ABSURDOS BRASILEIROS (1)
Mônica Bérgamo, Colunista da Folha
O promotor Tales Ferri Schoedl, que confessou ter matado Diego Mendes Modanez, em 2004, vai tirar férias de um mês. Na última quarta-feira (29), órgão especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público do Estado decidiu que o promotor permanecerá no cargo. A manutenção do voto foi definida por diferença de apenas um voto --16 contra 15.
Schoedl está afastado das funções desde a ocasião do crime, mas mantém o cargo de promotor substituto e, por isso, recebe mensalmente R$ 10.500 de salário. Ele deverá trabalhar em Jales (585 km da capital paulista), onde a vítima viveu com a família na década de 1990. A transferência de Schoedl para atuar no Ministério Público Estadual no município já é alvo de protesto dos moradores.
"O clima não está bom para ele em Jales. Ele vai se afastar por esse período", informou à Folha o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinho. É grande a possibilidade de ele não mais voltar a atuar na cidade.
Com a vitaliciedade, o promotor não irá a júri popular, como ocorre normalmente, e será julgado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
Crime
O assassinato ocorreu na saída de um luau. As vítimas faziam parte de um grupo que teria mexido com a namorada de Schoedl. Ele foi preso horas depois do crime e alegou legítima defesa. O acusado disse que foi cercado após uma discussão e que disparou contra o chão, para dispersar os rapazes, que teriam imaginado que as balas eram de festim. Acuado, então, ele atirou na direção dos jovens.
Entretanto, ao contrário da versão apresentada por Schoedl, testemunhas ouvidas pela polícia disseram que, após passar pelo grupo de jovens, o promotor iniciou uma discussão, por achar que eles olharam para sua namorada. Em seguida, teria sacado a arma, atirado no chão e depois na direção dos garotos. Diego Mendes, 20, que era jogador de basquete, não resistiu aos ferimentos e morreu.
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