ADOLESCENTES E A PÍLULA DO DIA SEGUINTE
Adolescentes de Pernambuco usam a pílula do dia seguinte de forma incorreta, alerta estudo
Fernanda Marques
Agência Fiocruz de Notícias
Pesquisa com cerca de 4,2 mil alunos do Ensino Médio de Pernambuco mostrou que 35% deles nunca receberam informações sobre o método contraceptivo de emergência, mais conhecido como pílula do dia seguinte. Mais de 27% já tinham utilizado o método, na maioria das vezes de modo incorreto. Entre os que já tinham usado, 78% fizeram de forma errada, como tomar o medicamento antes do ato sexual ou ao notar o atraso da menstruação. O uso incorreto do método foi mais frequente entre adolescentes que residiam no interior do estado, se comparados aos da região metropolitana. O estudo – publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz – é assinado pelas pesquisadoras Maria Suely Peixoto de Araújo e Laura Olinda Bregieiro Fernandes Costa, da Universidade de Pernambuco.
“As formulações habitualmente usadas para contracepção de emergência são efetivas quando tomadas decorridas 72 a 120 horas pós-coito. No entanto, têm maior efetividade quando a primeira dose (ou a dose única) é administrada nas primeiras 12 horas”, explicam as autoras. Com o objetivo de descrever o comportamento sexual dos adolescentes, seu conhecimento sobre a contracepção de emergência e a forma de sua utilização, elas entrevistaram alunos de 76 escolas estaduais em 44 municípios pernambucanos.
Com idades entre 14 e 19 anos, quatro em cada dez entrevistados já iniciaram sua vida sexual. “A constatação de que 44,1% dos adolescentes pesquisados relataram ter iniciado vida sexual, sendo 5,7% com menos de 12 anos de idade e 30,9% na faixa etária dos 13 aos 14 anos, reflete uma situação crítica pela possibilidade de serem surpreendidos por uma gravidez inoportuna”, destacam Maria Suely e Laura. Entre os que já tiveram relações sexuais, 60% dos rapazes e 24% das moças contaram ter tido três ou mais parceiros.
A grande maioria disse ter usado camisinha na última relação sexual. “O depoimento da maioria dos jovens pesquisados apontou para a construção de uma atitude favorável quanto ao uso do preservativo, porém também houve relatos de relacionamento sexual desprotegido, procedimento que os torna vulneráveis às DSTs e a gestações precoces ou inesperadas”, ressaltam as autoras.
Também foi perguntado aos adolescentes quais suas principais fontes de informação sobre a contracepção de emergência. Os amigos foram mais citados como fontes do que os profissionais de saúde e os professores. “Os adolescentes recorreram aos amigos, provavelmente não preparados para isso, e, por conseguinte, podem ter recebido informações deformadas. O fato mais preocupante, porém, é a baixa participação dos profissionais de saúde como agentes de informação”, dizem as pesquisadoras.
Elas verificaram, por exemplo, que os jovens consideram monótonas e desinteressantes as palestras realizadas nos serviços de saúde. “Conclui-se haver a necessidade de desenvolver programas de educação sexual e reprodutiva efetivamente voltados para os adolescentes, numa linguagem mais próxima à sua realidade, para transformá-los em parceiros da adoção de condutas preventivas”.
Fernanda Marques
Agência Fiocruz de Notícias
Pesquisa com cerca de 4,2 mil alunos do Ensino Médio de Pernambuco mostrou que 35% deles nunca receberam informações sobre o método contraceptivo de emergência, mais conhecido como pílula do dia seguinte. Mais de 27% já tinham utilizado o método, na maioria das vezes de modo incorreto. Entre os que já tinham usado, 78% fizeram de forma errada, como tomar o medicamento antes do ato sexual ou ao notar o atraso da menstruação. O uso incorreto do método foi mais frequente entre adolescentes que residiam no interior do estado, se comparados aos da região metropolitana. O estudo – publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz – é assinado pelas pesquisadoras Maria Suely Peixoto de Araújo e Laura Olinda Bregieiro Fernandes Costa, da Universidade de Pernambuco.
“As formulações habitualmente usadas para contracepção de emergência são efetivas quando tomadas decorridas 72 a 120 horas pós-coito. No entanto, têm maior efetividade quando a primeira dose (ou a dose única) é administrada nas primeiras 12 horas”, explicam as autoras. Com o objetivo de descrever o comportamento sexual dos adolescentes, seu conhecimento sobre a contracepção de emergência e a forma de sua utilização, elas entrevistaram alunos de 76 escolas estaduais em 44 municípios pernambucanos.
Com idades entre 14 e 19 anos, quatro em cada dez entrevistados já iniciaram sua vida sexual. “A constatação de que 44,1% dos adolescentes pesquisados relataram ter iniciado vida sexual, sendo 5,7% com menos de 12 anos de idade e 30,9% na faixa etária dos 13 aos 14 anos, reflete uma situação crítica pela possibilidade de serem surpreendidos por uma gravidez inoportuna”, destacam Maria Suely e Laura. Entre os que já tiveram relações sexuais, 60% dos rapazes e 24% das moças contaram ter tido três ou mais parceiros.
A grande maioria disse ter usado camisinha na última relação sexual. “O depoimento da maioria dos jovens pesquisados apontou para a construção de uma atitude favorável quanto ao uso do preservativo, porém também houve relatos de relacionamento sexual desprotegido, procedimento que os torna vulneráveis às DSTs e a gestações precoces ou inesperadas”, ressaltam as autoras.
Também foi perguntado aos adolescentes quais suas principais fontes de informação sobre a contracepção de emergência. Os amigos foram mais citados como fontes do que os profissionais de saúde e os professores. “Os adolescentes recorreram aos amigos, provavelmente não preparados para isso, e, por conseguinte, podem ter recebido informações deformadas. O fato mais preocupante, porém, é a baixa participação dos profissionais de saúde como agentes de informação”, dizem as pesquisadoras.
Elas verificaram, por exemplo, que os jovens consideram monótonas e desinteressantes as palestras realizadas nos serviços de saúde. “Conclui-se haver a necessidade de desenvolver programas de educação sexual e reprodutiva efetivamente voltados para os adolescentes, numa linguagem mais próxima à sua realidade, para transformá-los em parceiros da adoção de condutas preventivas”.
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