ATENDIMENTO HOSPITALAR DECORRENTE DE ACIDENTES E VIOLÊNCIA
Estudo indica que a residência se mostrou o principal local de ocorrência, sendo responsável por 85,3% das lesões autoprovocadas, 74,7% das queimaduras, 73,3% das quedas e 63,6% das demais
Estudo avalia perfil de atendimentos por causas externas em hospitais paulistas.
Renata Moehlecke
Agência Fiocruz de Notícias
As residências são os locais de origem de grande parte das causas externas (acidentes e violência) que determinam atendimentos nas emergências hospitalares. Essa é a conclusão de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo em três hospitais paulistas de grande porte. A pesquisa tinha como objetivo avaliar as características e o local de ocorrência dos atendimentos decorrentes de causas externas em pronto-socorros, excluídos os acidentes de transporte.
Em quatro dos cinco grupos de causas, a casa se mostrou o principal local de ocorrência, sendo responsável por 85,3% das lesões autoprovocadas, 74,7% das queimaduras, 73,3% das quedas e 63,6% das demais
Em quatro dos cinco grupos de causas, a casa se mostrou o principal local de ocorrência, sendo responsável por 85,3% das lesões autoprovocadas, 74,7% das queimaduras, 73,3% das quedas e 63,6% das demais
Foram verificados mais de 35 mil atendimentos feitos em 2005. “Dados sobre causas externas e o local de ocorrência ainda são escassos na literatura, especialmente em nosso país, onde acreditamos ser este o primeiro estudo que enfatiza essa análise”, afirmam os estudiosos em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz. “Os dados apresentados podem ser de grande valor para os planejadores e executores de políticas públicas, no sentido de fornecer bases concretas para o estabelecimento de ações prioritárias e o conseqüente planejamento de algumas estratégias de prevenção”.
Os resultados mostraram que 59,1% das vítimas eram do sexo masculino e que 62,1% tinham até 29 anos. “A partir dessa faixa foi observada uma diminuição gradual das ocorrências”, apontam os pesquisadores. Eles ainda destacam que, na faixa dos 60 anos, a proporção de atendimentos do sexo feminino foi maior que a do masculino. Nas residências ocorreram 64,7% dos casos. As vias públicas ficaram em segundo lugar, com 19,9% das notificações. O local de trabalho ocupou o terceiro lugar, com 8,9% do total. “Uma vez que a maioria das famílias, em todo mundo, gosta de considerar a sua casa como um ambiente de bem-estar, mais protegido das ameaças do mundo externo, como um lugar para estar com a família e amigos, é possível que estratégias de prevenção bem desenhadas voltadas para esse grupo possam ter boa adesão e impacto na redução de ocorrências de causas externas”, explicam.
A análise dos atendimentos segundo causas externas foi dividida em cinco grupos: lesões autoprovocadas (1,3%), queimaduras (2,6%), agressões (8,9%), quedas (39,3% dos casos) e demais causas (47,9%). Dentre essas últimas, o impacto acidental contra objeto ou pessoa foi a ocorrência mais notificada, com 34,5% do total. Em segundo lugar, eventos com instrumentos cortantes foram registrados em 7,9% dos casos e, em terceiro, as quedas de objetos sobre as pessoas (7,7%). Acidentes provocados por corpo estranho e mordeduras de cães também foram freqüentes. Em relação às quedas, os acidentes no mesmo nível foram responsáveis por 70,5% dos casos, seguidos pelas quedas de escada (12,5%) e de outras alturas (10,9%).
Em quatro dos cinco grupos de causas, a residência se mostrou o principal local de ocorrência, sendo responsável por 85,3% das lesões autoprovocadas, 74,7% das queimaduras, 73,3% das quedas e 63,6% das demais causas. “Somente o grupo das agressões apresentou maior freqüência de casos na via pública (63,8%), seguindo-se a residência (26,3%)”, esclarecem os estudiosos. “É importante ressaltar que o local de trabalho apareceu em terceiro lugar como local de ocorrência de quedas”.
Os pesquisadores ainda elucidam que, apesar da violência ser uma das maiores preocupações da sociedade brasileira atualmente, os resultados não demonstraram que ela teve o mesmo impacto nos atendimentos verificados que tem em informações sobre mortalidade no estado avaliado. “Os dados de mortalidade da população residente em São Paulo para 2005 mostram que as causas intencionais foram responsáveis por 42% dos óbitos”, dizem. “Neste estudo, o componente não intencional predominou, tendo sido responsável por 87,2% dos atendimentos decorrentes de causas externas”
Estudo avalia perfil de atendimentos por causas externas em hospitais paulistas.
