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18 março 2009

MAIOR ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, MAIOR MORTALIDADE

Pesquisa feita na Universidade de Oxford com dados de 900 mil pessoas conclui que cada 5 kg/m² a mais no índice de massa corporal resulta em aumento de um terço na mortalidade

Agência FAPESP – Uma análise de 57 estudos feitos na Europa e Estados Unidos com quase 900 mil pessoas revelou que um índice de massa corporal (IMC) alto leva a um aumento nas taxas de mortalidade.

O trabalho considerou o IMC ideal entre 22,5 e 25 kg/m² – o coeficiente é calculado ao se dividir o peso (em quilos) pela altura ao quadrado (em metro). Segundo o estudo, acima do valor máximo ideal, cada 5 kg/m² extra resulta em um aumento de cerca de um terço na mortalidade geral.

A pesquisa, coordenada por Richard Peto e Gary Whitlock, da Colaboração de Estudos Prospectivos da Universidade de Oxford, no Reino Unido, foi publicada nesta quarta-feira (18/3) no site e sairá em breve na edição impressa da revista médica The Lancet.

Entre as conclusões está que a obesidade moderada, ou sobrepeso (IMC entre 30 e 35), é bastante comum estatisticamente, mas tem apenas um terço do efeito do hábito de fumar na mortalidade. Enquanto isso, a obesidade severa (IMC de 40 a 50), apesar de mais rara, tem efeito semelhante ao cigarro na mortalidade.

Os pesquisadores analisaram a relação entre IMC e o risco de morte por conta de diversos problemas de saúde. A idade média dos envolvidos ficou em 46 anos, com homens representando 61% do total.

Nos dois sexos, a mortalidade se mostrou menor no IMC considerado ideal. Cada 5 kg/m² adicional representou um aumento de: 40% na mortalidade por doenças do coração, derrame e outros problemas vasculares; 60% a 120% para diabetes e doenças no fígado e rins; 10% em relação ao câncer; e 20% de aumento para indivíduos com doenças pulmonares.

A obesidade moderada reduziu a expectativa de vida entre dois e quatro anos. A diminuição foi de oito a dez anos para casos de obesidade severa ou mórbida.

Foi observado também um aumento na mortalidade em indivíduos com IMC abaixo do considerado ideal, mas os cientistas destacam que será preciso novo estudo para entender melhor tal relação, que não foi o objetivo da presente pesquisa.

“A conclusão é simples: excesso de peso diminui a expectativa de vida. Em países como a Inglaterra e os Estados Unidos, pesar um terço a mais do que o ideal diminui a expectativa média de vida em três anos”, disse Whitlock.

“Para a maioria das pessoas, esse um terço significa carregar de 20 a 30 quilos a mais de excesso de peso. É mais fácil evitar o ganho de peso do que perdê-lo depois que o excesso já está presente. Evitar atingir um IMC de 32 kg/m² pode representar alguns anos a mais de vida”, disse.

O artigo Body-mass index and cause-specific mortality in 900 000 adults: collaborative analyses of 57 prospective studies pode ser lido por assinantes da The Lancet em www.thelancet.com.