Google
Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

16 outubro 2007

FAZENDEIROS ACREANOS ESTÃO USANDO ÓLEO DIESEL PARA CONTROLAR PLANTAS INVASORAS DE PASTAGENS

Pesquisa da Embrapa-Acre avaliou a viabilidade do uso do combustível como parte da estratégia de controle de diferentes espécies invasoras de pastagens no Acre. Pelo menos no caso da goiabeira a improvisação funciona


Diversas plantas invasoras arbustivas causam grandes prejuízos à pecuária acreana devido à sua alta capacidade de regeneração após o controle mecânico e aos elevados custos envolvidos com o seu controle químico. Na busca de uma solução mais prática e barata, alguns pecuaristas têm usado o óleo diesel combustível em substituição aos herbicidas químicos para o controle das invasoras.


Para testar a eficácia deste método, o pesquisador da Embrapa-Acre, Carlos Mauricio Soares de Andrade, com o auxílio do estudante Antonio Lemuel Torres da Silva, realizou um experimento de campo entre fevereiro e junho de 2007. O estudo foi implantado em pastagens infestadas com as espécies invasoras Psidium guajava (goiabeira), Mimosa pigra (malícia) e Paullinia sp. (cipó-guaraná).


Foram comparados a ação dos herbicidas 2,4-D + picloram (Tordon), picloram (Padron) e o óleo diesel sem diluição em dois tipos de tratamentos: corte das plantas a 20 cm do solo e corte rente ao solo. O controle do experimento foi feito em uma parcela na qual não foi usado herbicida ou óleo diesel.


O corte das plantas foi efetuado com facão ou foice e imediatamente após o corte foi efetuada a aplicação dos herbicidas e do óleo diesel no toco, utilizando-se um pulverizador manual. As avaliações foram realizadas às seis e nove semanas após a aplicação dos tratamentos, determinando-se a porcentagem de plantas controladas (ausência de brotação) e o vigor de brotação das plantas.


Uso do diesel só se justifica no caso da goiabeira


As plantas da espécie Mimosa pigra (malícia) foram totalmente (100%) controladas em ambos os tratamentos, independentemente da altura de corte. A goiabeira demonstrou alta capacidade de rebrotação após o corte alto ( 20 cm ), mesmo com a aplicação do óleo diesel ou do Padron (picloram). Quando o corte foi rente ao solo, o óleo diesel reduziu significativamente o vigor de rebrotação das plantas de goiabeira em relação ao tratamento testemunha, com o mesmo grau de eficiência dos herbicidas comerciais à base de 2,4-D e picloram. Já quando o corte foi efetuado a 20 cm de altura, o controle mais eficiente foi promovido pelo 2,4-D + picloram.


Para o cipó-guaraná, a altura de corte não alterou o vigor de rebrotação e a eficiência de controle das plantas pulverizadas com os herbicidas à base de 2,4-D e picloram, porém o corte rente ao solo diminuiu significativamente o vigor de rebrotação e a eficiência de controle das plantas nos tratamentos sem herbicida e com óleo diesel. Quando o corte foi rente ao solo, os tratamentos químicos não tiveram efeito significativo sobre o vigor de rebrotação do cipó-guaraná. Controle aceitável (80%) foi obtido às nove semanas após o corte rente ao solo, mesmo sem o uso de herbicidas. Já com o corte alto, controle eficiente somente foi obtido com a aplicação de herbicidas à base de 2,4-D e picloram.


A malícia possui baixo potencial de rebrotação após o controle mecânico, dispensando o uso de herbicidas. O óleo diesel pode substituir satisfatoriamente os herbicidas comerciais à base de 2,4-D + picloram e picloram para o controle da goiabeira, desde que o corte das plantas seja realizado rente ao solo. O cipó-guaraná pode ser controlado de maneira aceitável pelo corte rente ao solo, sem a aplicação de herbicidas.

Fonte:Estratégia de controle de plantas invasoras problemáticas em pastagens com o uso de óleo diesel. Por Antonio Lemuel Torres da Silva (PIBIC/EMBRAPA-Acre) e Carlos Mauricio Soares de Andrade (Pesquisador EMBRAPA-Acre)

Crédito da imagem: site Fazenda Ecológica

10 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Caro Evandro,
No caso desse experimento, não se está trocando seis por meia dúzia em relação aos níveis de contaminação ambiental do solo e dos recursos hídricos? Não seria mais efetivo buscar herbicidas naturais para o controle de pragas e plantas daninhas? O trabalho faz algum comentário sobre essas indagações?

