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20 outubro 2005

BRASILEIROS DESTRUINDO A AMAZÔNIA

O QUE OS GRINGOS TÊM A VER COM ISSO? A AMAZÔNIA É NOSSA!

Quem de vocês ainda não teve a oportunidade de discutir esta questão e ouvir argumentos do tipo acima? Bom, a "nossa" amazônia tem sido sistematicamente saqueada e destruída inteiramente por nossos conterrâneos. O interessante é que muitas vezes estas discussões ocorrem em mesa de bar, quando a gente está "cuidando" de resolver os problemas do mundo. Depois de umas e outras, tem sempre alguem mais exaltado que brada o clássico argumento nacionalista em "favor" da tal destruição:
- Se os Americanos e Europeus destruiram as florestas deles, que moral têm eles para vir aqui dizer o que devemos fazer com a nossa?
O que contra argumentar? Bêbados (ou quase bêbados) são geralmente difíceis de convencer, sempre estão com a razão e muitas vezes são capazes de partir para a briga! Nesta hora a gente tem que simplificar tudo para se fazer entender. Uma boa saída é dar o exemplo do mundo como "uma casa sem o forro durante o inverno e o Brasil como um dos hóspedes ocupando um dos maiores e mais bem localizados cômodos".
O artigo abaixo dá uma boa idéia sobre a tal "casa". Vamos dar uma lida nele antes de seguir com o nosso argumento anti-bêbados nacionalistas favoráveis à destruição da amazônia.
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DESTRUIÇÃO DAS FLORESTAS TROPICAIS AFETA CHUVAS NOS EUA E NO RESTO DO MUNDO
Tropical Deforestation Affects Rainfall in the U.S. and Around the Globe
Fonte: NASA/Goddard Space Flight Center
Date: 2005-09-18

Os cientistas estimam que entre um treço e metade da superfície terrestre de nosso planeta já foi alterada pela ação do homem. Um novo estudo apresenta idéias sobre os efeitos no longo prazo dos impactos destas transformações, especialmente a destruição em larga escala das florestas tropicais, sobre o clima global.
Pesquisadores da Duke University (EUA), analisaram dados de vários anos usando computadores da NASA para produzir várias simulações do clima. Os resultados da pesquisa indicam que a destruição das florestas em diferentes áreas do globo afeta o padrão de chuvas sobre uma região considerável do planeta.
O desmatamento na região Amazônica influencia a chuva do México ao Texas e no Golfo do México. Igualmente, desmatamento na África Central afeta a precipitação na parte alta e baixa do meio oeste Americano, enquanto que o desmatamento no sudeste da Ásia afeta o regime de chuvas na China e na península Balcânica. É importante observar que tais mudanças ocorrem primariamente em certas estações do ano e que a combinação de desmatamento nestas áreas aumenta as chuvas em uma região e as reduz em outras.
Estes resultados contradizem pesquisas anteriores que sugeriam que o desmatamento resultaria na redução de precipitação e aumento de temperatura apenas na bacia Amazônica, sem efeitos significativos no ciclo de água do resto do globo. "Nosso estudo apresentou alguns resultados surpreendentes, mostrando que, embora o maior impacto do desmatamento seja nas proximidades ou nas áreas desmatadas, existe uma grande influência nas chuvas nas regiões de média a alta latitude", diz Roni Avissar, autor principal da pesquisa, publicada em Abril de 2005 no Journal of Hydrometeorology.
Especificamente, o desmatamento na Amazônia poderá reduzir severamente a quantidade de chuvas no Golfo do México, Texas, e norte do México durante a primavera e o verão, quando a água é crucial para a produtividade da agricultura. O mesmo efeito é causado no meio oeste Americano durante a primavera e o verão se a África Central for desmatada. A eliminação de qualquer uma destas florestas tropicais (Amazônia, África Central e Sudeste da Ásia), vai aumentar consideravelmente as chuvas no sul da península arábica. Entretanto, a combinação de desmatamento nas três regiões causará, nos EUA, a maior queda na precipitação na região da Calinfornia durante o inverno, aumentando ainda mais as chuvas no sul da península arábica.
A melhora o nível de conhecimento sobre as regiões de florestas tropicais é importante por que elas têm grande influência no clima global. A bacia Amazônica, por exemplo, é chave para o sistema climático global. Os trópicos recebem dois terço das chuvas do planeta e quando chove, a água muda do estado líquido para vapor e de novo para líquido, armazenando e liberando calor no processo. Com tanta chuva, uma grande quantidade de calor é liberada na atmosfera, fazendo das regiões tropicais a fonte primária de redistribuição de calor no globo.

