A MUDANÇA DO HORÁRIO DO ACRE SÓ SE LEGITIMA COM A VONTADE EXPRESSA DOS ACREANOS

Como sempre diz um amigo meu lá do Parque Zoobotânico, quando chego “pedindo” de forma impositiva as coisas:
- Calma lá, não é assim não!!!
Leila Jalul foi certeira quando afirma que “mudar as coordenadas e as paralelas geográficas apenas em função do mercado financeiro e da programação das TVs abertas, isso, no meu jeito caboclo de pensar, é um absurdo”. Discordo apenas em um ponto, pois acho que uma hora a mais faz diferença sim.
Incomoda, e muito, pensar que nossas manhãs não serão como sempre foram, com o sol raiando pouco antes das 6 horas, e dependendo da época do ano, por volta das 5. Com a mudança, depois que nos adaptarmos com a nova rotina, teremos o sol raiando pouco antes da 7 horas da manhã. Que incômodo.
Também me incomoda muito pensar que nossos finais de tarde serão, por decreto, sempre ensolarados, e por isso mesmo, muito mais quentes do que são hoje. Geralmente a temperatura ambiente é sempre mais elevada com o sol brilhando. Não vai dar nem vontade de voltar para casa! Para que? Para cozinhar lentamente?
Vivi nos Estados Unidos, inicialmente em Ames (Iowa) e posteriormente
Fiquei conformado porque sabia que aquela região é de alta latitude e, portanto, o fenômeno é natural. Agora, querer que algo parecido aconteça nos trópicos, quase na linha do Equador! Isso não me parece muito natural.
Aliás, lá nos Estados Unidos (continente) existem quatro fusos horários distintos. São 3 horas de diferença entre a costa leste (Nova Iorque) e a costa oeste (Los Angeles). É mais do que no Brasil. E eles são muito mais ricos, têm quase o dobro da população, quase todo mundo tem televisão, são centenas de canais abertos locais, regionais e nacionais, todos os bancos estão informatizados. E nem por isso eles unificaram os seus fusos horários para atender interesses do tipo que são usados para justificar a mudança do horário do Acre. A vida por lá segue como sempre, desde 1918 quando o Congresso aprovou o Standard Time Act. Quando houve controvérsia, ela foi decidida no voto.
Concordo, portanto, com a maioria dos leitores do blog do Altino. É, como diz um deles, "senso comum" que tal mudança não pode ser feita sem que haja uma consulta popular ampla para decidir a questão. Mas que fique bem claro que a consulta não deve se resumir a seminários e outros debates públicos indispensáveis para esclarecer a questão, como se propõe o Deputado Moisés Diniz. Tem que haver uma consulta popular para decidir a questão no voto.Para finalizar, faço um desafio democrático ao Deputado Diniz e ao Senador Tião Viana:
- Porque não colocar a questão em votação por ocasião das próximas eleições municipais?
O custo é quase zero considerando que representa apenas uma adição no programa de votação das urnas eletrônicas e alguns segundos a mais do tempo dos eleitores. Além disso, parece-me um trâmite mais democrático do que seguir articulando em Brasília nas altas esferas federais só porque a lei que regula o assunto é Federal. Tudo bem que a lei é Federal, mas legitimem a mudança com o voto popular!
Mas façam essa proposta logo, antes que outros políticos assumam a idéia. Com certeza isso legitimaria a mudança e eliminaria qualquer questionamento se a mesma atende ou não os anseios populares.
Afinal, a voz do povo pode até não ser a voz de Deus, como diz o ditado popular, mas com certeza ela deve ser a voz dos políticos que o representa.
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