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16 abril 2015

ESPÉCIES DE MADEIRAS NOBRES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO NO MATO GROSSO

Levantamento constatou que o Cedro, Cerejeira e Jatobá estão entre as  31 espécies em estado crítico

Por Ciclo Vivo/M. Barbant, Sema/MT

O Estado do Mato Grosso é um dos que mais desmata em todo o Brasil. Em consequência disso, o território também integra a lista de espécies ameaçadas. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Estado concentra 31 espécies de árvores em risco de extinção.

A informação consta nas Listas Nacionais de Espécies Ameaçadas de Extinção, divulgada em dezembro de 2014 pela ministra Izabella Teixeira. Segundo o documento oficial, 2.113 espécies foram analisadas e constatou-se que 31 delas estão em níveis que variam de “Em Perigo” até “Vulneráveis”.

Entre as árvores ameaçadas estão: palmito-juçara, ipê-felpudo, cerejeira, cedro, mogno, jequitibá, jatobá, entre outras. O desmatamento ilegal é a principal causa para a perda das espécies, seja para a própria indústria madeireira, para trocar a floresta por lavoura ou para a construção de empreendimentos.

Com a descrição feita pelo órgão governamental, as espécies identificadas ficam protegidas de maneira integral. Assim sendo, é proibida a coleta, corte, transporte, armazenamento, manejo, beneficiamento e comercialização. O uso das sementes, folhas e frutos, no entanto, está permitido, desde que sejam usadas técnicas de manejo que não coloquem em risco a conservação da espécie.

De acordo com a analista ambiental Hélida Bruno Nogueira Borges, da Coordenadoria de Conservação e Restauração de Ecossistemas (CCRE), da Superintendência de Mudanças Climáticas e Biodiversidade (Subio), da Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema), o estudo selecionou somente as espécies arbóreas porque apenas para este grupo existem informações para o Estado. “Espécies arbustivas, herbáceas, cipós e epífitas não foram identificadas na relação do MMA. Isto significa que o número real de espécies ameaçadas pode ser maior que as 31 espécies relacionadas”, disse a analista ambiental.


“As espécies encontradas em Mato Grosso, a partir de agora, precisam de cuidados na autorização de corte em Planos de Exploração Florestal (PEFs) e Planos de Manejo, já que essas práticas eliminam indivíduos e também a variabilidade genética necessária para a adaptação de espécies ao ambiente. O desmatamento ilegal é pior ainda, pois pode eliminar populações inteiras promovendo a extinção local ou regional de espécies de plantas, além disso, precisamos discutir a proposição de planos de proteção visando a conservação dessas espécies”, destacou Hélida Bruno.