17/10/2007, 08:45  
Blogger Evandro Ferreira said...

Raimundo Cláudio,
Você tem razão, mas o trabalho foi publicado na forma de resumo. O autor testou o que as pessoas estao fazendo na atualidade e encontrou alguma coisa positiva do ponto de vista de fucionalidade da ideia dos fazendeiros "professores pardais". O passo lógico seria agora avançar para comparar o nivel de poluição que cada produto causa. Vamos aguardar para ver se esse vai ser o proximo passo.
Evandro

17/10/2007, 12:10  
Blogger André said...

Evandro,
vc teria alguma novidade com relação a alguma substância que tenha baixo efeito em termos de contaminação ambiental?
André

22/08/2009, 21:13  
Blogger Evandro Ferreira said...

André, infelizmente compostos naturais e biodegradáveis não são pesquisados com intensidade e $$ dedicado aos produtos derivados do petróleo ou similares.
Evandro

23/08/2009, 11:12  
Anonymous rogerio ferraz said...

Caros,

Não se esqueção que os defensivos utilizados para controlar plantas daninhas de pastagem são menos poluentes que os df para agricultura e outra o picloran permanece em translocaçào na planta ate 2 anos e quando em contato com o solo são degradados pelas bacterias,sendo assim menor risco de contaminação do solo.

17/08/2011, 21:46  
Blogger cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze said...

Há quem diga que a glicerina residual da produção de biodiesel ao ser diluída meio a meio com água morna é boa para usar como herbicida.

28/10/2011, 06:49  
Anonymous Anônimo said...

tudo errado porque:
a) diesel é derivado de petroleo;
b)no país ha legislação ambiental;
c) pesquisa se faz com base científica...

Divino Nunes Mesquita
mesquit@agronomo.eng.br

24/02/2014, 10:43  
Blogger Unknown said...

Caros amigos, pela relevância do assunto e por ter trabalhado com os respectivos produtos de 2002 a 2005, vou dar uma parcela de contribuição e espero que possa servir.
1: parabéns pelo trabalho (pesquisadores), países de primeiro mundo como exemplo EUA as instituições como MIT, HARVARD, etc... São as melhores por um motivo simples, eles estudam o que interessam pra solucionar os problemas deles.
2: segundo artigos científicos que não são poucos, afirmam que PICLORAN tem residual mínimo de 2,5anos no solo, experimentem plantar qualquer folha larga onde usou TORDON ou PADRON.Alguns desses herbicidas como o 2,4 -D + picloram (composto aux´ınico) apresentam longo per´ıodo residual no solo (at´e 2,5 anos) (NASCIMENTO; YAMASHITA, 2009).
3: sobre o "óleo diesel", verifiquem a bula do produto GARLON (TRICLOPYR) do mesmo fabricante do TORDON e PADRON, olha o que o ele recomenda sobre autorização do ministério dá agricultura (Pastagens:- Para o controle de Pindoba: Orbinya phalerata: 5% em óleo diesel. Diluir 5 litros de Garlon® 480 BR em 95 litros de óleo diesel. Aplicar 5 mL em plantas jovens e 10 mL em plantas adultas, na gema apical. Aplicar com pistola veterinária ou costal manual PJH Jacto dosadora).
MAPA sob no 0319001.
Pra finalizar caro Carlos e Lemuel, trabalhei com esses produtos no estado do Pará pra ser mais específico e olha estou surpreso com vossas afirmações sobre plantas rebrotarem após aplicação do PICLORAN no toco, experiência prática e própria, nunca vi se quer uma só vez isso acontecer, exceto nos casos do usuário não seguir as recomendações e fazer uma subdose achando que diminuiria os custos, já que ele sempre foi salgado (R$).
Espero que essas informações sejam úteis aos interessados e parabéns a todos os comentários, pois são as críticas e as dúvidas que nos tornam melhores.
Eng.agr. Hygor Barreira

17/02/2017, 15:55  
Blogger Unknown said...

Fucionou

16/02/2021, 03:44  
Blogger Unknown said...

Aqui essa prática está sendo utilizada no controle de ervas daninha com resultado satisfatório. Ao contrário do experimento acima citado,o diesel é misturado com água e o veneno. Desconheço a existência de outro produto adicionado na mistura ,pois o óleo não se mistura com a água.

27/06/2021, 22:33  

Postar um comentário

<< Home