Google
Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

18 outubro 2007

DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

Pequenos proprietários já são responsáveis por mais de 50% do desmatamento na região

Mais de 50% do desmatamento atual na Amazônia ocorre em pequenos e médios terrenos, de até 50 hectares. Segundo o diretor de ações na Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, essa é uma alteração na dinâmica observada antes na região, quando grandes terrenos, com 150 hectares ou mais, eram derrubados.

Efeito das operações realizadas nos últimos três anos para conter o corte, a pulverização hoje é um dos desafios do governo para conter o desmatamento em 2007 e em 2008 - que pode apresentar um crescimento, depois de três anos em queda, conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" (O Estadão) mostrou ontem.

"A dinâmica observada neste ano é um pouco diferente. Os grandes desmatamentos caíram e aumentaram os pequenos e médios", diz. "Isso pede uma estratégia diferenciada de combate." Se em 2004 o governo desenhou estratégias de controle da derrubada em 700 polígonos (seções da Amazônia, usadas para monitoramento por satélite), hoje são mais de 2 mil a serem analisados, devido à pulverização.

Luz amarela

O coordenador do Instituto Centro de Vida, de Mato Grosso, lembra que os grandes desmatamentos são mais fáceis de detectar por órgãos fiscalizadores. O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, disse que o ritmo do desmatamento teve "ligeiro aumento" nos meses de agosto e setembro, mas isso não permite dizer que a taxa anual será maior. "Os números acendem a luz amarela, (mas) não podemos ter pânico. Estamos trabalhando para reverter os números".

De acordo com o Estadão, o Governo Federal prepara uma ação emergencial para tentar conter a retomada do aumento do desmatamento na Amazônia. Segundo dados independentes e oficiais, a derrubada - que foi controlada por três anos seguidos - ganhou nova força neste ano, após três anos de queda e, sem ações de controle, pode crescer ainda mais no próximo ano.

Campeão

Informações preliminares do próprio governo, indicam que o desmatamento em Mato Grosso cresceu 107% entre junho e setembro deste ano, comparado ao mesmo período do ano anterior. Em Rondônia, o índice é de 53% e, no Acre, de 3%. Já o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), elaborado regularmente pelas organizações não-governamentais Imazon e Instituto Centro de Vida (ICV), mostram que o corte em Mato Grosso subiu pelo quarto mês consecutivo. O Estado é o que mais derruba na região e serve como termômetro da tendência a ser seguida pelos demais Estados amazônicos.

Frente a esses números, o Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia, que passa atualmente por revisão, foi desmembrado em três momentos. O primeiro, prevê ações de comando e controle ainda neste ano. No ano que vem, a intenção do governo é trabalhar com os cerca de 30 municípios amazônicos que derrubam mais. Entre 2008 e 2010, o ministério promete mecanismos que promovam a exploração sustentada da floresta.

A Crítica-AM
Crédito da imagem: Márcio James, A Crítica

1 Comments:

Blogger SM said...

Um problema quase tão antigo quanto o próprio país que ainda (como tantos outros, igualmente antigos) não foi resolvido.
A questão da Amazônia gera mais debates do que ações e o tempo mostrou que tais debates não levaram à nenhuma solução prática. O desmatamento segue sem controle e a questão ambiental já passou há muito do estado crítico. Resta-nos torcer para que as ações passem a ser tão eficazes quanto os discursos do governo para impressionar líderes de outras nações...

Um abraço
Simone

18/10/2007, 08:22  

Postar um comentário

<< Home