Renata Moehlecke
Agência Fiocruz de Notícias
As residências são os locais de origem de grande parte das causas externas (acidentes e violência) que determinam atendimentos nas emergências hospitalares. Essa é a conclusão de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo em três hospitais paulistas de grande porte. A pesquisa tinha como objetivo avaliar as características e o local de ocorrência dos atendimentos decorrentes de causas externas em pronto-socorros, excluídos os acidentes de transporte.
Em quatro dos cinco grupos de causas, a casa se mostrou o principal local de ocorrência, sendo responsável por 85,3% das lesões autoprovocadas, 74,7% das queimaduras, 73,3% das quedas e 63,6% das demais
Em quatro dos cinco grupos de causas, a casa se mostrou o principal local de ocorrência, sendo responsável por 85,3% das lesões autoprovocadas, 74,7% das queimaduras, 73,3% das quedas e 63,6% das demais
Foram verificados mais de 35 mil atendimentos feitos em 2005. “Dados sobre causas externas e o local de ocorrência ainda são escassos na literatura, especialmente em nosso país, onde acreditamos ser este o primeiro estudo que enfatiza essa análise”, afirmam os estudiosos em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz. “Os dados apresentados podem ser de grande valor para os planejadores e executores de políticas públicas, no sentido de fornecer bases concretas para o estabelecimento de ações prioritárias e o conseqüente planejamento de algumas estratégias de prevenção”.
Os resultados mostraram que 59,1% das vítimas eram do sexo masculino e que 62,1% tinham até 29 anos. “A partir dessa faixa foi observada uma diminuição gradual das ocorrências”, apontam os pesquisadores. Eles ainda destacam que, na faixa dos 60 anos, a proporção de atendimentos do sexo feminino foi maior que a do masculino. Nas residências ocorreram 64,7% dos casos. As vias públicas ficaram em segundo lugar, com 19,9% das notificações. O local de trabalho ocupou o terceiro lugar, com 8,9% do total. “Uma vez que a maioria das famílias, em todo mundo, gosta de considerar a sua casa como um ambiente de bem-estar, mais protegido das ameaças do mundo externo, como um lugar para estar com a família e amigos, é possível que estratégias de prevenção bem desenhadas voltadas para esse grupo possam ter boa adesão e impacto na redução de ocorrências de causas externas”, explicam.
A análise dos atendimentos segundo causas externas foi dividida em cinco grupos: lesões autoprovocadas (1,3%), queimaduras (2,6%), agressões (8,9%), quedas (39,3% dos casos) e demais causas (47,9%). Dentre essas últimas, o impacto acidental contra objeto ou pessoa foi a ocorrência mais notificada, com 34,5% do total. Em segundo lugar, eventos com instrumentos cortantes foram registrados em 7,9% dos casos e, em terceiro, as quedas de objetos sobre as pessoas (7,7%). Acidentes provocados por corpo estranho e mordeduras de cães também foram freqüentes. Em relação às quedas, os acidentes no mesmo nível foram responsáveis por 70,5% dos casos, seguidos pelas quedas de escada (12,5%) e de outras alturas (10,9%).
Em quatro dos cinco grupos de causas, a residência se mostrou o principal local de ocorrência, sendo responsável por 85,3% das lesões autoprovocadas, 74,7% das queimaduras, 73,3% das quedas e 63,6% das demais causas. “Somente o grupo das agressões apresentou maior freqüência de casos na via pública (63,8%), seguindo-se a residência (26,3%)”, esclarecem os estudiosos. “É importante ressaltar que o local de trabalho apareceu em terceiro lugar como local de ocorrência de quedas”.
Os pesquisadores ainda elucidam que, apesar da violência ser uma das maiores preocupações da sociedade brasileira atualmente, os resultados não demonstraram que ela teve o mesmo impacto nos atendimentos verificados que tem em informações sobre mortalidade no estado avaliado. “Os dados de mortalidade da população residente em São Paulo para 2005 mostram que as causas intencionais foram responsáveis por 42% dos óbitos”, dizem. “Neste estudo, o componente não intencional predominou, tendo sido responsável por 87,2% dos atendimentos decorrentes de causas externas”
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