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17 fevereiro 2010

PSICOTERAPIA PRÉ-NATAL

"Numa mistura de alegria e preocupação, a mulher, que recebeu seu exame positivo para gravidez, desejosa ou surpreendida pela mesma, vai se imaginando diante das mudanças que estão por vir, dos planos que precisam ser refeitos, do corpo que se transforma dia a dia, dos afetos e humores que flutuam no mar de distintas e até contrárias emoções"

Fernanda Barros de Matos
Psicóloga Clínica

- “Estou grávida! E agora? O que eu faço? Será que estou pronta para ter um bebê? São tantas mudanças? Meu corpo está diferente... preciso me cuidar! Tenho que ir ao obstetra. Tenho que me alimentar direito. Vou à nutricionista. Vou fazer hidroginástica, ou quem sabe, yoga para gestantes... Tenho que comprar roupas adequadas a minha barriga... Tenho que fazer o enxoval. Preparar o quartinho do neném. São tantas coisas... O que fazer?”

Numa mistura de alegria e preocupação, a mulher, que recebeu seu exame positivo para gravidez, desejosa ou surpreendida pela mesma, vai se imaginando diante das mudanças que estão por vir, dos planos que precisam ser refeitos, do corpo que se transforma dia a dia, dos afetos e humores que flutuam no mar de distintas e até contrárias emoções. É nesse mar que a psicoterapia alcança uma particularidade: o cuidado da psique de uma grávida, a Psicoterapia Pré-Natal.

Há quatro anos acompanhando semanalmente mulheres durante suas gestações, pude constatar que a psicoterapia adentra principalmente três esferas de suas vidas:

1) Quando uma criança nasce, nasce também uma mãe.

A mulher que era a filha será a mãe! E o que essa mulher conhece do mundo das mães? Quem foi e quem é a sua mãe? Quem verdadeiramente exerceu a função de mãe dessa mulher? O que foi real, imaginário e internalizado do ser mãe? Como é e como será a relação com a sua mãe, agora avó? O que gostará de repetir ou detestará fazê-lo?

2) Há um terceiro chegando em casa.

O dois, o casal, terá que abrir espaço para mais um. Como ficará o relacionamento conjugal? A relação sexual mudará? Quais os antigos e os novos papéis da mulher, enquanto mulher e enquanto mãe? E do homem, enquanto companheiro e enquanto pai? E se a gravidez foi tão inusitada que ainda nem existe o número dois? Será a hora de se comprometer, de formalizar a relação? Ou é melhor aprender a serem mãe e pai separados?

3) Profissão Atual? Mãe.

Qual o trabalho que se realiza hoje profissionalmente? Há Prazer? Como conciliar a maternidade e a profissão? Quantidade versus Qualidade de disponibilidade para vida pessoal e para vida profissional. Qual o tamanho da necessidade de ser produtiva? E gestar uma criança, não é maior produção da humanidade? Como as mudanças da gravidez atingem à carreira? Como controlar as mudanças? Elas são passíveis de controle? O que se pode, o que se deve e o que não se quer mudar no trabalho?

Essas são algumas perguntas trabalhadas em consultório, que estão longe de serem respondidas como a um questionário fechado e racionalizado, pois cada pergunta contém em si uma gama de sentimentos, valores e crenças banhados pela história de vida de cada gestante. E apesar de muitas mulheres responderem-nas ao decorrer da gestação, no turbilhão das tentativas, dos acertos e dos “erros”, fazem-no, muitas vezes, a preços altos e resultados desajustados. Assim, a proposta da Psicoterapia Pré-Natal é fazer do consultório um simbólico útero para desenvolvimento do ser gestante, que está com o seu próprio útero repleto de vida em desenvolvimento.

Mais informações: http://psicoterapiaepoesia.blogspot.com