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06 janeiro 2009

CEDRO E IPÊ AMARELO: REGENERAÇÃO NA PASTAGEM X REGENERAÇÃO NA FLORESTA?

Existe possibilidade de sucesso na regeneração, em áreas de pastagens, de espécies madeireiras de valor econômico? Pesquisadores da Embrapa-Acre mostraram que sim

O cedro (Cedrela odorata L.) e o ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia Nichols.) são espécies arbóreas tropicais economicamente valiosas e que têm sido ameaçadas pela exploração madeireira predatória e pela fragmentação florestal causada pela derrubada indiscriminada da floresta. Ambas espécies apresentam dispersão de suas sementes pelo vento (anemocórica) e apresentam boa capacidade de se regenerar naturalmente em áreas de pastagens.

Para verificar o efeito do crescimento dessas espécies em floresta e pastagem sobre sua diversidade genética, pesquisadores da Embrapa-Acre e da Esalq-SP avaliaram 30 indivíduos de ipê-amarelo e 54 de cedro.

Os resultados obtidos indicaram que a diversidade genética foi elevada nas subpopulações avaliadas. Para o ipê-amarelo, a diversidade genética foi maior na pastagem enquanto que o cedro apresentou perda genética neste ambiente quando comparada com as plantas que crescem na floresta. Um dado relevante é que 31% dos alelos de cedro foram exclusivos da floresta. Não houve divergência genética entre as subpopulações de ipê-amarelo, porém, para cedro, houve divergência significativa, embora baixa (2,2%).

Os resultados mostraram que para as duas espécies, a subpopulação da pastagem não passou por um gargalo genético severo. A colonização de áreas antrópicas mostrou-se eficiente, mas se verificou que existe a necessidade de fluxo gênico contínuo por sucessivas gerações entre as áreas para restabelecer (cedro) e manter (ipê) os níveis de diversidade genética observados na área de vegetação primária.

Clique aqui para ler o artigo "Conseqüências genéticas da regeneração natural de espécies arbóreas em área antrópica, AC, Brasil", de autoria de Karina Martins, Luciano Arruda Ribas, Maria Andréia Moreno e Lúcia Helena de Oliveira Wadt e publicado no volume 22, número 3 da revista Acta Botânica Brasílica.