocemente, se estima que muitas mortes poderiam ser evitadas se o programa estadual não apresentasse as falhas mostradas pela pesquisa. Pode-se inferir que a maior parte das mortes devem estar acontecendo em mulheres das localidades mais isoladas do Estado, onde as ações básicas de saúde não conseguem chegar com regularidade.
NOTA DO BLOG: Com a palavra os representantes da saúde acreana e do Ministério Público Estadual, que deveria se interessar em investigar a fundo as causas das falhas no referido programa.
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