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16 agosto 2010

FUMAÇA DE QUEIMADAS JÁ AFETA A QUALIDADE DO AR EM TODO O ACRE

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

O excesso de monóxido de carbono (CO) lançado na atmosfera pelas queimadas verificadas nestas últimas semanas continua a comprometer a qualidade do ar respirado pelos acreanos.

Dados de hoje disponíveis na página do INPE/CTPEC (figura ao lado) mostram que a poluição atmosférica agora atinge todas as regiões do Estado. O nível de monóxido de carbono em todo o Acre variava, ao meio dia desta segunda-feira (16/08), entre 400-1250 ppb (valor corrigido). Nesse nível de poluição a qualidade do ar é classificada como MÁ, uma escala abaixo da pior classificação possível.

Este nível de poluição pode causar, entre outros efeitos, os seguintes problemas de saúde: tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta e em alguns casos falta de ar e respiração ofegante. Os efeitos são ainda mais graves à saúde de crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas.

A poluição atmosférica por monóxido de carbono no Acre é mais grave no leste do Estado, que convive há mais de duas semanas com uma camada persistente de fumaça originária de queimadas realizadas na própria região, em Rondônia, sul do Amazonas e na Bolívia. A chegada de uma frente fria neste fim de semana piorou a situação, pois a massa de ar frio trouxe junto uma grande quantidade de fumaça.

Alta concentração de material particulado no ar

Se as queimadas no Acre e nas regiões adjacentes não diminuírem nos próximos dias, serão grandes as possibilidades da poluição atmosférica piorar ainda mais na capital acreana até a próxima quarta-feira.

A previsão climática do INPE/CTPEC indica que a estiagem deverá se estender até o próximo sábado e a umidade relativa do ar deverá continuar mais baixa que o normal até o meio da semana.

A imagem da localização das concentrações de fuligem derivada de queimadas na região (figura ao lado) mostra que os maiores focos de poluição (acima de 200 mg/m³) continuam localizados na Bolívia (Departamentos de Santa Cruz e Beni), cercanias de Boca do Acre e em Rondônia (Porto Velho e cercania). No Acre as regiões afetadas estão localizadas nas cercanias de Cruzeiro do Sul, Tarauacá-Feijó, Sena Madureira e ao longo da fronteira com a Bolívia.