O NOVO CÓDIGO FLORETAL DÁ MARGEM PARA A MANUTENÇÃO DOS DESMATAMENTOS
Elton Alisson
Para a SBPC
Avaliação é da secretária de Biodiversidade e Floresta do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Way de Brito, que participou de mesa-redonda na 62ª Reunião Anual da SBPC
O projeto de reformulação do novo Código Florestal Brasileiro aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados no início de julho dá muitas margens para a continuidade de desmatamentos dos biomas brasileiro para a atividade agropecuária. A avaliação é da secretária de biodiversidade e floresta do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Maria Cecília Wey de Brito.
"Nós entendemos que é possível haver um consenso entre os ambientalistas e ruralistas para que cheguemos a um bom Código Florestal Brasileiro que faça com que a agricultura brasileira e o meio ambiente possam coexistir", analisa.
"Acreditamos que ainda haverá muito espaço para discussão da proposta do novo Código, que apresenta diversas brechas para desmatamentos e que esperamos que sejam revertidas", afirmou ela na mesa-redonda da qual participou sobre o tema na quinta-feira (29/7) durante a 62ª Reunião Anual da SBPC, em Natal (RN).
De acordo com a especialista, um dos principais pontos de discórdia do MMA em relação ao relatório final da proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro apresentada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é sobre a dispensa da necessidade de reserva legal e de recomposição florestal para propriedades com até quatro módulos fiscais - os chamados pequenos proprietários.
Segundo ela, nunca se cogitou a possibilidade de não se exigir dos agricultores a reserva legal, que é fundamental para sua conservação e trocas genéticas entre algumas espécies nos biomas. E que os técnicos do ministério também não estão dispostos a abrir mão da obrigatoriedade de recomposição florestal de áreas utilizadas para a produção agrícola.
"Nós temos uma lógica que é a de permitir algumas coisas, mas somente para os agricultores familiares, e não para todo e qualquer agricultor e tipo de empresa agrícola" conta.
"O que nós tínhamos como perspectiva de negociação com os ruralistas é que as pequenas propriedades, classificadas a luz do conceito de agricultura familiar, deveriam fazer a recomposição florestal, mas de uma forma um pouco mais flexível do ponto de vista do que deveria ser plantado. Porém, a proposta do deputado permite que não só a agricultura familiar, mas toda e qualquer propriedade possa ter esse benefício", avalia.
A especialista aponta que o conceito de pequena propriedade utilizado no relatório final do parlamentar não se baseia em nenhum dos estabelecidos pelas três legislações ambientais brasileiras sobre o assunto: a Lei da Agricultura Familiar, o próprio Código Florestal Brasileiro e a recente Lei da Mata Atlântica.
Mas reconhece que a existência de três conceitos diferentes sobre o tema cunhados somente nos últimos dez anos inviabiliza a existência de um parâmetro único que possa nortear as discussões sobre a proposição de reformas da legislação ambiental brasileira.
Contraponto
Na opinião do ex-ministro da agricultura no governo Geisel, Alysson Paulinelli, que também participou da mesa-redonda, o conceito de agricultura familiar é um imbróglio em relação ao qual o próprio MMA tem dúvidas. E que a legislação ambiental brasileira foi feita na base do "achismo" e sem fundamentação científica.
"Quem está fazendo as leis florestais no Brasil não conhece nada dos biomas e do processo de desenvolvimento agrícola do país", afirma. "O atual Código Florestal Brasileiro coloca os produtores rurais na ilegalidade, porque é impossível cumpri-lo", conclui.
Para a SBPC
Avaliação é da secretária de Biodiversidade e Floresta do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Way de Brito, que participou de mesa-redonda na 62ª Reunião Anual da SBPCO projeto de reformulação do novo Código Florestal Brasileiro aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados no início de julho dá muitas margens para a continuidade de desmatamentos dos biomas brasileiro para a atividade agropecuária. A avaliação é da secretária de biodiversidade e floresta do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Maria Cecília Wey de Brito.
"Nós entendemos que é possível haver um consenso entre os ambientalistas e ruralistas para que cheguemos a um bom Código Florestal Brasileiro que faça com que a agricultura brasileira e o meio ambiente possam coexistir", analisa.
"Acreditamos que ainda haverá muito espaço para discussão da proposta do novo Código, que apresenta diversas brechas para desmatamentos e que esperamos que sejam revertidas", afirmou ela na mesa-redonda da qual participou sobre o tema na quinta-feira (29/7) durante a 62ª Reunião Anual da SBPC, em Natal (RN).
De acordo com a especialista, um dos principais pontos de discórdia do MMA em relação ao relatório final da proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro apresentada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é sobre a dispensa da necessidade de reserva legal e de recomposição florestal para propriedades com até quatro módulos fiscais - os chamados pequenos proprietários.
Segundo ela, nunca se cogitou a possibilidade de não se exigir dos agricultores a reserva legal, que é fundamental para sua conservação e trocas genéticas entre algumas espécies nos biomas. E que os técnicos do ministério também não estão dispostos a abrir mão da obrigatoriedade de recomposição florestal de áreas utilizadas para a produção agrícola.
"Nós temos uma lógica que é a de permitir algumas coisas, mas somente para os agricultores familiares, e não para todo e qualquer agricultor e tipo de empresa agrícola" conta.
"O que nós tínhamos como perspectiva de negociação com os ruralistas é que as pequenas propriedades, classificadas a luz do conceito de agricultura familiar, deveriam fazer a recomposição florestal, mas de uma forma um pouco mais flexível do ponto de vista do que deveria ser plantado. Porém, a proposta do deputado permite que não só a agricultura familiar, mas toda e qualquer propriedade possa ter esse benefício", avalia.
A especialista aponta que o conceito de pequena propriedade utilizado no relatório final do parlamentar não se baseia em nenhum dos estabelecidos pelas três legislações ambientais brasileiras sobre o assunto: a Lei da Agricultura Familiar, o próprio Código Florestal Brasileiro e a recente Lei da Mata Atlântica.
Mas reconhece que a existência de três conceitos diferentes sobre o tema cunhados somente nos últimos dez anos inviabiliza a existência de um parâmetro único que possa nortear as discussões sobre a proposição de reformas da legislação ambiental brasileira.
Contraponto
Na opinião do ex-ministro da agricultura no governo Geisel, Alysson Paulinelli, que também participou da mesa-redonda, o conceito de agricultura familiar é um imbróglio em relação ao qual o próprio MMA tem dúvidas. E que a legislação ambiental brasileira foi feita na base do "achismo" e sem fundamentação científica.
"Quem está fazendo as leis florestais no Brasil não conhece nada dos biomas e do processo de desenvolvimento agrícola do país", afirma. "O atual Código Florestal Brasileiro coloca os produtores rurais na ilegalidade, porque é impossível cumpri-lo", conclui.


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