TRABALHOS DA UFAC/INPA-ACRE NA SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
CONHECIMENTOS EMPÍRICOS, ENSINO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NA RESERVA EXTRATIVISTA CHICO MENDES, ACRE, BRASIL.
Renata Gomes de Abreu (1) (renataabreu_24@yahoo.com.br); Jarde da Silva Freitas (1); Evandro José Linhares Ferreira (2); Vera Lúcia Reis (1)
1. Universidade Federal do Acre - UFAC
2. Núcleo do INPA-Acre
INTRODUÇÃO:
Um dos maiores desafios para os professores interessados em inserir na prática pedagógica os princípios da interdisciplinaridade e contextualização é a falta de materiais didáticos voltados para a realidade do local onde atuam e dos educandos sob sua orientação. O município de Assis Brasil-Ac, com parte da zona rural localizada na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, adota experimentalmente desde 2005 uma proposta de ensino rural que enfatiza o desenvolvimento comunitário e o manejo dos recursos naturais. A proposta se baseia na execução do projeto Floresta das Crianças (FLOC), cuja metodologia adota o princípio da aprendizagem significativa, onde o entorno serve como laboratório natural de pesquisa e ensino. Em oito localidades da Resex Chico Mendes já foram doadas, para as escolas parceiras do projeto FLOC, áreas florestais adjacentes medindo entre 4 e 45 hectares para serem usadas com fins didáticos. Em 2007 e 2008 foi realizado, em conjunto com os comunitários, o mapeamento e o inventário das espécies vegetais de grande porte dessas áreas. Algumas espécies, em função de sua importância sócio-econômica, foram selecionadas e usadas para a elaboração de fichas ilustradas de aprendizagem que serão adotadas como material didático nas escolas envolvidas no projeto.
METODOLOGIA:
Para a elaboração das fichas de aprendizagem foram usadas informações obtidas por meio de questionários aplicados junto aos comunitários envolvidos nos inventários, enfatizando-se os conhecimentos sobre o uso comunitário de cada espécie (medicinal, madeireiro e alimentício), ambientes de ocorrência, características morfológicas das plantas (porte, caule, folha, frutos e sementes), aspectos fenológicos e ecológicos (período de frutificação, associação com outras espécies e uso pela fauna local). As fichas abordaram as espécies mais importantes sob o ponto de vista sócio-econômico e foram planejadas para se constituir em instrumentos didáticos motivadores do ensino focado na valorização e conservação da biodiversidade local. A validação e o aperfeiçoamento final das informações contidas nas fichas envolveram uma segunda coleta de dados em conjunto com quatro comunitários. As coletas das amostras botânicas foram realizadas na Fazenda Experimental Catuaba da UFAC com auxilio de um identificador botânico (mateiro) profissional. A identificação das espécies foi feita no herbário do Parque Zoobotânico da UFAC. As fotografias digitais usadas na elaboração das fichas foram extraídas do banco de fotografias elaborado durante a realização do mapeamento e inventário.
RESULTADOS:
Foram confeccionadas 19 fichas de aprendizagem abordando as seguintes espécies: jatobá, castanheira, marupá, jarina, itanguido, biorana, jaracatiá, seringueira, estralador, amarelão, cabelo-de-cutia, guariúba, açaí, breu, caripé, cumaru-cetim, farinha-seca, toari e mumuru. As fichas possuem a seguinte configuração: na parte frontal consta o nome popular da espécie conforme conhecida nas comunidades rurais, nome científico e a família botânica a qual a mesma pertence, além de uma seqüência de fotografias mostrando o caule, folhas, flores, frutos e sementes. No verso são apresentadas as informações sobre as espécies, obtidas dos comunitários nas oito localidades pesquisadas. A primeira versão das fichas já foi apresentada aos comunitários para ajustes de informações antes da fase de teste prático nas escolas e nas comunidades, que irão validar as mesmas como material didático contextualizado com a realidade das áreas onde ficam localizadas as escolas rurais.
CONCLUSÕES:
As fichas, concluídas no final do ano letivo de 2008, foram apresentadas para os alunos e professores de duas escolas da Resex Chico Mendes, ocasião em que se discutiram maneiras de usá-las como ferramentas didáticas. Apesar de terem sido elaboradas com rigor acadêmico, as fichas de aprendizagem são baseadas em informações derivadas dos conhecimentos populares dos comunitários envolvidos no projeto. Por isso, elas reúnem informações contextualizadas com a realidade dos comunitários e estudantes e contribuirão, quando adotadas em sua plenitude, para a melhoria da qualidade do ensino pautado em valores ambientais locais. Os resultados no longo prazo poderão se refletir na mudança de atitude e das práticas ambientais das comunidades, especialmente no manejo e conservação dos recursos naturais.
Instituição de fomento: Instituto de Educação do Brasil-IEB, Cooperazione Italiana-CESVI e Universidade Federal do Acre-UFAC
Palavras-chave: Materiais didáticos; Aprendizagem; Conhecimentos populares.