"O desmatamento parece não afetar a média global de chuvas, mas muda o padrão e a distribuição por que afeta a quantidade de calor liberado na atmosfera quando o vapor de água condensa" diz o pesquisador Avissar. "Mudanças associadas que ocorrem na distribuição da pressão do ar atmosférico afetam o padrão de circulação do mesmo, empurrando sistemas de tempestades para fora de seu caminho habitual" (Nota do blog: os tornados em Santa Catarina no ano passado). Por causa da localização da Amazônia, qualquer "soluço" climático desta região pode sinalizar sérias mudanças no resto do mundo como secas e tempestades severas.
Claramente, a mudança da cobertura vegetal nas regiões tropicais tem o potencial de impactar significativamente os recursos aquáticos, a ocorrência de incêndios florestais, a agricultura e atividades relacionadas em regiões remotas e distantes dos trópicos. E enquanto a emissão de gases e a poluição do ar recebem considerável atenção, este estudo mostra que a mudança da cobertura original da superfície terrestre é um outro importante parâmetro que precisa ser considerado nas políticas climáticas, especialmente porque as taxas de desmatamento nas regiões tropicais da África, Américas e sudeste da Ásia têm permanecido constantes ou aumentado nas últimas duas décdas. A mudança da cobertura terrestre, dependendo de sua natureza, pode tanto mitigar como exarcerbar o alarme para o efeito estufa.
Os pesquisadores advertem que seus resultados são baseados em simulações numéricas realizadas com um único modelo de cálculo de circulação geral (dinâmica da atmosfera) e que a reprodução do experimento com outros modelos computacionais usando diferentes variáveis atmosféricas é importante para a confirmação dos resultados alcançados até agora. A pesquisa aqui apresentada foi feita na tentativa de entender porque o desmatamento tem tal magnitude de importância nos padrões de distribuição de chuvas durante as diferentes estações do ano.

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Voltando ao exemplo do mundo como uma casa sem forro durante o inverno e o Brasil como um dos cômodos. Se o aquecedor no quarto do Brasil estiver regulado em temperatura muito alta, o resto da casa vai reclamar. Vai inclusive dizer que "a casa corre risco de pegar fogo se o Brasil não diminuir a temperatura do aquecedor".
Se nós, o Brasil, não aceitarmos a sugestão dos demais "hóspedes" da casa, cedo ou tarde eles vão arrombar a porta do nosso quarto e, usando a força, diminuir ou mesmo desligar o nosso aquecedor. Eles teoricamente teriam razão em fazer isso. Vai chegar uma hora que não vai dar mais para suportar as promessas vãs de alguns dos ocupantes do quarto chamado Brasil (Governo e os destruidores e incendiários contumazes) de que vão diminuir a temperatura do aquecedor, coisa que na prática nunca cumprem. Em vez disso, querem empurrar a situação com a barriga, fingir que não ouviram, que estão trabalhando na diminuição da temperatura quando não o estão e outros argumentos vazios.
Se o bêbado nacionalista ainda estiver em condições de entender alguma coisa, provavelmente ele vai ver que nós estamos fazendo a coisa errada e que a saída não é trilhar pelo caminho do erro. É buscar uma solução razoável para todos de forma honesta e realista. Para concluir, vale dar uma provocada no bêbado:
- Amigo, internacionalização da Amazônia é isso. Eles virão aqui para ter a certeza de que a gente, digo os fazendeiros, agricultores e madeireiros e alguns governadores amazônicos, não vão destruir a região por completo. Tem que ter um limite ou todo o planeta vai pagar um alto preço!
- Você está tão empolgado defendendo a "nossa" destruição da Amazônia que imagino que quando chegar a hora da "intervenção" você vai ser o primeiro a se alistar no exército brasileiro para combater os gringos "usurpadores".
Será que vai?