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09 fevereiro 2011

MAUÉS, TERRA DO GUARANÁ E DE PESSOAS LONGEVAS

Pesquisadores brasileiros e espanhóis tentam desvendar as causas do expressivo número de idosos no município de Maués, no Amazonas, onde há o dobro de pessoas com mais de 80 anos do que a média nacional. O segredo pode estar na alimentação.

Maués, terra da longevidade

[O guaraná, com ação anti-infamatória e modeladora do sangue, pode estar por trás da longevidade observada na população de Maués, no Amazonas. (foto: Cleferson Comarela Barbosa/SXC)]

Onde estaria a tão sonhada fonte da juventude? O estudo das populações longevas pode dar algumas pistas. É o caso de Maués, município no interior do Amazonas, onde a população de 50 mil habitantes tem o dobro da média nacional de pessoas com mais de 80 anos: 1% contra 0,5%.

Os idosos da floresta são tão numerosos que despertaram a atenção de pesquisadores das universidades do Amazonas, do Rio Grande do Sul e de León, na Espanha. Desde 2007, eles tentam descobrir as possíveis causas da longevidade na região. O estilo de vida e a dieta natural dos ribeirinhos são algumas das principais apostas.

“Eles se alimentam basicamente de peixes, proteínas de baixo peso molecular, gorduras não saturadas, derivados da mandioca e frutos da floresta. O fator nutricional influencia muito a alta expectativa de vida dessa população”, explica o médico Euler Ribeiro, coordenador da pesquisa e diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) da Universidade do Estado do Amazonas.

A prática constante de exercícios físicos e os baixos níveis de estresse também favorecem os longevos de Maués. “Os índices de obesidade, depressão, dislipidemia e osteoporose são bem menores se comparados aos dos moradores da capital, Manaus”, afirma.

Semelhante às famosas dietas do Mediterrâneo e da Ásia – reconhecidas por diminuírem doenças crônicas e aumentarem a expectativa de vida –, a dieta amazônica tem um ingrediente especial que, acredita Ribeiro, pode fazer toda a diferença: o guaraná.

“É um alimento funcional, três em um. Tem mais cafeína do que o café, mais teobromina que o cacau e mais catequinas que o chá verde. Pesquisas científicas comprovam sua ação anti-infamatória e modeladora do sangue, além da eficácia contra acidente vascular cerebral, infarto e diabetes.

Vale ser tomado em pequenas proporções todos os dias, mas sem exageros”, aconselha Ribeiro.

Ana Paula Monte
Ciência Hoje / RJ