CONHECIMENTOS EMPÍRICOS, ENSINO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NA RESERVA EXTRATIVISTA CHICO MENDES, ACRE, BRASIL.
Renata Gomes de Abreu (1) (renataabreu_24@yahoo.com.br); Jarde da Silva Freitas (1); Evandro José Linhares Ferreira (2); Vera Lúcia Reis (1)
1. Universidade Federal do Acre - UFAC
2. Núcleo do INPA-Acre
INTRODUÇÃO:
Um dos maiores desafios para os professores interessados em inserir na prática pedagógica os princípios da interdisciplinaridade e contextualização é a falta de materiais didáticos voltados para a realidade do local onde atuam e dos educandos sob sua orientação. O município de Assis Brasil-Ac, com parte da zona rural localizada na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, adota experimentalmente desde 2005 uma proposta de ensino rural que enfatiza o desenvolvimento comunitário e o manejo dos recursos naturais. A proposta se baseia na execução do projeto Floresta das Crianças (FLOC), cuja metodologia adota o princípio da aprendizagem significativa, onde o entorno serve como laboratório natural de pesquisa e ensino. Em oito localidades da Resex Chico Mendes já foram doadas, para as escolas parceiras do projeto FLOC, áreas florestais adjacentes medindo entre 4 e 45 hectares para serem usadas com fins didáticos. Em 2007 e 2008 foi realizado, em conjunto com os comunitários, o mapeamento e o inventário das espécies vegetais de grande porte dessas áreas. Algumas espécies, em função de sua importância sócio-econômica, foram selecionadas e usadas para a elaboração de fichas ilustradas de aprendizagem que serão adotadas como material didático nas escolas envolvidas no projeto.
METODOLOGIA:
Para a elaboração das fichas de aprendizagem foram usadas informações obtidas por meio de questionários aplicados junto aos comunitários envolvidos nos inventários, enfatizando-se os conhecimentos sobre o uso comunitário de cada espécie (medicinal, madeireiro e alimentício), ambientes de ocorrência, características morfológicas das plantas (porte, caule, folha, frutos e sementes), aspectos fenológicos e ecológicos (período de frutificação, associação com outras espécies e uso pela fauna local). As fichas abordaram as espécies mais importantes sob o ponto de vista sócio-econômico e foram planejadas para se constituir em instrumentos didáticos motivadores do ensino focado na valorização e conservação da biodiversidade local. A validação e o aperfeiçoamento final das informações contidas nas fichas envolveram uma segunda coleta de dados em conjunto com quatro comunitários. As coletas das amostras botânicas foram realizadas na Fazenda Experimental Catuaba da UFAC com auxilio de um identificador botânico (mateiro) profissional. A identificação das espécies foi feita no herbário do Parque Zoobotânico da UFAC. As fotografias digitais usadas na elaboração das fichas foram extraídas do banco de fotografias elaborado durante a realização do mapeamento e inventário.
RESULTADOS:
Foram confeccionadas 19 fichas de aprendizagem abordando as seguintes espécies: jatobá, castanheira, marupá, jarina, itanguido, biorana, jaracatiá, seringueira, estralador, amarelão, cabelo-de-cutia, guariúba, açaí, breu, caripé, cumaru-cetim, farinha-seca, toari e mumuru. As fichas possuem a seguinte configuração: na parte frontal consta o nome popular da espécie conforme conhecida nas comunidades rurais, nome científico e a família botânica a qual a mesma pertence, além de uma seqüência de fotografias mostrando o caule, folhas, flores, frutos e sementes. No verso são apresentadas as informações sobre as espécies, obtidas dos comunitários nas oito localidades pesquisadas. A primeira versão das fichas já foi apresentada aos comunitários para ajustes de informações antes da fase de teste prático nas escolas e nas comunidades, que irão validar as mesmas como material didático contextualizado com a realidade das áreas onde ficam localizadas as escolas rurais.
CONCLUSÕES:
As fichas, concluídas no final do ano letivo de 2008, foram apresentadas para os alunos e professores de duas escolas da Resex Chico Mendes, ocasião em que se discutiram maneiras de usá-las como ferramentas didáticas. Apesar de terem sido elaboradas com rigor acadêmico, as fichas de aprendizagem são baseadas em informações derivadas dos conhecimentos populares dos comunitários envolvidos no projeto. Por isso, elas reúnem informações contextualizadas com a realidade dos comunitários e estudantes e contribuirão, quando adotadas em sua plenitude, para a melhoria da qualidade do ensino pautado em valores ambientais locais. Os resultados no longo prazo poderão se refletir na mudança de atitude e das práticas ambientais das comunidades, especialmente no manejo e conservação dos recursos naturais.
Instituição de fomento: Instituto de Educação do Brasil-IEB, Cooperazione Italiana-CESVI e Universidade Federal do Acre-UFAC
Palavras-chave: Materiais didáticos; Aprendizagem; Conhecimentos populares.
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