Google
Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

12 junho 2008

ACRE É UM DOS POUCOS ESTADOS A CUMPRIR PERCENTUAL DE GASTO COM SAÚDE

Além do Distrito Federal, os Estados que cumprem o percentual de gastos são Acre, Amapá, Amazonas, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins

Só 8 Estados e o DF gastam em saúde o que determina a lei

GUSTAVO PATU e ANGELA PINHO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Relatório do Ministério da Saúde aponta que só oito Estados e o Distrito Federal cumprem os gastos mínimos obrigatórios em saúde previstos na Constituição. Entre os 18 irregulares, segundo o ministério, estão São Paulo, Rio, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, os cinco mais ricos do país.

Os dados ajudam a entender por que governadores aliados e oposicionistas são parceiros em potencial do governo federal na tentativa de aprovar na Câmara a recriação da CPMF, agora como CSS (Contribuição Social para a Saúde), em substituição ao projeto já votado pelo Senado que disciplina a aplicação de recursos no setor.

Segundo o documento do ministério, que analisou prestações de contas de 2006, a maioria dos Estados contabiliza despesas como aposentadorias, benefícios ao funcionalismo, assistência social e até programas de comunicação para atingir os 12% da receita exigidos para o Orçamento da saúde --que, ao todo, perdeu R$ 3,4 bilhões naquele ano. Os Estados gastaram em saúde, em 2006, R$ 19,8 bilhões.

Os artifícios contábeis aproveitam lacuna da legislação. A emenda 29, de 2000, fixou regras ao valor que Estados e cidades gastam em saúde, mas deixou para lei complementar a definição de que ações e serviços públicos podem ser considerados gasto em saúde. Há só uma resolução do Conselho Nacional de Saúde, editada em 2003, insuficiente para impor regras e punir infratores.

A maior discrepância entre gastos declarados e os considerados efetivos pela Saúde está em Minas. O governo Aécio Neves (PSDB) informou despesas de R$ 2,172 bilhões no último ano de seu primeiro mandato. Para a área federal, o valor não passa de R$ 994 milhões, após feito o desconto de gastos com pagamento de inativos e com saúde de servidores da ativa.

No Estado mais rico do país, que responde pela maior bancada na Câmara, também se contabiliza como despesa com saúde pública o atendimento de clientelas fechadas, como o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público e a Caixa Beneficente da Polícia Militar. Pelo relatório, São Paulo destinou ao setor 11,6% de sua receita no ano em que o tucano Geraldo Alckmin deixou o governo para disputar o Planalto.

Os percentuais mais baixos de aplicação estão no Rio Grande do Sul, que vive crise financeira e não forneceu todos os dados relativos a 2006. Mesmo na declaração de 2007, ainda não avaliada pela Saúde, o governo Yeda Crusius (PSDB), admite que a saúde só tem recebido 5,8% da receita estadual.

Além do Distrito Federal, os Estados que cumprem o percentual de gastos são Acre, Amapá, Amazonas, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

A regulamentação da emenda 29 também deve fixar regra definitiva para despesas federais, que seguem a regra provisória de reajustar anualmente as verbas segundo a variação da inflação e do Produto Interno Bruto. Só em maio, o Senado aprovou por unanimidade o projeto previsto pela emenda, o que significaria despesas adicionais e indesejadas para o governo Lula e a maioria dos governadores e dos prefeitos. A contra-ofensiva federal é condicionar o aumento do gasto à CSS. Discretamente, os governadores negociam os critérios de classificação dos gastos.

Quatro dos cinco Estados mais ricos do país que, segundo o Ministério da Saúde, não investiram o percentual mínimo de 12% da receita líquida em saúde contestaram os dados do governo federal. Todos disseram que cumprem o determinado pela emenda constitucional 29 e apontaram inconsistências entre o que é cobrado pelo governo e o que é analisado pelos tribunais de contas.

2 Comments:

Blogger Acreucho said...

Professor, esse assunto é polêmico, pois, os administradores estaduais de saúde, até podem usar a cota oficial que acho seja de 12%para aplicação em saúde, porém, o destino dado ao numerário é que é mal distribuído, principalmente em licitações combinadas, superfaturamentos de medicamentos e objetos comprados e salários pagos a profissionais médicos contratados sem concurso, por serviços prestados, que não tem que ser pago com o dinheiro que é destinado à saúde. Como todo mundo sabe, o superfaturamento de obras e bens dentro dos governos é um câncer difícil de ser extirpado.
Qualquer obra que custar R$ 10,00 feita pelo governo, se feita por particular custará R$ 5,00. Isso todo mundo sabe.

12/06/2008, 13:47  
Anonymous Anônimo said...

Olá. Adorei conhecer este blog. Os textos me fazem conhecer um pouco essa região. Quem sabe passo as férias por aí? Ah! Acabei de publicar um livro de poesias chamado RETRATO que foi inspirado no jornalismo ambiental e em projetos de Educação Ambiental. O objetivo principal da obra é, por meio da poesia, despertar a consciência conservacionista em relação aos escassos e tão ameaçados recursos naturais do País, bem como construção da cidadania, ética e cultura de paz. Grande abraço.
Rosi Cheque - jornalista e poeta (São Paulo - Brasil)

12/06/2008, 18:59  

Postar um comentário

<< Home