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01 junho 2007

PESQUISADORES NA REGIÃO NORTE

Tão raros como diamantes

Apesar da região representar quase 40% da área do país, de ser depósito de uma grande diversidade de recursos naturais e de biodiversidade vegetal e animal, a quantidade de pesquisadores "residentes" na mesma é baixíssima.

Segundo o artigo Ações de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde para a Amazônia Legal, publicado na Revista de Saúde Pública (Vol.41 no.1, Fev. 2007), estão na região 5,4% de todos os pesquisadores cadastrados no CNPq. Não precisa dizer mais nada.

Entretanto, este tipo de informação precisa ser "internalizada" pelos nacionalistas de plantão, que não perdem tempo em dizer que os estrangeiros estão roubando a Amazônia, as ONGs idem, etc. O que vocês acham? Todos têm direito de falar o que quiser, mas seria coerente que quando esse assunto fosse discutido, fosse também denunciado o descaso do próprio país para com a região.

Quer um exemplo local? A Fundação de Tecnologia do Acre-Funtac, montou uma superestrutura para trabalhar com biodiesel. Está tudo lá, prédio construído (cheirando a novo), os equipamentos instalados e prontos para funcionar. Infelizmente a instituição não dispõe, no seu quadro de pesquisadores, de pessoal habilitado a fazer uso pleno da estrutura existente.

Vocês devem estar se perguntando: mas como isso aconteceu? A resposta: ingerência dos políticos do Acre, especialmente o senador Sibá (PT). A intenção do Senador é nobre, mas infelizmente a Funtac não vai conseguir suprir a deficiência de pesquisadores no curto prazo. Enquanto isso, é contar com a colaboração de pesquisadores da Embrapa, da UFAC e do INPA. Um arranjo que muitas vezes é complicado para ser implementado.

Com um déficit tão grande de pessoal habilitado a conduzir pesquisas na região, fica a impressão que o destino da mesma é ser completamente destruída, transformada em pastagem para o gado, cultivo de soja, milho...E as riquezas naturais? Vão virar cinza e fumaça (com exceção da madeira, é claro).