FAZENDEIROS ACREANOS ESTÃO USANDO ÓLEO DIESEL PARA CONTROLAR PLANTAS INVASORAS DE PASTAGENS
Pesquisa da Embrapa-Acre avaliou a viabilidade do uso do combustível como parte da estratégia de controle de diferentes espécies invasoras de pastagens no Acre.
Diversas plantas invasoras arbustivas causam grandes prejuízos à pecuária acreana devido à sua alta capacidade de regeneração após o controle mecânico e aos elevados custos envolvidos com o seu controle químico. Na busca de uma solução mais prática e barata, alguns pecuaristas têm usado o óleo diesel combustível em substituição aos herbicidas químicos para o controle das invasoras.
Para testar a eficácia deste método, o pesquisador da Embrapa-Acre, Carlos Mauricio Soares de Andrade, com o auxílio do estudante Antonio Lemuel Torres da Silva, realizou um experimento de campo entre fevereiro e junho de 2007. O estudo foi implantado em pastagens infestadas com as espécies invasoras Psidium guajava (goiabeira), Mimosa pigra (malícia) e Paullinia sp. (cipó-guaraná).
Foram comparados a ação dos herbicidas 2,4-D + picloram (Tordon), picloram (Padron) e o óleo diesel sem diluição em dois tipos de tratamentos: corte das plantas a
O corte das plantas foi efetuado com facão ou foice e imediatamente após o corte foi efetuada a aplicação dos herbicidas e do óleo diesel no toco, utilizando-se um pulverizador manual. As avaliações foram realizadas às seis e nove semanas após a aplicação dos tratamentos, determinando-se a porcentagem de plantas controladas (ausência de brotação) e o vigor de brotação das plantas.
Uso do diesel só se justifica no caso da goiabeira
As plantas da espécie Mimosa pigra (malícia) foram totalmente (100%) controladas em ambos os tratamentos, independentemente da altura de corte. A goiabeira demonstrou alta capacidade de rebrotação após o corte alto (
Para o cipó-guaraná, a altura de corte não alterou o vigor de rebrotação e a eficiência de controle das plantas pulverizadas com os herbicidas à base de 2,4-D e picloram, porém o corte rente ao solo diminuiu significativamente o vigor de rebrotação e a eficiência de controle das plantas nos tratamentos sem herbicida e com óleo diesel. Quando o corte foi rente ao solo, os tratamentos químicos não tiveram efeito significativo sobre o vigor de rebrotação do cipó-guaraná. Controle aceitável (80%) foi obtido às nove semanas após o corte rente ao solo, mesmo sem o uso de herbicidas. Já com o corte alto, controle eficiente somente foi obtido com a aplicação de herbicidas à base de 2,4-D e picloram.
A malícia possui baixo potencial de rebrotação após o controle mecânico, dispensando o uso de herbicidas. O óleo diesel pode substituir satisfatoriamente os herbicidas comerciais à base de 2,4-D + picloram e picloram para o controle da goiabeira, desde que o corte das plantas seja realizado rente ao solo. O cipó-guaraná pode ser controlado de maneira aceitável pelo corte rente ao solo, sem a aplicação de herbicidas.
Fonte:Estratégia de controle de plantas invasoras problemáticas em pastagens com o uso de óleo diesel. Por Antonio Lemuel Torres da Silva
Crédito da imagem: site Fazenda Ecológica
11 Comments:
Caro Evandro,
No caso desse experimento, não se está trocando seis por meia dúzia em relação aos níveis de contaminação ambiental do solo e dos recursos hídricos? Não seria mais efetivo buscar herbicidas naturais para o controle de pragas e plantas daninhas? O trabalho faz algum comentário sobre essas indagações?
Raimundo Cláudio,
Você tem razão, mas o trabalho foi publicado na forma de resumo. O autor testou o que as pessoas estao fazendo na atualidade e encontrou alguma coisa positiva do ponto de vista de fucionalidade da ideia dos fazendeiros "professores pardais". O passo lógico seria agora avançar para comparar o nivel de poluição que cada produto causa. Vamos aguardar para ver se esse vai ser o proximo passo.
Evandro
Evandro,
vc teria alguma novidade com relação a alguma substância que tenha baixo efeito em termos de contaminação ambiental?
André
André, infelizmente compostos naturais e biodegradáveis não são pesquisados com intensidade e $$ dedicado aos produtos derivados do petróleo ou similares.
Evandro
Caros,
Não se esqueção que os defensivos utilizados para controlar plantas daninhas de pastagem são menos poluentes que os df para agricultura e outra o picloran permanece em translocaçào na planta ate 2 anos e quando em contato com o solo são degradados pelas bacterias,sendo assim menor risco de contaminação do solo.
Há quem diga que a glicerina residual da produção de biodiesel ao ser diluída meio a meio com água morna é boa para usar como herbicida.
tudo errado porque:
a) diesel é derivado de petroleo;
b)no país ha legislação ambiental;
c) pesquisa se faz com base científica...
Divino Nunes Mesquita
mesquit@agronomo.eng.br
Caros amigos, pela relevância do assunto e por ter trabalhado com os respectivos produtos de 2002 a 2005, vou dar uma parcela de contribuição e espero que possa servir.
1: parabéns pelo trabalho (pesquisadores), países de primeiro mundo como exemplo EUA as instituições como MIT, HARVARD, etc... São as melhores por um motivo simples, eles estudam o que interessam pra solucionar os problemas deles.
2: segundo artigos científicos que não são poucos, afirmam que PICLORAN tem residual mínimo de 2,5anos no solo, experimentem plantar qualquer folha larga onde usou TORDON ou PADRON.Alguns desses herbicidas como o 2,4 -D + picloram (composto aux´ınico) apresentam longo per´ıodo residual no solo (at´e 2,5 anos) (NASCIMENTO; YAMASHITA, 2009).
3: sobre o "óleo diesel", verifiquem a bula do produto GARLON (TRICLOPYR) do mesmo fabricante do TORDON e PADRON, olha o que o ele recomenda sobre autorização do ministério dá agricultura (Pastagens:- Para o controle de Pindoba: Orbinya phalerata: 5% em óleo diesel. Diluir 5 litros de Garlon® 480 BR em 95 litros de óleo diesel. Aplicar 5 mL em plantas jovens e 10 mL em plantas adultas, na gema apical. Aplicar com pistola veterinária ou costal manual PJH Jacto dosadora).
MAPA sob no 0319001.
Pra finalizar caro Carlos e Lemuel, trabalhei com esses produtos no estado do Pará pra ser mais específico e olha estou surpreso com vossas afirmações sobre plantas rebrotarem após aplicação do PICLORAN no toco, experiência prática e própria, nunca vi se quer uma só vez isso acontecer, exceto nos casos do usuário não seguir as recomendações e fazer uma subdose achando que diminuiria os custos, já que ele sempre foi salgado (R$).
Espero que essas informações sejam úteis aos interessados e parabéns a todos os comentários, pois são as críticas e as dúvidas que nos tornam melhores.
Eng.agr. Hygor Barreira
Fucionou
Aqui essa prática está sendo utilizada no controle de ervas daninha com resultado satisfatório. Ao contrário do experimento acima citado,o diesel é misturado com água e o veneno. Desconheço a existência de outro produto adicionado na mistura ,pois o óleo não se mistura com a água.
Será que só o óleo diesel mata Pindoba?
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